BH Minha Cidade – Jornal da Cidade BH https://www.jornaldacidadebh.com.br Notícia boa também dá audiência! Wed, 18 Dec 2019 18:04:10 -0300 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.3 https://www.jornaldacidadebh.com.br/wp-content/uploads/2019/12/07190628/icon-white-120x120.png BH Minha Cidade – Jornal da Cidade BH https://www.jornaldacidadebh.com.br 32 32 BH Minha Cidade: Belo Horizonte https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/bh-minha-cidade-belo-horizonte/ https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/bh-minha-cidade-belo-horizonte/#comments Fri, 13 Dec 2019 21:00:31 +0000 https://www.jornaldacidadebh.com.br/?p=42279 BH Minha Cidade. Com 122 anos recém completados, a capital dos mineiros não deve ser reconhecida apenas pelos seus botecos e sua gastronomia; ela também reserva uma infinidade de opções culturais e turísticas Texto: Bárbara Tostes Machado Belo Horizonte: uma […]

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BH Minha Cidade: Belo Horizonte

BH Minha Cidade. Com 122 anos recém completados, a capital dos mineiros não deve ser reconhecida apenas pelos seus botecos e sua gastronomia; ela também reserva uma infinidade de opções culturais e turísticas

Texto: Bárbara Tostes Machado

Belo Horizonte: uma capital construída para o futuro sem perder o jeitinho de interior.

A transferência da capital de Vila Rica, atual Ouro Preto, para uma nova cidade planejada, representou a promessa de novos tempos de progresso. A república brasileira tinha sido recém-proclamada e a construção de Belo Horizonte simbolizava as mudanças que aconteciam no País. O objetivo era desvincular a capital mineira da desgastada imagem do passado colonial e imperial.

O engenheiro paraense Aarão Reis foi escolhido para transformar o sonho da nova capital mineira em realidade. O planejamento contou com a participação de profissionais de diferentes áreas, desde engenheiros até médicos sanitaristas. Foram analisadas condições climáticas, geográficas e a região escolhida ficava foi o antigo arraial de Curral Del Rey.

A maior parte das antigas construções do arraial, fundado em 1701, foi destruída para a construção da cidade. Daquele tempo pouca coisa sobrou. O prédio que abriga o Museu Abílio Barreto, sede da antiga fazenda do Leitão, é um das poucas construções preservadas. ¶ Outra construção dos tempos do Curral Del Rey refeita foi a Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem, padroeira dos tropeiros que faziam o transporte de produtos para Minas Gerais. Construída na parte alta do vilarejo, ela refletia a importância da vida religiosa para o povo do arraial, tanto que Aarão Reis solicitou ao governo a reconstrução da Igreja, ao invés de destruí-la. Sobre as ruínas dos tempos coloniais foram erguidas as colunas neogóticas que estamos acostumados a ver nos dias de hoje.

O sonho de Aarão Reis foi visto por desconfiança por muitos. O projeto tinha um traçado inspirado cidade de Washignton (EUA), mas a projeção de construção em apenas três anos parecia fantasiosa.

Leia também: BH Minha Cidade: Floresta

As desconfianças da população de Vila Rica eram ainda maiores. A cidade reunia uma parte significativa da elite política, econômica e intelectual do Estado, que temia os efeitos da mudança da capital. Para minimizar as tensões, o governo presenteou cada proprietário de Ouro Preto com um lote. A localização dos lotes foi sorteada em uma cerimônia, que reuniu milhares de pessoas na região onde fica hoje a Praça da Liberdade.

A mão de obra também foi um desafio enfrentado na construção de BH. A população do Curral Del Rey era insuficiente para o tamanho das construções que seriam feitas. Com o apoio do governo federal foram divulgadas por meio de folhetos convocações para trabalhadores nos quatro cantos do País. A notícia também chegou à Europa atraindo imigrantes italianos, alemães e espanhóis. Cerca de cinco mil pessoas se deslocaram para a região. Apesar das desconfianças e desafios, a construção da cidade, chamada inicialmente de Cidade de Minas, ocorreu dentro do prazo previsto. Ela começou em 1894 e a inauguração aconteceu no dia 12 de dezembro de 1897. As comemorações contaram com a presença de 10 mil pessoas que se reuniram na estação ferroviária, atual Praça da Estação, para assistir ao desembarque de figuras ilustres da política brasileira.

O nome Morada de Minas proposto no projeto não caiu no gosto popular. A moldura natural da Serra do Curral inspirou o apelido de Belo Horizonte. Não foi possível resistir ao apelo popular e, em 1901, o nome da cidade foi mudado oficialmente. Projetada para abrigar uma população de 200 mil habitantes, Belo Horizonte tem, atualmente 2.501.576 habitantes e muitos desafios pela frente. Passear pelas ruas é respirar um pouco de sua história. Uma jovem cidade repleta de tradições e com uma vida cultural intensa, como um dia sonhou Aarão Reis.

Feira de Artes, Artesanato e Produtores de Variedades de Belo Horizonte

Maior feira de artesanato a céu aberto da América Latina reúne produtos dos mais variados e atrai milhares de visitantes todos os domingos

De lanche a itens para a casa, passando por roupas, sapatos e bijuteria: a Feira de Artes, Artesanato e Produtores de Variedades de Belo Horizonte oferece de tudo. Mais conhecida como Feira Hippie – nome dado pela população da cidade e pelos próprios visitantes –, ela foi criada em 1969 por um grupo de artistas e artesãos que seu reuniam na Praça da Liberdade para vender seus artigos.

Já na década de 1970, a feira foi reconhecida oficialmente pela Prefeitura e passou por um vigoroso processo de crescimento e reconhecimento nacional e internacional em virtude da qualidade dos trabalhos ali comercializados. Foi nesta década também que a feira passou a ter periodicidade fixa, após uma visita do então governador Israel Pinheiro.

Muitos anos depois, em 1991, a reunião de artesãos e artistas que acontecia na Praça da Liberdade foi transferida para a Avenida Afonso Pena, juntamente com outras feiras espalhadas pela cidade. A transferência se deu pelo fato de praça já estar ficando pequena para receber a quantidade de visitantes. Assim, nasceu a maior feira de artesanato a céu aberto da América Latina.

A nova feira, cri­ada ofi­ci­al­mente com o nome de Feira de Artes, Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena, her­dou da sua antecessora da Praça da Liberdade o cari­nhoso nome de Feira Hippie. E é assim que ela é conhe­cida e reco­nhe­cida até hoje pelos moradores da capital.

01\ Produtos

A variedade de produtos encontrados por lá encanta os visitantes. São flores desidratadas e arranjos decorativos, utilidades domésticas, móveis rústicos, cestos, tapetes e cortinas. Tem também calçados, bolsas, bijuterias, vestuário adulto e infantil, enxoval para bebês, brinquedos e bichinhos de pelúcia.

Instrumentos musicais de percussão, pinturas, esculturas também estão por lá, ao lado de diversos outros itens dos mais variados. Nas áreas de alimentação, comida mineira saborosa, sucos, refrigerantes e cervejas fazem a alegria dos visitantes.

 02\ Números

A Feira Hippie é dividida em 16 setores, incluindo três áreas de alimentação, com mais de 2.000 expositores e aproximadamente 10 mil trabalhadores diretos e indiretos. Ela recebe, em média, 80 mil visitantes a cada domingo, com horário de funcionamento das 7h às 14h.

Em 31 de dezembro de 2010, foi publicado e o Decreto 14.246/2010, que trata do Regimento Interno da Feira de Artesanato. Nele, estabeleceu-se o nome oficial de Feira de Artes, Artesanato e Produtores de Variedades de Belo Horizonte.

Atualmente, pode-se dizer que a Feira Hippie é um verdadeiro patrimônio cultural e turístico da capital. A variedade de produtos e a diversidade de artesãos faz com que ela seja um dos maiores pontos de produtos artesanais do País.  Além disso, ela mantém intacta as suas raízes: criatividade, exclusividade e qualidade dos produtos, bem como o atendimento diferenciado, informal e amigo.

Quem visita BH não pode deixar de conhecer. Afinal, lá é o melhor lugar para o turista que deseja vivenciar e apreciar o artesanato e a culinária típica das Minas Gerais.

03\ Guia da Feira

Para se localizar em meio à imensidão de barracas, a Feira Hippie possui um guia muito prático, feito com base nos dados dos expositores publicados pela Prefeitura. O documento organiza a feira por setores de A a Z, dividindo-os por tipo de produto.

O setor A, por exemplo, inclui cestaria, flores e arranjos e mobiliário. O setor F é exclusivo para itens infantis; já o setor P abriga artes plásticas, e assim por diante. O guia pode ser acessado pela internet.

Para facilitar ainda mais, as barracas são numeradas e possuem cores diferentes. Além disso, os frequentadores mais assíduos marcam o local dos seus vendedores preferidos a partir da sua proximidade com os imóveis do entorno, como os prédios do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), do Automóvel Clube, do Palácio da Justiça Rodrigues Caldas e do Conservatório de Música de Minas Gerais. Não tem erro!

FOTO/ Divino Advíncula-PBH e  Gercom Centro-Sul

São diversas opções de agitação e culturais de segunda a segunda

A capital nacional dos botecos brinda seus moradores e visitantes com restaurantes de cozinha variada e casas noturnas para baladas até o sol raiar

O velho chavão “BH não ter mar, mas tem bar” deve ser atualizado urgentemente. A capital nacional dos botecos também possui diversos restaurantes, de cozinhas variadas, boates, pubs, casas para espetáculos e teatros.

A cidade ferve durante a semana à noite, a partir da quarta-feira – principalmente – e nos finais de semana, as baladas são intensas até altas horas.

Como no Gilboa, inaugurado em meados de 2014 no Sion. A boate faz referência à floresta mais antiga do mundo, de mesmo nome, e estampa seu DNA na “ossada” de uma árvore localizada no meio do salão principal da casa. Com uma proposta desconstruída de balada, é um bar que funciona até mais tarde, com programação democrática que vai do sertanejo ao funk.

Com capacidade para 300 pessoas, se divide entre o salão principal e uma parte externa nos fundos, carinhosamente batizada de “Gilboteco”.

Outra opção é a naSala, fundada há 19 anos com uma proposta inusitada de diversão que mescla o conceito de exclusividade com inspiração internacional.

A naSala diversificou recentemente seus negócios e criou o Sua Sala, o salão de festas do grupo, e o naSala Vista, um rooftop – projeto que funciona por temporadas.

FOTO / DIVULGAÇÃO BS FOTOGRAFIA

01/festa no quintal

 

O Jângal Bar foi planejado a partir do quintal de uma casa numa localização privilegiada do bairro Cruzeiro, seguindo à risca a sua proposta: interação com a natureza em cada um de seus ambientes, numa mistura peculiar de bar de quintal com pub apelidado de PubGarden. Com capacidade para 250 pessoas, o local destaca-se pelo foco na coquetelaria e petiscaria. A versatilidade na programação inclui happy-hour a partir das 18h (menos às segundas-feiras) e o tradicional “Jangokê “. (Rua Outono 523 – Cruzeiro)

FOTO / DIVULGAÇÃO JC/JANGAL

02/palco de shows

O Km de Vantagens Hall é um complexo de eventos e possui ao todo três pisos: o primeiro conta com a recepção, galerias, bilheterias, acesso ao Teatro Dom Silvério. O segundo é destinado a feiras, mostras e exposições temáticas com capacidade de até 500 pessoas. Já no terceiro está a arena para eventos esportivos e shows, com capacidade de até 3.500 pessoas e ambiente climatizado. Hoje é palco de alguns dos principais espetáculos que vêm a BH. (Av. Nossa Sra. do Carmo, 230, Savassi).

FOTO / BRUNO SOARES

03/foco no cardápio

 

O Templo Cervejeiro Backer investiu em um novo cardápio, com a chegada ao comando da cozinha do chef Arlen Fortes. O menu mescla de técnicas de gastronomia usadas por chefs de todo o mundo, com pitadas de terroir mineiro e mantendo a vibe charmosa dos pubs ingleses. Para acompanhar, a carta de drinks também foi reformulada.
Entre as novidades está o Backer Oxtail, um costelão assado por 10 horas (Rua anta Rita, 220, Olhos D’Água).

FOTO / GUSTAVO BORGES

04/à moda portuguesa

 

Eleito uma das sete maravilhas da gastronomia portuguesa, o tradicional Leitão assado à Bairrada é o destaque do restaurante Capitão Leitão. Especializado na comida contemporânea do país europeu e localizado no bairro Santa Tereza, a casa se dedicada exclusivamente às receitas feitas com carne suína. Com uma proposta mais despojada e informal, o ambiente segue a linha boêmia dos arredores. (Rua Silvianópolis, 364).

FOTO / DIVULGAÇÃO JC/CAPITÃO LEITÃO

05/mama mia!

Apesar de São Paulo ser famosa pelas pizzas e massas, BH não fica atrás quando o assunto é cozinha italiana. O Cacio e Pepe, por exemplo, é uma charmosa e intimista Osteria no Santo Antônio. Seu menu é reelaborada sazonalmente com contribuições das cozinhas contemporânea e brasileira. (Rua Mar de Espanha, 615)

Atente ainda para o Eva. Com um cardápio enxuto, reproduz fielmente a genuína gastronomia italiana, brindando o primeiro pecado original: a gula. A casa respeita os pequenos produtores e a produção artesanal. (Av. Luiz Paulo Franco, 301)

Por sua vez, o Un’Altra Volta, no Sion, tem a proposta de ser muito mais que um restaurante; seu conceito é se reinventar a todo o tempo. (Rua Grão Mogol, 627)
Mas para quem prefere a cozinha portuguesa, uma dica é o Caravela, que funciona no foyer do Museu Histórico Abílio Barreto, na Cidade Jardim. (Av. Prudente de Morais, 202)

FOTO / JOMAR BRAGANÇA

06/petiscos e cia.

Um dos mais tradicionais bares de Curitiba (PR), o Quermese abriu suas portas em BH no início de outubro de 2019. O local já tem outras casas vizinhas, como o Porks e o Mr. Hoppy da Praça Tiradentes, além do Little Joe Pizza Bar. Nessa nova unidade, são 150 lugares e um dos diferenciais é a música ao vivo que homenageia os ritmos mais brasileiros: o samba, o chorinho e o forró. O cardápio de petiscos oferece o Pão de Bêbado, que é o sanduíche de iscas de alcatra no pão francês, com muçarela ralada. Tem o tradicional pastel de feira com carne e queijo. A cachaça da fazenda do Tio Levi flamba a calabresa acebolada. Ainda há as coxinhas de frango com molho à base de queijo gorgonzola (Rua Paraíba 340)

FOTO / DIVULGAÇÃO JC/QUERMESE

Hospitalidade mineira: conheça os melhores hotéis para uma estadia inesquecível em Belo Horizonte

Capital registra aumento gradativo na ocupação hoteleira e estabelecimentos se empenham para oferecer serviços cada vez mais completos para os visitantes

Mineiro é, por natureza, um povo hospitaleiro. Basta um dedinho de prosa para que o turista seja convidado a tomar um cafezinho passado na hora com um pão de queijo quentinho na cozinha de casa.

Mas, para quem vem ao nosso estado pela primeira vez e ainda não teve o prazer de fazer um amigo mineiro, vários hotéis conseguem transmitir a hospitalidade e o carinho com que o povo de Minas recebe seus visitantes.

E eles vêm fazendo um ótimo trabalho. Prova disso são os números do Anuário Estatístico       do Turismo em Minas Gerais, publicado em 2018 com dados contabilizados em 2017. No ano passado, o estado recebeu 26,5 milhões de turistas, que movimentaram aproximadamente R$ 18,2 bilhões na economia mineira. Desse total, estima-se que 31% tenham sido destinados apenas ao setor de hospedagem.

O documento mostra que a capital mineira hospedou, em 2018, 1,9 milhão de pessoas. A média de permanência dos hóspedes foi de 1,9 dia, número observado de forma constante durante a série histórica. Assim, Belo Horizonte fechou o ano de 2018 com um crescimento de 9,7% na taxa de ocupação, quando comparado com dados de 2017.

O Anuário mostra ainda que 60% dos visitantes são os próprios mineiros e 50% se hospedaram em casa de amigos ou parentes. Porém, os dados também apontam para um crescimento na vinda de estrangeiros, alcançando marca superior a 81 mil – maior valor da série histórica. A maior parte deles veio da Argentina, seguida dos Estados Unidos e Portugal.

Para atender a um público tão diverso, não é de se espantar que os hotéis de Belo Horizonte venham se empenhando em oferecer serviços cada vez mais completos para os visitantes. Seja a trabalho ou a lazer, a hospedagem na capital mineira faz o turista se sentir verdadeiramente em casa.

A seguir, conheça alguns dos hotéis que mais se destacam na capital quando o assunto é hospedagem de luxo.

01/ Hotel Fasano BH

A abertura do Hotel Fasano Belo Horizonte trouxe para a capital mineira a personalidade e a excelência do Grupo Fasano, reconhecido internacionalmente como sinônimo de qualidade e de serviços impecáveis. O empreendimento inaugurou um novo conceito de luxo em hospitalidade, no qual a discrição e a sofisticação são os fios condutores do atendimento aos clientes.

Localizado no bairro de Lourdes, o hotel potencializou o cenário sociocultural e deu ainda mais notoriedade à região com a instalação de uma estrutura completa para eventos. O Fasano também aqueceu o importante polo gastronômico do entorno ao importar uma culinária de mais de 100 anos de tradição, além de fortalecer o eixo corporativo da cidade com a geração de novas oportunidades e possibilidades de negócios.

O Fasano BH tem 77 suítes classificadas em sete categorias de acordo com a amplitude, que varia de 27 m² a 110 m². Os quartos que não desfrutam de vista panorâmica ganharam varandas supercharmosas, decoradas com jardins externos, que são verdadeiros convites para momentos mais intimistas e reservados. O hotel ainda dispõe de Fitness Center e Wellness SPA, que inclui três salas de massagem, sauna úmida e piscina.

O Fasano BH fica na Rua São Paulo, 2.320 – Lourdes.

FOTOS/ Bernardes Arquitetura

02/ Ouro Minas Palace Hotel

O Ouro Minas Palace Hotel está localizado no bairro Ipiranga, com fácil acesso ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte. O hotel se orgulha de ser cinco estrelas e hospeda desde celebridades do entretenimento e lendas do esporte até políticos e personalidades.

São 25 andares, 301 apartamentos (sendo 133 standard e 168 de luxo) e 45 suítes, sendo três presidenciais (Real, com 300m²; Máster; 160m²; e Sênior, 140m²). Por lá, os hóspedes desfrutam de área de lazer com piscina climatizada, jacuzzi, saunas seca e úmida, sala de jogos, academia e solário. O premiado Restaurante Quinto do Ouro, interligado ao aconchegante Lobby Piano Bar e o Coffee Shop, é o local perfeito para desfrutar de um menu elegante e sofisticado, acompanhado de uma completa carta de vinhos.

O Ouro Minas está localizado na Avenida Cristiano Machado, 4.001 – Ipiranga.

Fotos/ Jornal MG Turismo e Divulgação Ouro Minas

 03/ Caesar Business

Com localização estratégica no bairro Belvedere, o Caesar Business Belo Horizonte fica em frente ao maior shopping da capital mineira, o BH Shopping. Além disso, está próximo às principais saídas rodoviárias para as cidades históricas de Minas.

As suítes têm design diferenciado e a área de lazer é completa. O hóspede pode desfrutar de piscina, sauna e academia, além de um bar e restaurantes internacionais, sendo um deles especializado em cozinha oriental, o Udon.

O turismo de negócios também é bem-vindo no Caesar Business, que possui cinco salas de reuniões com capacidade máxima de 220 pessoas.

O hotel fica na Avenida Luís Paulo Franco, 421 – Belvedere.

Fotos/ Jornal MG Turismo e Reprodução Tripadvisor

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Completos. Dois dos principais bairros da região Nordeste surgiram com o loteamento da fazenda de propriedade da tradicional família Silveira e, hoje, têm potencial para se tornar um “novo centro”.

Destaques da região Nordeste

História. Fazenda da família Silveira deu origem aos bairros Cidade Nova e União, que, hoje, têm infraestrutura completa e acesso facilitado por grandes avenidas

Nos anos 1960, muitas fazendas que ocupavam terrenos mais afastados do Centro da nova capital das Minas Gerais acabaram loteados. Uma delas foi a São João Batista, cuja sede estava localizada onde hoje se encontra o Minas Shopping. Parte de suas terras ainda se transformou na Fazenda do Retiro Sagrado Coração de Jesus, de propriedade da família Silveira.

Durante a década de 1960, a expansão urbana levou o patriarca da família, José Cândido da Silveira, a se desfazer das terras. O próprio José Cândido foi idealizador do primeiro loteamento, cujas vendas foram iniciadas em 1965. Mais tarde, a família firmou parceria com alguns empresários do setor imobiliário e o parcelamento foi redesenhado. O loteamento ficou então a cargo das construtoras Cinova, Alcindo Vieira e Mascarenhas Barbosa Roscoe.

Quando o loteamento da região começou, a Cinova comprou boa parte dos terrenos da Fazenda do Retiro e fez a urbanização da região. É daí que veio o nome “Cidade Nova”.

Porém, naquela época, o povoamento da região ainda era escasso. Apesar de contar com uma boa infraestrutura, as vendas iniciais não foram fáceis, em parte por causa do acesso precário a toda a região.

Foi somente quando houve investimento na construção e recuperação das ruas e estradas (principalmente após a construção do Túnel da Lagoinha, em 1971) que a ocupação aumentou. Portanto, foi só com o segundo parcelamento da fazenda, realizado em 1977, que a população cresceu e a região começou a atrair os primeiros comerciantes.

Outro bairro que hoje ocupa a área que pertencia à antiga Fazenda do Retiro Sagrado Coração de Jesus é o União. Seu nome deriva de sua própria origem, pois foi criado a partir da união de cinco vilas vizinhas – Laginha, Americana, Marília, Vilma e Severa.

Com o tempo, essas vilas cresceram e acabaram se misturando umas com as outras e todos passaram a conhecer o local como Vilas Reunidas. Por lá, moravam pessoas humildes que construíram suas próprias casas e muitas delas nem tinham acesso aos serviços básicos de água, luz e esgoto.

Quando as pessoas com renda mais elevada começaram a se mudar para a região, atraídas principalmente pelo loteamento do Cidade Nova e pela construção do Minas Shopping, do Hotel Ouro Minas e pela extensão do metrô, os terrenos do bairro foram valorizados. Foi então que as Vilas Reunidas ganharam o nome oficial de União.

Completa

A região do Cidade Nova e do União, atualmente, tem tudo o que o morador possa precisar para viver com conforto e praticidade. As ruas tranquilas, com pontos centralizados de comércio, garantem um quê de cidade do interior, que forma um ambiente perfeito para criar filhos com segurança e tranquilidade.

Vizinho de bairros como Palmares, Nova Floresta, Sagrada Família, Santa Inês, Silveira e Bairro da Graça, Cidade Nova e União ficam às margens da Avenida Cristiano Machado, que é ponto importante da mobilidade belo-horizontina. Além dela, outras principais vias de acesso são a Avenida José Cândido da Silveira e as ruas Coronel Pedro Paulo Penido, Júlio Otaviano Ferreira e Alberto Cintra.

Essa localização favorece também o acesso aos bairros, com diversas linhas de ônibus e do Move, com pista exclusiva. Algumas das linhas que ligam os bairros ao Centro, Centro-Sul e região, fora do circuito Move, são: 8102 (União/Sion); 8150 (União/Serra); 8108 (Cidade Nova/Savassi); 9410 (Sagrada Família/Coração Eucarístico), entre outros que passam pelas principais avenidas que cercam o bairro.

Por tudo isso, há quem diga que a região do Cidade Nova e União se transforme em um “novo Centro”. Isso graças à atividade comercial intensa e à possibilidade de deslocamento para todos os pontos da cidade. É esperar para ver!

Marcos da cidade

Atrativos. Serviços, educação, religiosidade e lazer não faltam para moradores do bairro Cidade Nova

Feira dos Produtores

Feira dos Produtores foi fundada na década de 1950. Tudo começou graças a uma união de produtores que buscavam distribuir seus hortifrutigranjeiros. Naquela época, a feira ficava no bairro Lagoinha, até o ano de 1981, quando foi transferida para o coração do Cidade Nova. A troca foi feita em um acordo com a Prefeitura, que cedeu o novo terreno em troca pelo que a feira ocupava anteriormente, onde hoje está a estação de metrô da Lagoinha.

Com amplo espaço interno, os hortifrútis são a grande vitrine de produtos oferecidos pela feira. Mas também é possível encontrar por lá excelentes bares, restaurantes, salões de beleza, lojas de roupas e acessórios, açougues e peixarias, empórios, adegas, floriculturas, lojas de artigos para casa e bricolagem e muitos quitutes típicos e regionais.

Estima-se que cerca de 70 mil pessoas visitem o local mensalmente e se encantam com a variedade de produtos de ótima qualidade. Para facilitar a vida do visitante, a feira possui estacionamento próprio, com cerca de 90 vagas, além de ter ambiente climatizado e equipe qualificada de segurança.

Foto: Reprodução Facebook

Colégio Espanhol Santa Maria – Cidade Nova

O Colégio Santa Maria Minas foi inaugurado em 20 de julho de 1903 pelas Irmãs Dominicanas, por intermédio do Conselheiro Afonso Pena e o Barão do Rio Branco, então ministro das Relações Exteriores do Brasil.

Inicialmente, funcionou no palacete Antônio Olinto, onde hoje está instalada a Basílica Nossa Senhora de Lourdes. Foi transferido depois para o Palacete do Conde de Santa Marinha, próximo à Estação Ferroviária. Em 22 de maio de 1909, o Colégio Santa Maria ocupou sede definitiva, localizada à Rua Jacuí, 237, no Floresta.

Anos mais tarde, em janeiro de 1985, foi inaugurado o Colégio Santa Maria Cidade Nova, que, em 1999, por meio do convênio assinado entre a Sociedade Mineira de Cultura e o Ministério da Educação e Cultura da Espanha, tornou-se Colégio Espanhol Santa Maria Cidade Nova.

Com a mudança, houve uma ampla extensão do currículo de estudos, que assegurou aos alunos o reconhecimento do curso bilíngue pelo Governo Espanhol. Hoje, a escola é sinônimo de tradição e qualidade educacional, amparada nos valores cristãos.

Foto: Reprodução Google

Praça Guimarães Rosa

No coração do Cidade Nova está também a Praça Guimarães Rosa. Revitalizada em 2017, a atração ganhou uma estátua em homenagem ao grande escritor brasileiro que empresa seu nome ao local. A obra de arte foi confeccionada pelo escultor Stamar de Azevedo Júnior, mais conhecido como Tazico, da cidade de Cordisburgo, em Minas, e foi inaugurada como forma de celebrar os 50 anos da morte de Guimarães Rosa.

Um verdadeiro presente para o bairro, a estátua foi oferecida pela Academia de Letras João Guimarães Rosa da Polícia Militar de Minas Gerais, com o apoio do Clube dos Oficiais da PMMG. Já a obra de revitalização do espaço ficou a cargo da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), via Diretoria de Infraestrutura Urbana da Coordenadoria de Atendimento Regional Nordeste, e durou 45 dias.

A estátua de tem 1,67m de altura e foi erguida sobre um pedestal de 70 centímetros. A peça, feita de cimento e ferro, mostra Guimarães Rosa fardado como capitão-médico, cargo que ocupou em 1932, durante a Revolução Constitucionalista.

Foto: Na Pracinha

Clínica Cidade Nova

Fazendo jus à fama de ser um bairro completo, o Cidade Nova oferece aos seus moradores uma clínica que oferece atendimento em diversas especialidades. Inaugurada em 1999, foi criada por um grupo de médicos que buscavam levar atendimento de qualidade para um dos principais bairros residenciais de BH.

Atualmente, a clínica oferece mais de 2 mil consultas por mês, atendendo de forma particular ou por meio de diversos convênios.

Foto: Reprodução Google

Museu do Bordado

Idealizado pela advogada, escritora e artista contemporânea Beth Lírio, o Museu do Bordado é um dos atrativos mais interessantes do bairro Cidade Nova. Primeiro, Beth criou uma rede de colaboradores que buscou os materiais para serem utilizados no museu. Ela também trabalha com recuperação e restauração de peças, limpeza de tecidos e catalogação de doadores, entre outros.

O acervo do museu conta com toalhas, lençóis, fronhas, toalhas de batismo e camisolas, algumas delas datando de 1790. O Museu também oferece aulas de desenho artístico, pintura a óleo sobre tela, pintura acrílica e pintura em tecido.

Foto: Reprodução Facebook

Paróquia Santa Luzia

Oito anos depois de a oficialização do bairro (criado em 1967), em 1975 o Cidade Nova recebeu o Arcebispo Metropolitano D, João Resende Costa, que lançou a pedra fundamental da Paróquia Santa Luzia. No dia da santa, dia 13 de dezembro daquele ano, comemorou-se pela primeira vez a Festa da Padroeira no bairro Cidade Nova.

Mas foi apenas em 1978 que as obras da igreja se iniciaram. Anos depois, em 1985, Dom João Resende Costa assinou o Decreto 368, criando a Paróquia. As obras foram encerradas nos anos 2000, quando foi instalada uma placa comemorativa marcando a data.

A Paróquia tem grandes proporções para atender à comunidade da região. São 2.848,44 m² de área construída e três pavimentos, sendo o piso principal da igreja correspondendo a 695,17 m².

Foto: Reprodução Google

Vizinho de peso

Investimento. Minas Shopping é o maior empreendimento comercial da região e fez dos bairros União e Cidade Nova um novo polo de crescimento da capital mineira

Inaugurado em setembro de 1991, o Minas Shopping está localizado no bairro União e é o maior empreendimento comercial da região Nordeste de Belo Horizonte. A facilidade de acesso ao mall é um dos seus principais atrativos, uma vez que ele foi o primeiro a contar com uma estação de metrô integrada e com estação de BRT/Move.

Segundo o gerente geral do Minas Shopping, Fábio Freitas, o empreendimento teve papel importante no desenvolvimento da região Nordeste. “No início da década de 1990, a região nordeste de Belo Horizonte ainda era pouco habitada e não havia áreas comerciais relevantes”, revela. “Os empreendedores, à época de inauguração do mall, vislumbraram o potencial de crescimento da região, principalmente se houvesse no local um shopping center como incentivador de desenvolvimento.”

E a perspectiva se confirmou. Com quase 30 anos em funcionamento, o Minas Shopping transformou a região em um dos principais polos de crescimento da capital mineira, com a atração de novos empreendimentos para os bairros próximos.

Os números são realmente expressivos. “Com cerca de 360 lojas, o Minas Shopping ocupa um terreno de 85,7 mil metros quadrados, sendo aproximadamente 118 mil metros quadrados de área construída e 50 mil metros quadrados de ABL (Área Bruta Locável). Circulam pelo Minas Shopping, em média, 60 mil pessoas por dia”, conta Fábio.

Quem mora no entorno ainda pode aproveitar uma série de iniciativas que possibilita a relação entre os moradores. “Um deles é o projeto Felizidade. O programa promove atividades físicas gratuitas para os participantes, com orientação de um educador físico. Antes destinado apenas a pessoas com mais de 55 anos, o projeto ampliou o atendimento depois de firmar parceria com o Circuito Unimed Ativa e agora atende a todas as idades. Essa iniciativa é uma forma de contribuir para a promoção de hábitos mais saudáveis entre os clientes”, comemora o gerente geral do mall.

Outro projeto importante de convivência entre as famílias é o “Escola Bike Anjo no Minas Shopping”. De acordo com Fábio, “o empreendimento é o primeiro e único shopping do Brasil que adotou o projeto Bike Anjo e oferece, aos domingos, cerca de 3.600 m² de estacionamento coberto para a prática do esporte.” Com a iniciativa, as pessoas podem levar suas bicicletas ou podem usar as cedidas pelo projeto, além de contarem com voluntários que ensinam crianças e adultos a pedalar.

Entrevista com Leirson Cunha

Bate papo. Vice-presidente das Corretoras de Imóveis da CMI/Secovi-MG fala sobre o mercado imobiliário de dois dos principais bairros da região Nordeste

A trajetória de Belo Horizonte não poderia ser contada sem se ressaltar o desenvolvimento da Região Nordeste, que teve participação fundamental na industrialização do município. Na década de 1970, a região recebeu a implantação planejada de alguns de seus principais bairros, como o Cidade Nova e o União.

Com isso, concentraram-se por lá atividades diversificadas como o comércio, a prestação de serviços e as atrações socioculturais. Assim, pode-se dizer que, hoje, Cidade Nova e União são bairros completos.

Para o vice-presidente das Corretoras de Imóveis da CMI/Secovi-MG (Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais), Leirson Cunha, tudo isso faz com que os bairros tenham ótima “morabilidade”. Segundo ele, esse é “um ponto forte e atrativo para quem reside e trabalha na região, proporcionando valorização e objeto de desejo para se viver e trabalhar.” Confira mais detalhes:

JORNAL DA CIDADE Quais as características do mercado imobiliário dos bairros Cidade Nova e União?

LEIRSON CUNHA Os bairros Cidade Nova e União são vizinhos e estão inseridos na mesma administração regional da prefeitura de Belo Horizonte, a Nordeste.
O bairro Cidade Nova teve sua evolução ao longo dos anos mais fortemente percebida. Muito se deve, principalmente, por ser atendido por uma das principais avenidas de Belo Horizonte, a Cristiano Machado, hoje a principal via de ligação do Centro à saída para o Aeroporto Internacional de Confins.

O bairro tem características bem tradicionais, parques ecológicos e praças que permitem bem o convívio familiar. Há também um polo comercial, sobretudo na região da Feira dos Produtores, o que tornou bem mais atrativa a região. No entorno da Feira dos Produtores há um comércio bem consolidado e variado e que, muitas vezes, são geridos por moradores locais, o que traz ainda mais “morabilidade” — somatória de vários fatores, como planejamento urbano, habitação, mobilidade, acesso à segurança, saúde, educação e tecnologia, entre outros, que determinam a qualidade de vida dos cidadãos— para o bairro e cria conexões mais fortes entre a comunidade. Esse é um fato interessante e que muitos comerciantes conhecem os fregueses pelo nome.

O bairro União teve sua “gênesis” com foco em ser residencial; entretanto, nas últimas duas décadas, esse cenário mudou bem. No bairro, está localizado um dos principais shoppings da capital, o Minas Shopping, inaugurado no início da década de 1990. Recentemente, o bairro foi palco de inúmeros empreendimentos imobiliários vultosos, com, por exemplo, o Centerminas, além de hotéis e novos centros empresariais, tornando a região mais atrativa para moradia e trabalho. O bairro possui uma região que se desenvolveu nos últimos cinco anos. Uma característica bem peculiar em uma de suas vias, a famosa Alberto Cintra, que tem uma forte vocação para bares e restaurantes, é um novo “point” de encontro na capital.

Uma característica bem marcante em ambos os bairros é que são muito arborizados, sendo beneficiados por um belíssimo parque linear, com mais de 51 mil metros quadrados, como também pode ser chamada a Avenida José Candido da Silveira, muito utilizada para prática de esportes e lazer com a família. Aos domingos, um trecho da avenida é fechado por um período, dando ainda mais liberdade aos moradores e visitantes para aproveitarem com mais segurança os momentos de lazer e esporte. Também é comum, em ambos os bairros, serem observados nos quintais das casas mais antigas, árvores frutíferas e, em alguns casos, até mesmo hortas, dando ainda um ar de mais “morabilidade” para a região.

Atualmente, qual a média de moradores nos dois bairros? Qual a média de preço do m² nos bairros União e Cidade Nova?

Em termos de valorização dos imóveis nos bairros União e Cidade Nova, apesar de serem bairros vizinhos, o valor do metro quadrado de um imóvel ofertado para venda no Cidade Nova tem a tendência a ser superior se comparado com imóvel de características semelhantes no União. Em linhas gerais, essa variação está entre 10% a 20%; entretanto, é muito importante lembrar que esse não é o principal fator decisório numa aquisição ou locação. Além das características do imóvel, é necessário colocar na balança os benefícios do entorno e outros fatores que um especialista do mercado imobiliário poderá orientar. Um fato relevante é a abertura, em breve, da Via 710, uma importante via que fará a ligação da região Leste à Nordeste, e passará pelo bairro União. A expectativa é o natural processo de valorização em seu entorno.

Quais os principais atrativos desses dois bairros?

Além dos diversos atrativos citados acima, importante destacar a mobilidade urbana nos dois bairros, por serem atendidos pela av. Cristiano Machado, há uma maior facilidade de locomoção por meio do transporte público, uma vez que há estação do Move (São Gabriel) e estações do Metrô (Minas Shopping e São Gabriel) bem próximos.

Ao longo dos anos, quais as principais mudanças no mercado imobiliário da região? Houve um aumento na procura por esses bairros?

Ao logo dos anos, os bairros Cidade Nova e União se beneficiaram com o progresso, passaram por processo de completa urbanização e possibilitaram o crescimento imobiliário por meio de remodelação de edificações e criação de novos empreendimentos residenciais e comerciais. Isso permitiu a criação orgânica de suas próprias centralidades, o que torna a “morabilidade” um ponto forte e atrativo para quem reside e trabalha na região, proporcionando valorização e objeto de desejo para se viver e trabalhar.

Confira outras edições do caderno BH Minha Cidade. 

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Bairro é um dos mais cobiçados de BH

História. Estádio da Colina sediou partidas de futebol com craques do Galo a partir dos anos 1930

Bairro da Zona Sul de Belo Horizonte, o Santo Agostinho é limitado pelo triângulo formado pelas avenidas Amazonas, Olegário Maciel e do Contorno, abaixo da Praça Raul Soares.

Formado em 1934, após a instalação do Colégio Santo Agostinho, o bairro, de mesmo nome, tornou-se um dos mais cobiçados de Belo Horizonte. Com uma população de aproximadamente 9 mil habitantes, se caracteriza pelo forte comércio, proximidade com hospitais e circuito cultural que inclui, teatros, cinemas e casas de show, além de excelentes bares e restaurantes.

Possui edifícios residenciais de alto padrão – muitos deles construídos nos últimos 10 anos – e o shopping Diamond Mall, que fica na divisa com o bairro de Lourdes.
Outras edificações importantes do bairro são a sede social do Clube Atlético Mineiro, o Edifício JK, o Hospital Mater Dei e o edifício sede da Cemig.

O Mater Dei foi inaugurado em 1º de junho de 1980, estimulado pelo ideal de construir um hospital que fosse útil à comunidade, segundo o presidente da Rede Mater Dei, Henrique Salvador. Hoje existe uma Rede Mater Dei, com unidades em outras localidades.

Mas a história do Santo Agostinho também é ligada à do futebol, mais especificamente do Clube Atlético Mineiro. Onde hoje fica o Shopping Diamond Mall, era o Estadinho da Colina.

Segundo o Site “Terceiro Tempo”, especializado em histórias do futebol, o estádio abrigou muitos craques alvinegros. Guará e Nicola foram os primeiros moradores dos alojamentos construídos sob as arquibancadas dos fundos, na Rua Rio Grande do Sul. Anos depois, ainda adolescentes, os ídolos Reinaldo e Toninho Cerezo aprontariam muito nas dependências do estádio do Galo.

Em 1925, o presidente do Atlético, Alfredo Furtado de Mendonça, permutou com a prefeitura o campo da Avenida Paraopeba – atualmente Augusto de Lima, onde está localizado o Minascentro – pelo terreno no Santo Agostinho, além de uma indenização. Três anos depois, com a ajuda do governador Antônio Carlos, as obras do estádio, que levaria o nome do político, foram iniciadas.

Em 30 de maio de 1929, o sonho do Atlético estava realizado. Em amistoso em que o Galo derrotou o então poderoso Corinthians de virada por 4 a 2, o estádio foi inaugurado. A inauguração da iluminação foi em 9 de agosto de 1930, quando o Galo goleou o Sport-MG por 10 a 2.

O Estadinho da Colina, com capacidade para apenas 5 mil pessoas, foi a casa do alvinegro até a construção do Independência no fim dos anos 1940. A inauguração do Gigante do Horto marcou a decadência do estádio atleticano, que acabou vendido à prefeitura na década de 1960. Foi a solução do clube para a forte crise financeira.

Diversão e religiosidade no mesmo espaço

Entretenimento. Com brinquedos, pista para prática de esporte e jardins, Praça Carlos Chagas oferece lazer gratuito para todas as idades

O Santo Agostinho também se destaca por oferecer diversão (de graça) na sua praça principal, a Carlos Chagas (Praça da Assembleia). Além da Igreja Nossa Senhora de Fátima, a área de 33.700 m2 é cercada por jardins projetados por Burle Marx, possui um coreto, uma academia da cidade, bicicletário, mesas para jogos de xadrez e uma ampla área equipada com playground e pista para prática de caminhada e corrida.

Recentemente, ela foi reformada e ganhou brinquedos para bebês e crianças até 10 anos, muitos banquinhos, áreas de sombras e espaço para correr à vontade. Gangorra, balanço, escorregador e trepa trepa são algumas das opções que atraem crianças todos os dias, com maior fluxo nos finais de semana.

É o caso de Olívia Vasconcellos Marra, que aos dois anos vai com frequência à praça. Sua mãe, a jornalista Mariana Veloso, conta que além dos brinquedos que fazem parte do local, aos sábados e domingos são montados pula-pula e infláveis.

Carrinhos elétricos são alugados por 15 minutos, a R$ 5, para que os baixinhos se sintam verdadeiros ases do volante. “A Olívia adora. Toda vez que visitamos a praça é quase obrigatório a locação de um desses veículos. Mas ela também não deixa de lado o pula-pula e o balanço”, conta Mariana.

Ambulantes que vendem brinquedinhos, algodão doce e balas, além de oficinas de arte circense e de pintura com monitores são outras atrações da Pracinha da Assembleia, geralmente nos finais de semana.

PROJETO ARROJADO

A religiosidade é outra marca da Praça Carlos Chagas, graças à igreja de Nossa Senhora de Fátima, encravada em seu centro.

Sua história data no início da década de 1940, quando teria sido construída na área da paróquia uma edificação provisória. Isso porque, em setembro de 1946, em visita à capital mineira, o Cardeal Patriarca de Lisboa, Portugal, Dom Manoel Gonçalves Cerejeira, presidiu, naquele local, o lançamento da pedra fundamental do Santuário Nossa Senhora de Fátima.

Em abril de 1949, a comissão responsável pelos trabalhos de edificação do templo católico adquiriu uma imagem para paróquia, que veio de Portugal para Belo Horizonte em 1953.

A igreja construída na década de 1950 permaneceu na Praça Carlos Chagas até o ano de 1992, quando então foi erguida a atual Igreja Nossa Senhora de Fátima. A obra de restauração durou dois anos.

Com projeto arquitetônico arrojado do engenheiro Ronei Lombardi Figueiras, a casa de Deus possui esculturas de Léo Santana e painéis e via-sacra de Ronei Lombardi.

No interior, apesar da concepção espacial unitária, o coro e átrio estão bem assinalados à entrada. Enquanto o presbitério é integrado ao ambiente da nave, destacando-se apenas por degraus e pela presença da escultura de Jesus e do maciço do altar-mor.

A Capela do Santíssimo apresenta piso em granito rústico e revestimento texturizado nas alvenarias. No espaço da nave, a ampla abóbada e o vazado dos vitrais resultam em ambiente claro.
Vista de fora, há a impressão que a igreja seja formada por três tendas, que significam a santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.

 

Restaurante premiado é referência no Santo Agostinho

Gastronomia. Consagrado chef Ivo Faria comanda o Vecchio Sogno

Um dos restaurantes mais premiados de Belo Horizonte, o Vecchio Sogno é referência gastronômica da cozinha criativa italiana, brasileira e internacional no bairro Santo Agostinho – e também de Belo Horizonte. Há 24 anos, o “ristorante” é comandado pelo consagrado chef Ivo Faria.

A casa oferece uma grande variedade de pratos que combinam sabores e aromas inesquecíveis, em um ambiente sofisticado. Um dos diferenciais do Vecchio Sogno Ristorante é o Souvenir Gourmet criado para quem procura uma opção de presente personalizada.

Pessoa física ou jurídica (empresa) pode adquirir o voucher para consumo no restaurante. A pessoa presenteada recebe um convite para desfrutar de um almoço ou jantar no horário que for mais conveniente, com a possibilidade de realizar a reserva com antecedência. Os valores vão de R$ 390,00 a R$ 600,00.

O restaurante também faz parte da Associação da Boa Lembrança. A confraria reúne casas que primam pela boa cozinha e qualidade dos serviços oferecidos.

No Vecchio Sogno, o prato oferecido é Agnolotti al plin del Pastore, uma criação do chef Ivo Faria. Ao pedir esta iguaria, o cliente leva para casa uma recordação: um prato de cerâmica pintado à mão com uma colorida representação do pedido degustado. A lembrança pode ser colecionada.

O restaurante tem outro serviço interessante, o Vecchio Sogno Buffet, para atender a clientes em festas particulares. São cardápios personalizados para cada ocasião: noivados, casamentos, aniversários, bodas, pequenos jantares em residência ou empresa, coquetéis para grandes grupos e eventos empresariais.

VOCAÇÃO

Quando se fala no Vecchio Sogno não tem jeito. O nome do chef Ivo Faria está inteiramente ligado ao restaurante e suas delícias.

Ele descobriu a vocação para a culinária aos 14 anos, quando entrou para o curso técnico de cozinha do Senac. Antes mesmo de concluir os estudos na Escola Técnica, Ivo já trabalhava como professor-assistente no Senac onde, anos depois, assumiu o cargo de instrutor-chefe.

Para ter uma formação completa, ele fez diversos estágios, tanto no Brasil quanto no exterior, além de cursos em diferentes áreas ligadas à culinária e administração de restaurantes.
Ivo participou – e ainda participa – de diversos festivais de gastronomia como convidado, colaborador e consultor.

Em 2019, Ivo recebeu da Revista Prazeres da Mesa o título de personalidade da gastronomia nacional. Sem contar as diversas vezes em que foi escolhido o melhor chef de BH, segundo concursos de revistas especializadas em gastronomia.

FOTOS DIVULGAÇÃO/ VECCHIO SOGNO

Assembleia Legislativa, a casa do povo

Preservação. Tombado pelo Patrimônio Público Municipal, prédio abriga móveis raros, vitrais e obras de artes, como escultura de Amílcar de Castro

Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais é uma das edificações mais imponentes do Santo Agostinho. O Palácio da Inconfidência, que abriga o prédio, é tombando pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte desde 24 de junho de 2009. Assim como seus mobiliários e os vitrais da capela, escultura de Amílcar de Castro e painel de madeira localizado na sala do Presidente.

Há ainda um pau-brasil plantado no Largo da Bandeira e um mural da descoberta do Brasil ao ciclo mineiro do café, também denominado no Dossiê de Tombamento da Prefeitura de Belo Horizonte por Mural Minas do século XVII ao século XX.

Logo na entrada do Palácio da Inconfidência, fica o Centro de Atendimento ao Cidadão (CAC), que dá orientações e esclarece dúvidas do visitante. Neste pavimento, acessa-se as galerias superiores do Plenário e o Espaço Político-Cultural Gustavo Capanema, que é formado pelo Teatro, pela Galeria de Arte e pelo Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira. É composto pelo

Hall das Bandeiras e pelo hall principal, onde está a Tribuna Popular.
No térreo estão também os gabinetes do presidente e do 1º-secretário da Assembleia, além do Salão Nobre, espaço usado para recepcionar autoridades e que, assim como a Sala da Presidência.

CENTRO DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO

O Centro de Atendimento ao Cidadão (CAC) é o setor da Assembleia Legislativa de Minas Gerais responsável por fornecer informações sobre as atividades institucionais, a tramitação de projetos, a legislação mineira e federal e jurisprudência.

Além disso, o CAC recebe sugestões e denúncias que são encaminhadas para análise das comissões permanentes, facilitando a interlocução da sociedade com o Poder Legislativo. O Auditório José Alencar Gomes da Silva é mais um espaço de participação popular na Assembleia de Minas.

Localizado próximo ao Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira, o novo espaço atende à prioridade do Direcionamento Estratégico do biênio 2017-2019 de melhorar a infraestrutura da Assembleia para a realização de eventos.

Leia também: BH Minha Cidade: Mangabeiras

POLÍTICO-CULTURAL

O Espaço Político-Cultural Gustavo Capanema (EPC) foi inaugurado em 1992 e é formado pelo Teatro, pela Galeria de Arte e pelo Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira (integrado pelo Hall das Bandeiras e pelo hall principal, onde está a Tribuna Popular). Esses espaços recebem diversas manifestações culturais, como peças de teatro, apresentações musicais, exposições, feiras de artesanato e manifestações populares. Saiba mais sobre a ALMG Cultural.

O Teatro da Assembleia foi projetado pelo arquiteto Álvaro Hardy e tem capacidade para 145 pessoas.

A Galeria de Arte tem 250 m² de área útil, com pé direito de 7 metros, e é ocupada com exposições de artes plásticas e de artesanato; mostras educativas e culturais que integram a agenda institucional da ALMG; e lançamentos de obras literárias.

Na Galeria, está o mural da artista plástica Yara Tupynambá que conta a história de Minas Gerais. A restauração e a transposição do painel para o local fazem parte do projeto Memória do Legislativo Mineiro, do Direcionamento Estratégico Assembleia 2020.

Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira é o nome dado à entrada principal do Palácio da Inconfidência, que está voltada para a Praça Carlos Chagas. Ele é formado pelo hall principal, onde fica a Tribuna Popular; e pelo Hall das Bandeiras, onde está instalada escultura em ferro fundido do artista plástico mineiro Amilcar de Castro.

Na escultura, o triângulo dá passagem à representação popular, e o círculo simboliza a aliança da sociedade com o Legislativo. O local pode ser reservado por entidades e associações de classe para manifestações.

Coral ALMG
Geral

FOTOS ACERVO ALMG

Entrevista Clovis Oliveira

Para diretor do Colégio Santo Agostinho, a tradição agostiniana acredita na educação como um processo que se inicia com a própria pessoa

De um casarão com poucos alunos do início a uma das instituições de ensino mais importantes de Belo Horizonte e de Minas Gerais na atualidade. Assim é o Colégio Santo Agostinho, que de tamanha importância dá nome a um dos bairros mais conhecidos da capital mineira.

O colégio desde sempre tem uma educação baseada nos preceitos de Santo Agostinho, um dos mais importantes teólogos e filósofos nos primeiros séculos do cristianismo, cujas obras foram muito influentes no desenvolvimento da fé cristã e da filosofia ocidental. “Sempre estamos pela busca constante do conhecimento, cidadania e dignidade”, observa o diretor da escola, Clovis Oliveira.

Nesta entrevista ao JORNAL DA CIDADE, ele conta como tudo começou e a relação do colégio com a comunidade homônima.

JORNAL DA CIDADE A história do colégio está muito ligada ao bairro Santo Agostinho. Como tudo começou?

CLOVIS OLIVEIRA Nossa história começa em 1934 com apenas 75 alunos e uma única missão: oferecer uma educação baseada nos valores cristãos, na fraternidade, no conhecimento e no amor. Hoje, oito décadas depois, são mais de 3.500 alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio em uma constante busca por conhecimento, cidadania e dignidade. Em março de 1934, as atividades do Colégio tiveram início apenas para o sexo masculino, com 75 alunos. Primeiramente, em um imóvel alugado na Av. Olegário Maciel. Posteriormente, em uma sede própria construída na Av. Amazonas, sob a orientação do Padre Carlos Vicuña e inaugurada no dia 28 de março de 1936. Nos primeiros anos, o Colégio ministrava apenas o “Curso Ginasial”. Em 1958, o espaço foi ampliado com a construção de um prédio de quatro andares, com entrada pela rua Aimorés. Nele começou a funcionar um internato para alunos do Curso Secundário (2º grau). Um ano depois, iniciaram-se as atividades do Curso Primário e, em 1961, teve início o Pré-Escolar. Em 1973, houve uma grande mudança na vida do Colégio. O Corpo Discente que, até então, era formado apenas por alunos do sexo masculino, passou a receber meninas, com a matrícula inicial de 327 alunas. No ano seguinte, matricularam-se 1923 alunos, sendo 528 meninas.

Qual a relação do colégio com a comunidade do bairro que leva o seu nome?

No início, o Colégio Santo Agostinho era apenas um casarão, localizado na esquina da Av. Olegário Maciel com a rua Tupis, com salas de aula improvisadas e espaço suficiente para acomodar pouco menos de 80 alunos. Dois anos depois, o colégio deixou suas instalações provisórias e mudamos para nosso endereço definitivo: um quarteirão de 14 mil m², localizado no bairro que acabou sendo nomeado por causa da instituição: o bairro Santo Agostinho. Durante muitos anos, o colégio era até local de lazer para as crianças. A escola abria as portas aos sábados para as famílias. Assim como antigamente, continua influenciando o ritmo do bairro. No período de férias, algumas lojas nem abrem ou reduzem o horário de funcionamento.

O que o colégio faz/organiza para se integrar com maior intensidade e qualidade ao bairro?

Sempre que possível, o Colégio abre as portas para discussões com a comunidade em relação à segurança, por exemplo. O diálogo com a comunidade é constante.

O que o CSA faz para ser referência educacional do bairro Santo Agostinho?

Educar pessoas é missão para a vida toda, e diz respeito a toda comunidade. Por isso, o Colégio Santo Agostinho acredita no preceito “gente que forma gente”. A tradição agostiniana acredita na educação como um processo que se inicia com a própria pessoa, em sua inquietude e desejo de ser, conhecer, desenvolver-se como sujeito de sua história. Formar começa com o intuito de formar-se: descobrir e amadurecer suas capacidades, discernir valores e propósitos de vida, aprender e expandir os conhecimentos do mundo. Nesse processo de formar-se, a pessoa contempla a vida e o mundo, reconhecendo os saberes, as ciências, os costumes e aprendizagens que lhe antecederam, entendendo-se como parte integrante de uma comunidade. A escola é o espaço onde os saberes, tradições, sabedorias do passado e do presente convergem para auxiliar na formação das novas gerações. Assim, gente que forma gente se traduz de modo dinâmico no ensino, onde articulam-se os saberes acadêmicos e práticas pedagógicas dos professores, num diálogo permanente com as questões, perspectivas e demandas dos estudantes, num esforço comum de compreender o mundo e seus desafios. Desde a nossa fundação, nos preocupamos com o alto nível de capacitação dos nossos educadores. Por isso, nossa Gestão Escolar é formada por profissionais experientes e em sintonia com os novos desafios da educação.

FOTO DIVULGAÇÃO JC/CSA

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BH Minha Cidade: Caiçara, Padre Eustáquio e Carlos Prates https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/bh-minha-cidade-caicara-padre-eustaquio-e-carlos-prates/ https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/bh-minha-cidade-caicara-padre-eustaquio-e-carlos-prates/#comments Fri, 08 Nov 2019 22:00:59 +0000 https://www.jornaldacidadebh.com.br/?p=40666 Padre Eustáquio respira religiosidade História. Beatificado pela Igreja Católica, pároco holandês, que morou em BH, dá nome ao bairro O bairro Padre Eustáquio tem esse nome em homenagem ao religioso holandês que chegou ao Brasil nos anos 1920 (30 de […]

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Padre Eustáquio respira religiosidade

História. Beatificado pela Igreja Católica, pároco holandês, que morou em BH, dá nome ao bairro

O bairro Padre Eustáquio tem esse nome em homenagem ao religioso holandês que chegou ao Brasil nos anos 1920 (30 de agosto de 1943). Residiu em outras cidades, mas foi em Belo Horizonte que a obra do beato – ele foi beatificado após a sua morte – ganhou grande visibilidade.

Batizado com o nome de Humberto, Eustáquio van Lieshout SSCC nasceu em 1890 (dia 3 de novembro) na Holanda. Fazia parte de uma família de agricultores católicos holandeses em Aarle-Rixtel na província de Brabante do Norte.

Em 1903, foi matriculado na escola de latim de Gemert e, em 1905, foi transferido para a Congregação dos Sagrados Corações. Em 1913, através da profissão dos votos religiosos, tornou-se oficialmente um membro da congregação. Como irmão, adotou o nome religioso de Eustáquio e assim passou a ser conhecido.

Atendendo um chamado de seu superior, o padre Eustáquio van Lieshout veio como missionário ao Brasil em 1925
No dia 15 de julho de 1925, Padre Eustáquio e seus irmãos de Congregação chegaram em Romaria, no Triângulo Mineiro, onde assumiram a pastoral do santuário episcopal e da paróquia de Nossa Senhora da Abadia de Água Suja e das paróquias de São Miguel de Nova Ponte e Santana de Indianópolis, todas na Arquidiocese de Uberaba.

A Padre Eustáquio coube a função de vigário paroquial com prioridade de serviços de atendimento às comunidades da sede paroquial de Nova Ponte e de todas as suas capelas.

Em 26 de março de 1926, tornou-se reitor do Santuário de Nossa Senhora da Abadia, pároco das três paróquias citadas e da paróquia de Iraí de Minas e assumiu, também, as responsabilidades de conselheiro da Congregação dos Sagrados Corações no Brasil.

Em 7 de abril de 1941, Padre Eustáquio foi transferido para Belo Horizonte. Chegou na capital mineira sem alarde, já que era nacionalmente venerado como santo e taumaturgo.

Mesmo assim, logo nos primeiros dias de sua chegada na capital mineira, muitas pessoas o procuraram pedindo bênçãos e curas, na capela Cristo Rei, no bairro Celeste Império.

Em 9 de setembro de 1942, o então prefeito da capital, Juscelino Kubitscheck, que se considerava beneficiado por milagre conseguido por intercessão do Padre Eustáquio, doou à paróquia um terreno onde foi construída a Igreja dos Sagrados Corações, onde funciona até hoje.

O pároco ficou apenas 1 ano e 4 meses na capital, o suficiente para deixar raízes profundas na espiritualidade do povo belo-horizontino. Mas uma repentina febre alta interrompeu este intenso apostolado e em 30 agosto de 1943 faleceu, vitimado por tifo exantemático ou febre maculosa, também chamada de febre do carrapato. Seus restos mortais estão sepultados na própria igreja.

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Após sua morte, foi atribuída a ele a cura de um câncer de um devoto, constatada clinicamente e comprovada cientificamente. Esse relato consta no processo para sua beatificação, iniciado em 1997. Outros casos de curas e milagres também são relatados por várias pessoas.

A cerimônia de sua beatificação aconteceu ao dia 15 de junho de 2006, durante a 12ª Torcida de Deus, no estádio Mineirão, em Belo Horizonte, MG.

FOTOS ACERVO IGREJA PADRE EUSTÁQUIO

Aeroporto Carlos Prates forma futuros pilotos

No ar. Local tem vocação para aviação aerodesportiva, de pequeno porte e de helicópteros

O Aeroporto Carlos Prates iniciou suas atividades em janeiro de 1944, a fim de atender ao Aeroclube do Estado de Minas Gerais. Ele foi construído num terreno que fazia parte da fazenda Celeste Império, do Coronel Alípio de Melo.

Naquela época, o secretário de agricultura, Israel Pinheiro, cedeu uma sala da Secretaria de Agricultura, nas dependências da Feira de Amostras, local onde hoje funciona a Estação Rodoviária, para que o aeroclube pudesse funcionar.

Com a inauguração do Aeroporto Carlos Prates, a diretoria do Aeroclube de Minas Gerais fez gestões junto ao poder público para melhorar as condições do Aeroporto da Pampulha, que era uma base militar, ou para que fosse construído um novo aeroporto junto ao Carlos Prates para atender a aviação civil e comercial.

Em 1973, o Aeroporto Carlos Prates passou a ser administrado pela Infraero. A partir de 1995, a entidade intensificou suas ações para a consolidação do aeroporto.

Assim, ele ganhou a vocação para a aviação aerodesportiva, aviação geral de pequeno porte e a aviação de asa rotativa (helicópteros). Além disso, virou um pólo formador de profissionais da aviação.

Hoje estão instaladas e em operação escolas de aviação de asa fixa e rotativa, além do Aeroclube do Estado de Minas Gerais, responsáveis pela formação de profissionais da aviação.

FOTOS ACERVO ACP E SÉRGIO CARNEIRO

Cantinhos verdes

Lazer. Parque do Caiçara recebe córrego da Bacia do Rio das Velhas, enquanto o Maria do Socorro Moreira abriga até pista de skate

A região Noroeste, onde ficam os tradicionais bairros do Caiçara, Padre Eustáquio e Carlos Prates, caracteriza-se por ser uma região com comércio pujante e muitas áreas residenciais.

Mas há alguns “cantinhos” onde a população consegue ter um contato mais próximo com a Natureza e relembrar de uma Belo Horizonte verde que já não existe mais.

Também estão entre as poucas áreas de lazer para os bairros.

Um deles é o Parque Ecológico e de Lazer do Bairro Caiçara, também conhecido como “Parquinho”. Ele ocupa uma área de 11.500m2, originária da Fazenda Engenho Nogueira. Sua implantação, em 1996, contou com participação ativa da comunidade, por meio do Programa Parque Preservado.

Pelo parque passa o córrego Cascatinha, afluente do córrego Engenho Nogueira, da bacia do Rio das Velhas e do Rio São Francisco. Sua área é protegida por uma vegetação de Mata Ciliar com espécies nativas como açoita-cavalo, cedro, ingá, jequitibá e louro pardo. A fauna é composta por aves como bico-de-lacre, pica-pau, rolinha e sabiá, e pequenos mamíferos como micos e gambás.

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Como opções de lazer, o Parque do Bairro Caiçara oferece quadra poliesportiva, campo de futebol, equipamentos de ginástica e brinquedos, além de recantos para convivência e contemplação.

Existe na região ainda o Parque Maria do Socorro Moreira, implantado em 2000, numa área de aproximadamente 97.600 m2, cedida pela Infraero. Por isso, é também conhecido como Parque do Aeroporto Carlos Prates.

O local possui declividade variada, não existindo nascentes ou cursos d’àgua. A vegetação predominante é de gramíneas e algumas espécies ornamentais.

Como opções de lazer, o parque oferece pista de skate, campo de futebol, quadras e teatro de arena.

FOTOS DIVULGAÇÃO JC/PBH

Gastronomia raiz

Na mesa. De botecos e restaurantes regionais, Caiçara tem opções variadas para quem é bom de garfo

A gastronomia é um dos pontos de destaque do Caiçara, sejam botecos com petiscos incríveis ou restaurantes com pratos mais trabalhados. Neste quesito, os moradores do bairro não têm o que reclamar.

Uma das opções gostosas é o Restaurante Engenho Dedé, que completou um ano em outubro. Ele pertence a um grupo de Norte e Nordeste do País, com casas em Manaus, Belém e Fortaleza. Mas fincou pé em Belo Horizonte e seus donos até planejam em abrir uma outra unidade na capital, provavelmente na Zona Sul.

Em um ambiente confortável, amplo e decorado com elementos da cultura mineira, o Engenho Dedé abriga espaços como empório, choperia, cachaçaria, varanda, churrasqueira e espaços de lazer para as crianças (a Dedelândia.

Há alternativas no cardápio que vão desde o torresmo e o tropeiro, verdadeiras entidades da gastronomia mineira, até o legítimo bacalhau português, preparado em algumas variações, com um toque do norte do País.

Nesse extenso passeio sensorial, pode-se degustar a legítima carne de sol do Nordeste, o verdadeiro açaí do Pará, os peixes amazônicos, massas, queijos finos e carnes preparadas de maneira muito peculiar, que resultam, por exemplo, no joelho de porco e da picanha.

Dentro da loja, logo na entrada, estão expostos cerca de 300 tipos de cachaças variadas e mais de 30 marcas de cervejas artesanais. O detalhe é que, além das cachaças de qualidade de diversos selos, escolhidas a dedo pelos proprietários da casa e com um fornecedor exclusivo de Minas Gerais, há também bebidas produzidas por parceiros de peso, como a mineira Krug Bier.

Existem bebidas próprias da linha Dedé, como o chope Kzeiro, as cervejas do tipo Dunkel, Weiss e Lager, e cachaças de tipos variados. Destaques para a cachaça Jambucana e a Jambubier, que levam o toque de Jambu amazônico, uma erva usada no preparo da comida regional, de origem indígena, conhecida pelo seu efeito anestésico.

Mas o Caiçara tem seus “butecos raiz”. O Bar da Léia e o Bifão no Prato são neste estilo, mas o mais conhecido é mesmo Bar do Véio, que foi inaugurado em 1986 por Célio Stropp Fantini, hoje com 77 anos, o conhecido Véio.

Natural de Piau, da Zona da Mata mineira, veio para BH atrás de oportunidades. Trabalhou com a família inicialmente no ramo de relojoaria, mas não se adaptou. Comprou um caminhão para fazer carretos. A garagem da casa dele, no Caiçara, onde guardava o caminhão, deu lugar ao bar, aberto inicialmente num espaço reduzido, com duas portas, após a reforma inicial.

O cardápio inicial tinha picanha, espeto de frango com queijo e o peito de frango conhecido como “bomba” (recheado com bacon, presunto e queijo), pelo aspecto redondo, como se fosse mesmo um artefato explosivo.

Aí veio a primeira ampliação do bar, em 1996, com a criação de um salão anexo. O cardápio também ganhou mais opções, com pratos à la carte.

Com o advento do Concurso “Comida di Buteco”, em 2000, o Bar do Véio fez melhorias no salão, como a climatização e nas instalações sanitárias. Essas reformas, renderam premiações no quesito de melhor Higiene, nas edições de 2003/2004/2005 do “Comida di Buteco”.

Leia também: BH Minha Cidade: Barreiro

E, em 2007, o Bar do Véio acabou campeão geral do “Comida di Buteco” (avaliam petiscos, atendimento, higiene e temperatura da bebida). Os pratos que concorreram no festival passaram a também integrar o cardápio do bar.

Em 2009, foi feita nova ampliação, com a construção de um amplo salão aberto, do lado oposto ao do primeiro salão. Agora, o Bar do Véio tem capacidade para cerca de 100 pessoas.

O bar, atualmente, é gerenciado pelos quatro filhos do Véio – que se mudou para a Jaboticatubas, na Grande BH. São eles o Celinho, Wagner, Marcelo e Fabinho.

 

Entrevista com Zezito

Locutor mais importante do motociclismo nacional declara-se ao Caiçara, onde os vizinhos fazem parte da família

Na certidão de nascimento está escrito José Avelino dos Santos Filho. Só no papel mesmo, porque Zezito é como ele gosta de ser chamado – e é conhecido em todo o Brasil. Locutor mais importante do motociclismo nacional, o também radialista de 74 anos mora há 60 no Caiçara. “Aqui tem de tudo, só não tem mar”, brinca o sempre bem humorado morador ilustre, cujo lema “Nada me aborrece” é algo contagiante.

Começou na profissão por acaso. “Eu andava de moto com uma turma que gostava de acelerar. Certa vez tentei correr de motocross, a convite do presidente da Federação Mineira de Motociclismo, Chiquinho Laender, mas não levava jeito para a coisa”, lembra.

Apesar de não competir, assistia às corridas. Rato de provas de motocross e amigo dos pilotos, certa vez decidiu narrar o nome dos competidores que estavam na pista como prestação de serviço para o público. Não parou mais de narrar. “Acho que fui o primeiro a fazer isso no motociclismo nacional”, acredita Zezito, que hoje é um exemplo e ídolo para os novos locutores que surgem por aí – apesar de ainda estar na ativa.

Locutor de corridas no Brasil e também no exterior e dos principais torneios dos anos 1970 e 1980, como o Hollywood Motocross, Zezito tem outra marca registrada: apelidar os pilotos. Japonês Voador (Eduardo Saçaki), Loirinho Maravilha (Jorge Negretti) e Brazuca (Rodney Smith) são alguns que receberam um segundo nome.
Nesta entrevista ao JORNAL DA CIDADE, Zezito fala de sua relação com o Caiçara. Apesar de viajar muito – coisas da profissão – sempre “o bom filho à casa torna”.

Para sempre estar ao lado de sua família e dos vizinhos queridos.

JORNAL DA CIDADE Como foi sua chegada ao Caiçara?

ZEZITO Embora eu seja mineiro, eu me mudei ainda criança para o Rio de Janeiro, porque meu pai era militar do Exército Brasileiro. Uns dois anos depois que ele faleceu, minha mãe decidiu voltar para Belo Horizonte para a mesma casa onde moro até hoje, na Rua Hematita. Eu tinha uns 14 anos. Mas minha ligação com o Caiçara sempre foi forte mesmo quando eu residia no Rio, porque o fato da minha família morar aqui, vinha todas as férias para BH.

Como era a vida no Caiçara ?

O bairro era pouco habitado e as casas tinham horta e galinheiro. Embora eu estudasse no centro, tinha um colégio ao lado aqui de casa e acabei fazendo amizade com esta turma também. Por isso, conheço quase todo mundo, gente que está aqui há 30, 40 anos. O lema da rua e de parte do bairro é o seguinte: você dá um espirro, alguém traz o remédio; você põe o carro na rua para lavar, vem alguém ajudar; você abre uma cerveja, vira logo uma festa. É como se fossemos todos da mesma família.

Na sua infância e adolescência, qual era a diversão?

Era tudo na rua. A gente jogava Finca, Bente Altas, e soltava pipa até 19h. Não podia passar desta hora senão ficava de castigo. Lembro também do Seu João, um, ex-combatente, que tinha um caminhão e todos os domingos ele enchia a caçamba de crianças para levar à missa na Rua Padre Eustáquio. Naquela época ninguém pensava que isso poderia ser perigoso. Certa vez, em um fim de semana, ele levou a gente para passear onde hoje fica o BH Shopping para catar gabiroba. Começou a ventar e chover e todos tivemos que sair correndo para entrar na caçamba novamente para voltar ao Caiçara. Era uma longa viagem (risos). Também assistíamos a partidas de futebol no campos de várzea, que ficavam lotado. Até a PM tinha que fazer policiamento por causa da quantidade de pessoas. A gente também frequentava o Vasco, um clube que existia aqui – o outro era o Santanense. Dois dos meus irmãos (são sete lá em casa), que hoje beiram os 80 anos, eram convidados para fazer apresentação de rock` n roll. E, claro, eu e uma outra irmã minha íamos também para dançar.

Então o Caiçara ainda preserva os ares de interior?

Todo mundo se conhece e quer o bem do vizinho mais próximo. Sempre procurei ser solícito e amável com todos. Gosto de ajudar uma pessoa mais velha a atravessar a rua ou a levar suas compras do supermercado para a casa dela. Certa vez fiz a assinatura durante seis meses de jornais de BH, Rio e São Paulo para um grupo de aposentados que marcavam ponto todos os dias no mesmo lugar, próximo a um dormente de linha de trem. Eles nunca souberam quem fazia aquela cortesia.

Você acha o Caiçara um bairro completo? O que falta na sua opinião?

Só não tem praia (risos). Tem de tudo que gostamos por aqui e para todos os gostos. A 100 metros da minha casa tem igreja evangélica, culto de testemunhas de Jeová, centro espírita e terreiro de candomblé. É um bairro ecumênico. Além dos supermercados e sacolões. Só no quarteirão da Rua Hematita existem quatro barbearias e três bares.

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BH Minha Cidade: Floresta https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/bh-minha-cidade-floresta/ https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/bh-minha-cidade-floresta/#comments Sun, 03 Nov 2019 15:30:55 +0000 https://www.jornaldacidadebh.com.br/?p=40322 Berço de BH História. Floresta foi um dos primeiros bairros a surgirem na época da construção da nova capital A história do bairro Floresta se confunde com a de Belo Horizonte. Isso porque ele foi um dos primeiros a surgirem, […]

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Berço de BH

História. Floresta foi um dos primeiros bairros a surgirem na época da construção da nova capital

A história do bairro Floresta se confunde com a de Belo Horizonte. Isso porque ele foi um dos primeiros a surgirem, com a finalidade de abrigar os operários que trabalhavam na construção da nova capital. Naquela época, suas casas eram simples, feitas de zinco, e se localizavam próximas à Avenida do Contorno.

Com o tempo, os barracões foram sendo demolidos e deram lugar a grandes casarões de imigrantes europeus. Alguns dos sobrados eram sedes de chácaras que abasteciam BH com produtos hortigranjeiros. Prova disso é que a atual praça Comendador Negrão de Lima era, no passado, a chácara do comendador de mesmo nome.

A nomenclatura Floresta tem origem controversa. Alguns dizem que se deve ao fato de o local ter abrigado uma grande mata. Outros acreditam que o bairro foi batizado graças à fama do Hotel Floresta, construído em 1897, na Avenida do Contorno. Há também uma terceira versão, que credita o nome a um agitado botequim pertencente a um espanhol chamado Floresta.

Desenvolvimento

Quando foi fundado, pode-se dizer que o bairro Floresta era um tanto marginalizado. Apesar da proximidade com o Centro, o local só começou a se desenvolver a partir de 1905, com a chegada de uma linha de bonde, que intensificou o comércio entre as avenidas Assis Chateaubriand e Contorno.

O icônico Viaduto da Floresta (cuja história completa você confere na última página deste caderno) foi inaugurado entre as décadas de 1920 e 1930, para facilitar o acesso ao bairro. Já a Rua Itajubá passou a ser referência como ponto de lazer. Lá, eram realizados bailes de Carnaval, exibidas sessões no extinto Cine Floresta (inaugurado em 1915 e fechado em 1955), além de ser local certo para o famoso “footing”: o flerte da década de 1920.

Vanguarda

Apesar de tradicional, o bairro Floresta também conseguiu a marca de vanguardista. Isso porque foi o primeiro de BH a ter um imóvel construído fora dos limites da Avenida do Contorno. Era a Casa do Conde de Santa Marinha, próxima à Praça da Estação e um importante centro cultural, a Funarte (saiba mais no box). A sede da propriedade, na Rua Leonídia Leite, foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais e continua preservada.

Até hoje, quando passeamos pelas ruas do bairro, é possível ter uma ideia do seu passado. Ainda há vários monumentos, como casarões, e ruas estreitas, que conservam as características do século passado.

Por lá, os ares são de interior, mesmo estando tão próximo ao Centro e abrigar uma das mais movimentadas avenidas da cidade, a Contorno. A tranquilidade do bairro, no entanto, contrasta com o burburinho do comércio local, vasto e variado. O Floresta é assim: reúne tradição e modernidade e se mostra um verdadeiro museu a céu aberto contendo nuances da história da capital mineira.

Moradores ilustres

Nomes importantes da história brasileira habitaram o bairro Floresta. Algumas das personalidades foram os poetas Carlos Drummond de Andrade e Pedro Nava, e os compositores Noel Rosa e Rômulo Paes, autor do célebre verso: “Minha vida é esta, subir Bahia, descer Floresta”.

O famoso verso de Rômulo Paes é tão tradicional em BH que foi imortalizado em um monumento localizado na Rua da Bahia. Sua inspiração foi o bonde que subia a rua no sentido Santo Antônio e descia depois, na direção do Floresta. Rômulo Paes foi autor de várias composições, além de ter sido o responsável por batizar o Kaol, tradicional prato do Café Palhares, composto por cachaça, arroz, ovo e linguiça.

Casa do Conde

A Casa do Conde foi construída em 1896 com o objetivo de servir de residência ao construtor e industrial Antônio Teixeira Rodrigues, conde de Santa Marinha, que trabalhou na edificação da capital mineira. A casa testemunha a ascensão e a decadência do transporte ferroviário em Belo Horizonte. Às margens da linha férrea que chega ao Centro, o palacete centenário, administrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), está localizado no conjunto arquitetônico e paisagístico da Praça Rui Barbosa.

O imóvel é tombado pelo Estado e pelo município como patrimônio histórico e ocupa uma área de 37 mil metros quadrados, com cinco galpões, oito salas e estacionamento com 600 vagas. No início do século XX, o imóvel e os galpões não só abrigavam a família do conde como também atividades relacionadas ao trânsito de mercadorias.

Poucos anos depois da morte do conde, em 1900, o palacete foi modificado para se adaptar às necessidades de cada usuário. Entre 1903 e 1909, abrigou o Colégio Santa Maria. Em 1911, a edificação foi ocupada pela Seção do Café. Em meados da década de 1910, o segundo pavimento passou a ser moradia do intendente da Rede Ferroviária.

Após a extinção da Central do Brasil e a criação, em 1957, da Rede Ferroviária Federal, a Casa do Conde voltou a abrigar unidades da Superintendência Regional de Belo Horizonte, quando foi montado o Museu Ferroviário, que permaneceu no local até setembro de 1996.

Em 1999, a Rede Ferroviária transferiu para o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), por meio de convênio, a responsabilidade pela manutenção e preservação do espaço. Uma série de eventos culturais foi realizada no local e, atualmente, o complexo é ocupado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), responsável pela administração dos cinco galpões e da área destinada a eventos.

Cartões-postais do bairro

Marcos. Viaduto da Floresta e Rua Sapucaí são dois dos principais pontos históricos e culturais do Floresta

Inaugurado em outubro de 1937, o Viaduto da Floresta foi construído sobre as linhas férreas da Central do Brasil e da Rede Mineira de Viação. O objetivo foi solucionar os vários acidentes que ocorriam nos cruzamentos dos bondes com a estrada de ferro. Sua inauguração foi bastante prestigiada, contando com a presença do governador da época, Benedito Valladares, e do prefeito Otacílio Negrão de Lima.

Pouca gente sabe, mas o nome atribuído ao Viaduto da Floresta pelo prefeito Juscelino Kubitschek, em setembro de 1945, foi Viaduto dos Viajantes. Segundo o Decreto nº 165/1945, a nomenclatura buscou homenagear os viajantes e representantes comerciais, responsáveis por auxiliar o comércio e trazer progresso econômico e político.

Em 2002, o então prefeito Fernando Pimentel renomeou o viaduto, que passou a se chamar Viaduto Jornalista Oswaldo Faria. O homenageado que batizou a estrutura era um dos principais radialistas esportivos do País e morreu na França, no ano 2000, após complicações do pós-operatório de uma cirurgia de vesícula. Oswaldo Faria fez carreira na rádio Itatiaia e era pai do também jornalista Bob Faria, da TV Globo.

Histórico

O Viaduto da Floresta, ao lado do de Santa Tereza, é tombado pelo patrimônio histórico municipal. A área próxima a ele é considerada uma das mais antigas do bairro e ele é caminho direto para a área central da capital.

Em 2002 foram realizadas obras de recuperação das áreas deterioradas debaixo do viaduto, com aplicação de um sistema de proteção superficial e retirada dos trilhos de ferro. Além de melhorar a fluidez no trânsito local, a obra permitiu o resgate da história da cidade e a preservação de um patrimônio cultural.

Por dia, mais de 40 mil automóveis passam pela estrutura. Os dados são da Pesquisa Origem Destino, feita pelo Governo do Estado a cada dez anos e realizada pela última vez em 2012. O horário de pico é das 7h às 8h, quando foram contabilizados 2.700 carros, ônibus e caminhões transitando por lá. Foto Cadu Rocha/Google

Polo gastronômico

Outro cartão-postal do bairro Floresta é a Rua Sapucaí. Com vista para o Centro da cidade, a rua se tornou um verdadeiro polo gastronômico e cultural de BH. O processo de recuperação do local começou em 2012 e, hoje, diversos estabelecimentos de renome ocupam os prédios históricos da rua.

A bonita vista do local é garantida por sua proximidade com a linha férrea. Apenas uma pequena mureta divide o espaço entre a rua e a linha, configurando um verdadeiro mirante. De lá, é possível apreciar o belo conjunto arquitetônico da Praça da Estação e o trabalho visual do Circuito Urbano de Arte – Cura, que pinta murais gigantes nas paredes laterais de alguns prédios do Centro da cidade.

Sendo assim, o Circuito Urbano de Arte deixa como legado para a capital mineira o primeiro mirante de arte urbana do mundo. O local já se tornou ponto turístico, frequentado ao longo de todo o ano por milhares de pessoas, e ganhou da Belotur, em dezembro de 2018, duas lunetas fixas e públicas, melhorando a experiência de apreciação da coleção dos murais gigantes do Cura.

Pioneira de Minas

Vanguarda. TV Itacolomi foi o primeiro canal de Belo Horizonte e funcionou na Avenida Assis Chateaubriand até o encerramento das suas transmissões

A primeira concessão de um canal de TV na capital mineira data de 1951. Pertencente aos Diários Associados, a permissão foi dada pelo Governo Federal à Rádio Guarani, criando, assim, a TV Itacolomi, fundada por Assis Chateaubriand e afiliada à Rede Tupi.

O estúdio foi construído, primeiramente, nos 23º e 24º andares do Edifício Acaiaca, no Centro, e o canal 4 foi oficialmente inaugurado em novembro de 1955. A estação mudou de endereço anos depois, instalando-se na Avenida Assis Chateaubriand, onde hoje se encontra a TV Alterosa.

O primeiro noticiário fixo da TV Itacolomi foi o “Repórter Real”, apresentado por Milton Panzi. Nos anos 1960, vieram os programas de auditório de Fernando Sasso e Dirceu Pereira. Entre as coberturas mais emblemáticas da TV estão os registros da “tragédia da Gameleira”, em 1971, do incêndio no Cine Palladium, no ano seguinte, e da visita do Papa João Paulo II, em 1980.

Foi ainda na década de 1980 que a TV Itacolomi encerrou sua programação. Agentes do Departamento Nacional de Telecomunicações lacraram a antena transmissora na Serra do Curral, por determinação de um decreto assinado pelo então presidente da República, João Batista Figueiredo, que cassava a concessão dos canais pertencentes à Rede Tupi de Televisão em todo o País.

Depois da extinção, o canal 4 de Belo Horizonte foi outorgado para a Rede Manchete de Televisão, recebendo a nomenclatura de TV Manchete Minas. Em 1999, sua concessão foi vendida para o grupo TeleTV, atual RedeTV.

TV Alterosa

Pode-se dizer que a TV Alterosa era uma emissora irmã da TV Itacolomi. Além de retransmitir a programação da Rede Tupi de Televisão e se valer do alcance da TV Itacolomi em Minas Gerais, a TV Alterosa também transmitiu alguns programas da Rede Unidas de Rádio e Televisão, do empresário paulista Paulo Machado de Carvalho – que mais tarde mudou o nome do grupo para Rede de Emissoras Independentes.

Com o súbito fechamento da TV Itacolomi em 1980, a TV Alterosa passou a receber maiores investimentos do Sistema Estaminas de Comunicação – braço dos Diários e Emissoras Associados em Minas Gerais – e assumiu como sede o antigo prédio da TV Itacolomi, no bairro Floresta, além da antena de transmissão, na Serra do Curral.

Algum tempo depois, a TV Alterosa filiou-se ao Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) logo após a sua fundação, realizada por Silvio Santos em 1981 – condição que mantém até hoje. Foi neste período que programas como “Clubinho da Tia Dulce” – pioneiro no formato de programas de auditório infantis no Brasil – e “O povo na TV”, apresentado por Dirceu Pereira, tornaram-se grandes sucessos de audiência entre o público mineiro.

Em 1996, a TV Alterosa instalou um sistema digital de transmissão e passou a difundir seu sinal para um número maior de cidades mineiras através do satélite Brasilsat B1, incentivando a divulgação de programações locais. Sob o slogan “A TV que o mineiro vê”, as transmissões regionais da Rede Alterosa chegam hoje à grande maioria dos municípios mineiros, a partir de cinco emissoras próprias: além da pioneira TV Alterosa Belo Horizonte, TV Alterosa Divinópolis, Juiz de Fora, Varginha e TV Alterosa Leste, com sede em Manhuaçu.

Atualmente, o prédio na Avenida Assis Chateaubriand abriga não só a sede da TV Alterosa em BH, como também o Teatro Alterosa.

Entrevista com Wagner Espanha

Bate papo. Diretor comercial e de marketing da RecordTV Minas conta detalhes da relação da emissora com o bairro Floresta

Fundada em 1991 em Belo Horizonte, a RecordTV Minas faz parte da segunda maior emissora de TV do País, o Grupo Record TV. Hoje, são quase 300 colaboradores trabalhando para manter a posição de vice-líder consolidada de audiência na Grande BH.

Com tanto sucesso, não é exagero dizer que a RecordTV Minas é um marco e um motivo de orgulho para o bairro Floresta, que abriga sua sede desde a fundação. Para o diretor comercial e marketing da RecordTV Minas, Wagner Espanha, o Floresta é estratégico e tradicional: ele “possibilita o acesso rápido a diversas áreas da cidade (…) e tem infraestrutura completa de serviços, lazer e gastronomia”, destaca.

Em entrevista ao JORNAL DA CIDADE, Wagner conta um pouco da história da RecordTV Minas e revela a relação da emissora com o tradicional bairro de BH. confira:

JORNAL DA CIDADE Quando a RecordTV Minas se instalou no bairro Floresta e por que foi escolhida essa região? Conte um pouco da história da RecordTV Minas.

Wagner Espanha A emissora instalou sua sede própria no bairro Floresta nos anos 2000. A escolha do bairro se deu devido à sua localização central, pois possibilita o acesso rápido a diversas áreas da cidade, facilitando o deslocamento da equipe de jornalismo. Também pelo fato de ser um bairro tradicional e com infraestrutura completa de serviços, lazer e gastronomia, que auxilia o dia a dia de todos os colaboradores que trabalham na sede da RecordTV Minas.

Fundada em 12 de maio de 1991, a RecordTV Minas integra desde 1993, o rol de filiadas do Grupo Record TV, segunda maior emissora de televisão do país. Atualmente, conta com cerca de 280 colaboradores e é vice-líder consolidada de audiência na Grande BH. É uma das principais e mais modernas filiadas do Grupo, opera totalmente em HD, desde 2015, e possui o que existe de mais avançado no setor audiovisual.

O que o bairro Floresta tem de melhor?
O bairro é considerado um dos mais tradicionais de Belo Horizonte e chama a atenção por conservar diversos espaços que fazem parte da sua história. Um dos exemplos é o viaduto Santa Tereza, um dos símbolos mais marcantes da capital mineira que está localizado no bairro. A Praça Comendador Negrão de Lima, tombada pelo Patrimônio Cultural do Município, é outro exemplo. O bairro também abriga a sede do Giramundo, referência nacional em teatro de bonecos, a loja Lalka, primeira fábrica de balas da cidade, e a sorveteria Universal, uma das mais antigas de Belo Horizonte.

Dentre esses estão diversos outros pontos que fizeram e fazem a história do bairro. Na minha opinião, em função da sua localização central, ele se desenvolveu rapidamente e possui uma excelente infraestrutura, com bancos, escolas, faculdades, farmácias, academias, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais, distribuídos por suas ruas e avenidas. Isso facilita muito o dia a dia de quem trabalha na região.

De que forma a RecordTV contribui para o desenvolvimento do bairro Floresta?
Acreditamos que pelo fato de a RecordTV Minas possuir mais de 280 colaboradores em seu quadro de funcionários, ela contribui com a economia local e fomenta o comércio do bairro. Por ser referência no estado, a empresa gera visibilidade da região no cenário econômico, comprovando a importância da presença da emissora para o desenvolvimento local.

A TV realiza ações para estreitar o relacionamento com a comunidade do seu entorno?
A emissora realiza, constantemente, parcerias com estabelecimentos do bairro Floresta e região, buscando divulgar o comércio local e estreitar o seu relacionamento com a comunidade local e seus comerciantes. São restaurantes, lojas de diversos segmentos, escolas de idiomas, entre outros, que oferecem descontos especiais para os colaboradores da emissora.

Quais as conquistas mais marcantes da RecordTV Minas desde sua fundação?
Desde 1991, a emissora leva entretenimento e informação de qualidade para mais de 18,6 milhões de mineiros em 584 municípios. Vice-líder isolada há mais de três anos, alcançamos, diariamente, 75 mil telespectadores a mais que a terceira colocada.

Em maio de 2018, a RecordTV Minas alcançou a maior média/dia da sua história, com 11 pontos de audiência, isso significa que levamos informação a mais de 1,9 milhão de pessoas somente na Grande BH.

Também em 2018, o nosso jornalismo conquistou o primeiro lugar na categoria ‘Televisão’, do Prêmio CDL/BH de Jornalismo.

Assumimos o compromisso de entregar informação comprometida com a verdade e entretenimento de qualidade, além de realizarmos ações que ampliam nosso contato com os telespectadores para além da TV. Apoiamos eventos, promovemos concursos culturais para interagir com o público e realizamos ações de aproximação com nossos steakholders.

A programação, das primeiras horas ao fim do dia, é pensada com profissionalismo e dedicação para entregar as informações mais úteis e o melhor entretenimento para toda a família. A RecordTV Minas produz, semanalmente, mais de 30 horas de jornalismo local para levar ao telespectador informação em primeira mão, com imparcialidade e credibilidade.

O sucesso da programação nacional da RecordTV também prende a atenção do público mineiro, os programas de auditório e entrevistas, além das superproduções como as novelas Apocalipse, Jesus, Os 10 Mandamentos; e reality shows, produzidos pela rede, são sucesso nacional.

Qual o maior diferencial da RecordTV, na sua opinião?

Em um cenário onde as pessoas têm à disposição diversas opções de entretenimento e de acesso à informação, provamos que o diferencial é ser parceiro do telespectador, produzindo uma programação diversificada, com qualidade, verdadeira e próxima dos mineiros.

A RecordTV Minas é a emissora mais mineira, eleita pelos próprios mineiros. Com um jornalismo imparcial e comprometido com a verdade, acompanhado por um time de peso que fala a língua dos mineiros, a emissora possui a maior programação local, com mais de 30 horas semanais de conteúdo. Além disso, produzimos informação com credibilidade, prestando serviços de qualidade à sociedade e contribuindo para a formação de cidadãos críticos e atuantes.

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Dos tempos do Curral Del Rey

História. Mais antiga que Belo Horizonte, Venda Nova foi pouso dos tropeiros que transportavam mantimentos para as minas de ouro

Apesar de pertencer hoje a Belo Horizonte, Venda Nova é mais antigo que a própria capital de Minas. Distrito da Vila de Curral Del Rey, pertencia a Sabará, assim como vários outros municípios da atual Grande BH.

Venda Nova foi fundada em 1711 como pouso de tropeiros que passavam pelo local e transportavam gado e mercadorias vindos da Bahia, seguindo o Rio São Francisco e depois o Rio das Velhas para abastecerem de mantimentos as minas de ouro.

O distrito de um modo geral tinha um certo peso político no século 19, pois elegia representantes junto às sedes. Também tinha o direito de sediar campanhas de Ordenança (policiamento), igreja, padre e até juiz.

Leia também: BH Minha Cidade: Barreiro

A religiosidade de Venda Nova vem desde os seus primórdios, dizem os historiadores. Já no início do século 19 foi construída a primeira matriz de Santo Antônio, padroeiro da região, que se tornou um elemento cultural fundamental para a tradição local.

O nome Venda Nova, desde os tempos do Brasil Império, deve-se ao grande volume de pontos comerciais. A lenda popular diz uma construção de uma venda maior e mais aprazível, em comparação a uma venda velha que existia no arraial, fez com que todos, moradores e viajantes, passassem a expressar algo como “vamos lá na venda nova”, sempre quando se referiam à localidade.

Na década de 1890, quando o antigo Curral Del Rey se tornou Belo Horizonte, Venda Nova foi integrada à a capital de Minas Gerais.

Em 1938, o distrito vendanovense passou a pertencer a Santa Luzia, deixando Belo Horizonte sem boa parte de seu território norte. Mas dez anos depois, Venda Nova foi desmembrada de Santa Luzia e anexada definitivamente à Belo Horizonte através de uma lei estadual.

Em 1962 houve até um movimento para que Venda Nova se tornasse um outro município, mas resistências políticas e religiosas da época impediram esta emancipação.

A região que já pertenceu a duas outras cidades antes se integrar a Belo Horizonte, hoje é uma das mais populosas da capital. E sua população deve se orgulhar em morar em um distrito autossuficiente, completo e desenvolvido, que sedia, atualmente, o centro principal da gestão estadual: a Cidade Administrativa. FOTOS ACERVO PBH

VENDA NOVA EM NÚMEROS

  • ÁREA: 28,3 Km2
  • POPULAÇÃO: 250 mil (aproximada)
  • EMPRESAS INSTALADAS: 15.000
  • ESCOLAS: 29 (municipais), 17 (EMEI), 8 (creches conveniadas)
  • SAÚDE: 17 (Centros de Saúde), 1 (Farmácia Distrital), 1 (Central de Material Esterilizado), 1 (Centro de Reabilitação), 1 (Centro de Referência em Saúde Mental /CERSAM) e 1 (Centro de Convivência para portadores de sofrimento mental), 1 (UPA) e 1 (Hospital de Pronto Socorro – Risoleta Neves)

FONTES: PBH e GOVERNO DE MG

 

1-Paróquia Santo Antônio de Venda Nova em 1940:  cemitério no alto era cercado por muros FOTO ARQUIVO PESSOAL NILZA MIRANDA
2- Rua Padre Pedro Pinto em 1910 FOTO ACERVO PBH
3- Vila acanhada virou uma das maiores regiões de BH FOTO ACERVO PBH
4- Já nos anos 1970 a avenida Pedro I se tornara um dos principais corredores da capital FOTO ACERVO OTÁVIO HUGO FROTA

Referências religiosas, culturais e ecológicas

Atrativos. Região apresenta casarão tombado, segundo maior parque de BH e um dos maiores centros de lazer da América Latina

Aos 309 anos, Venda Nova é, ao mesmo tempo, uma região de Belo Horizonte e um distrito. A Rua Padre Pedro Pinto é o principal centro comercial da região e possui aproximadamente seis quilômetros de extensão, cortando a região até o município de Ribeirão das Neves. A Avenida Vilarinho, paralela com a rua Padre Pedro Pinto, é também um importante centro comercial.

Mas apesar de sua vocação comercial, Venda Nova tem suas referências, algumas históricas. Uma delas é a Paróquia de Santo Antônio, que fica na Praça da Matriz, e se encontra em obras.

A paróquia é a mais antiga da regional e passa por intervenções e demolições desde o século passado. Em uma delas, o famoso Padre Pedro Pinto, responsável pela igreja entre 1924 e 1953, demoliu o antigo templo de dois campanários e construiu outro no lugar, que veio a existir até o início da década de 2000.

Em 2015 começaram as atuais intervenções, já sob o comando do Padre José Alves de Deus (Pe. Zezinho). É uma obra arrojada e moderna. A primeira etapa já foi concluída, graças a doações dos fiéis.

Mas muitos eventos estão sendo executados pelos grupos, movimentos e pastorais paróquia, a fim de auxiliar na construção. ​A fase atual consiste na construção de três pórticos e 28 pilares que darão sustentação ao telhado. Esta etapa veio seguida da concretagem de 937m2 de laje, uma da etapas mais caras até o momento.

1-Casarão: Com características do século 19, o casarão mantido pelo Centro de Referência da Memória de Venda Nova é o único tombado da região. Foi construído para ser sede de uma fazenda nos tempos de Curral del-Rei. Seu interior possui tábuas de madeira, forro pintado de branco e piso de ladrilho hidráulico da varanda. Consumido por um incêndio em 2007, foi reconstruído com a ajuda da população. Além de ser uma bela construção antiga, o casarão possui salas, exposições de cerca de 300 fotos que contam a história da região e instrumentos da primeira corporação musical de Venda Nova, de 1925.

FOTO DIVULGAÇÃOJC/CRMVN

ONDE? Rua Boa Vista, esquina com Rua Padre Pedro Pinto

2- Sesc: O Serviço Social do Comércio de Venda Nova é um dos maiores centros de convenções e lazer da América do Sul, que abriga um grande complexo esportivo, cinema, dois teatros, biblioteca, galeria de arte, restaurante, um centro de convenções que atrai turistas de várias cidades. Seleções de futebol de vários países, inclusive a brasileira, já treinaram em um de seus gramados. Oferece ainda trilhas leves e divertidas, inclusive para as crianças. Este Sesc se destaca pela diversidade de atrações e por sua estrutura de hospedagem. As acomodações variam entre chalés e apartamentos dispostos em casas executivas e a recepção funciona 24 horas por dia.

FOTO TARCÍSIO DE PAULA

ONDE? Rua Maria Borboleta, s/nº

3-Centro Cultural: Foi construído com recursos do Orçamento Participativo e surgiu como um espaço de desenvolvimento e incentivo à cultura em Venda Nova. O local promove atividades de formação da cidadania e artística, valoriza e fortalece identidades culturais locais, além de viabilizar o intercâmbio entre grupos culturais da capital e de outras localidades. Com 500 m² de área construída, o espaço conta com biblioteca, sala de exposições, anfiteatro, auditório com camarins, administração e uma extensa área externa arborizada e ajardinada de 3.400 m².

 

FOTO DIVULGAÇÃO JC/CENTRO CULTURAL DE VENDA NOVA

ONDE?  Rua José Ferreira Santo, 184

4-Parque Serra Verde: Segundo maior parque da capital (perde apenas para o das Mangabeiras), o Parque Estadual Serra Verde tem uma área de 142 mil m2.  Próximo da Cidade Administrativa, ele tem grande importância na conservação dos recursos naturais da região, com diversas nascentes, lagoas e faz parte da cabeceira do Córrego Isidoro. Ele oferece atividades de pesquisa, integração com seu entorno e educação e interpretação ambiental, através de agendamento de grupos de interessados. Sua programação inclui passeios ecológicos guiados através de trilhas.

ONDE? Rua Cavalariça, 99

 5- Shopping Estação:  Inaugurado há sete anos, o Shopping Estação BH oferece um mix diversificado para compras, lazer e entretenimento. Em uma área de mais de 140 mil m2 há mais de 200 lojas que representam uma taxa de ocupação de 99% do empreendimento, gerando cerca de 2.000 empregos diretos e um fluxo diário de mais de 75 mil pessoas. Uma de suas atrações é o Teatro Estação Cultural.

ONDE? Av. Cristiano Machado, 11.833

Polo de ensino superior

Educação. Proximidade da Cidade Administrativa e de corredores importantes da cidade atraíram diversas faculdades para a Venda Nova

O desenvolvimento do Vetor Norte da capital, sobretudo com a construção da Cidade Administrativa e a mudança dos voos nacionais e internacionais (na marra) para Confins trouxeram um alento para Venda Nova. Principalmente na área de educação.

A região possui pelo menos 10 instituições de ensino superior com ofertas de diversos cursos de graduação, pós-graduação, extensão e ensino profissional.

A oferta de transporte, com a presença de uma das maiores estações do metrô dentro de um shopping e a transformação das avenidas Cristiano Machado e da Pedro I em corredores do Move (BRT) também foram gatilhos para que estudantes de BH e de cidades vizinhas procurassem as faculdades de Venda Nova.

As instituições, por sua vez, atentas à demanda aquecida fizeram unidade estruturadas, com opções variadas de cursos e com interação constante com a comunidade.

É o caso da unidade da Faculdade Pitágoras em Venda Nova que iniciou em 2019 um plantão psicológico, serviço gratuito de acompanhamento da saúde mental oferecido a alunos, funcionários e comunidade em geral até o final de novembro.

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Na clínica escola, estagiários e professores do curso de Psicologia acolhem os pacientes e, a partir da escuta, fazem o encaminhamento para a psicoterapia ou demais setores. O espaço físico disponibiliza de 12 consultórios preparados para realizar os atendimentos.

O projeto atende cerca de 140 pessoas diariamente. Ao todo, são dois estagiários plantonistas por turno, supervisionados por professores.

A unidade Pitágoras de Venda Nova começou as suas atividades em 2007, através de três cursos tecnólogos. Com o crescimento da região Norte de BH são ofertados hoje 18 cursos, dentre tecnólogos e bacharelados.

Outra instituição presente na região é a Faminas BH, com a disponibilidade de 10 cursos, incluindo Medicina e Odontologia. Seu campus possui central exclusiva de atendimento ao aluno, auditório para 200 pessoas, teatro para 700 pessoas, 70 salas de aula, biblioteca com acervo atualizado de livros e periódicos, laboratório de simulação realística da região, restaurante e lanchonete, área de convivência e mais de 1.000 vagas de estacionamento gratuito para atender os alunos e colaboradores.

Já a mais antiga faculdade de Venda Nova é a Escola de Engenharia Kennedy, com 49 anos de fundação e que já formou 15 mil engenheiros civis nesta trajetória.

Na área do ensino profissional e também com alguns cursos de graduação, a região possui uma unidade do Senac desde 2015. A instituição é a primeira unidade da rede construída a partir de conceito sustentável: no local há 12 placas para captação de energia fotovoltaica, e conta com aproveitamento da iluminação e ventilação naturais, captação de água para manutenção do jardim e limpeza geral, e instalação de temporizadores nas torneiras dos banheiros e descargas econômicas nos sanitários.

SALA DE AULA COM OPÇÕES

  • Centro Universitário Uninter
  • FGV Fundação Getúlio Vargas (Pós-graduação)
  • Faculdade Pitágoras
  • Faminas
  • Faculdade IBHES/FACEMIG
  • IBS Business School de Minas Gerais
  • Faculdades Kennedy
  • Instituto Metodista Izabela Hendrix
  • Una
  • Faculdade Senac
1-Pitágoras Venda Nova começou as suas atividades em 2007, através de três cursos tecnólogos FOTO DIVULGAÇÃO JC/PITÁGORAS
2-Faminas oferece mais de 10 cursos de graduação, incluindo Medicina e Odontologia FOTO DIVULGAÇÃO JC/FAMINAS BH  
3- O curso de engenharia civil das Faculdades Kennedy é o mais antigo da região FOTO DIVULGAÇÃO JC/KENNEDY
4- Senac Venda Nova é a primeira unidade da rede construída a partir de conceito sustentável FOTO DIVULGAÇÃO JC/SENAC

Entrevista com Nilza Silva de Oliveira Miranda

Aos 80 anos, a aposentada Nilza Silva de Oliveira Miranda lembra como se fosse hoje dos momentos em que conviveu com o padrinho Padre Pedro Pinto que, de tão importante para Venda nova, é nome da principal rua da região. “Ele era uma pessoa muito caridosa e carinhosa. Gostava de ajudar as pessoas”, conta.

Quando perdeu a mãe, nos anos 1940, Dona Nilza foi morar com o padrinho, assim como vários sobrinhos que ele assumiu, com dedicação, a pedido dos pais.

“Ti Pedro”, como as crianças o chamavam, criou a todos sob os princípios da fraternidade e da fé, aspectos que fazem parte da vida de D. Nilza até hoje.

Nesta entrevista exclusiva ao JORNAL DA CIDADE, ela relembra, com saudades, do padrinho ilustre.

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JORNAL DA CIDADE Por que a sra. foi morar com o Padre Pedro Pinto?

NILZA SILVA DE OLIVEIRA MIRANDA Ele era meu padrinho de batismo e minha mãe, antes de morrer, pediu para que eu fosse entregue ao meu padrinho para me criar, em 1943. Era comum isso na época.

Como foi a convivência da sra. com o Padre Pedro Pinto?

Ele teve muita influência na minha educação e na pessoa que sou hoje. Ele me incentivava muito, me ajudava nas minhas lições de latim, português e francês. Financeiramente ele não podia ajudar ninguém, pois era uma pessoa pobre. Naquela época, os padres não tinham salário e o que ganhavam vinha de doações dos fiéis e na celebração de missas.

Como era o Padre Pedro Pinto como pessoa e a relação dele com a família?

Ele era muito caridoso e carinhoso com a família, e com todos a sua volta. Porque o família dele morava no interior, perto de Congonhas do Campo, na Fazenda Três Barras, município de Santa Quitéria. E quando ele se formou foi nomeado vigário de São Braz de Suaçuí. Já naquela época, levou os sobrinhos para morar com ele, para eles poderem estudar e terem uma condição de vida melhor. E quando foi transferido para Belo Horizonte, trouxe um sobrinho de cada irmão e irmã com ele.

Como ele sustentava a todos se ele era uma pessoa pobre?

Ele tinha um pequeno sítio, onde plantava milho, feijão, batata e outros vegetais para o sustento dele e de todos que moravam com ele. Quando não estava na igreja, o padre vestia um guarda pó e um chapéu de palha e ia trabalhar na roça. Mas ele também recebia alimentos e outras doações dos fiéis das nove paróquias onde celebrava missa. E isso o ajudava muito também.

Como era a personalidade do Padre Pedro Pinto?

Tinha uma personalidade forte, mas era muito compreensivo, muito caridoso, gostava de ajudar todo mundo. Certa vez recebi um jornalzinho de um senhor de São Braz do Suaçuí, onde havia um texto sobre ele. Dizia – sem querer desmerecer outros padres – que o Padre Pedro Pinto foi o melhor e mais bem preparado pároco que havia passado pela igreja da cidade. Ele também era um exímio pregador.

A sra. acredita que o Padre Pedro Pinto era uma pessoa à frente do seu tempo?

Eu acho que sim. Só de pensar que os sobrinhos e sobrinhas deveriam estudar para ser alguém na vida já é uma visão moderna para a época. Além disso, ele foi o responsável pela povoação de Venda Nova, na medida em que doava pequenos terrenos que pertenciam à paróquia para que as pessoas construíssem suas casas. Então quando Venda Nova se formou de vez, ele se tornou muito querido.

A sra. se lembra quando ele morreu?

Sim, ele tinha 65 anos. Eu estava no colégio no dia e quando fiquei sabendo fui correndo para a casa paroquial. Ele tinha uma rotina de tomar café antes de ir para o sítio. Naquele dia, um senhor da comunidade (de nome Juvenal) apareceu cedo para comungar. Então o padre adiou sua refeição matinal para atendê-lo. Quando estava no confessionário, sentiu-se mal. Então o levaram para a casa até a chegada do médico. Padre Pedro Pinto rezava todos os dias depois da missa para não morrer de forma repentina, para que pudesse, antes, pedir perdão para Santa Bárbara e São Jerônimo. E suas preces foram atendidas, já que ainda ficou 40 minutos, após ter passado mal, antes de morrer. E por isso teve tempo para fazer suas orações com sua sobrinha Judith.

Como a comunidade reagiu com a morte dele?

Foi uma comoção enorme por toda Venda Nova. Deveriam ter umas 5 mil pessoas no enterro.

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BH Minha Cidade: Barreiro https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/bh-minha-cidade-barreiro/ https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/bh-minha-cidade-barreiro/#comments Sat, 19 Oct 2019 12:00:13 +0000 https://www.jornaldacidadebh.com.br/?p=39494 Desenvolvimento. Barreiro trocou seus ares rurais pelo desenvolvimento urbano e se transformou em cidade satélite de Belo Horizonte  A história oficial do Barreiro tem início em 1855, com a Fazenda Barreiro. Seu primeiro proprietário foi o coronel Damazo da Costa […]

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Desenvolvimento. Barreiro trocou seus ares rurais pelo desenvolvimento urbano e se transformou em cidade satélite de Belo Horizonte 

A história oficial do Barreiro tem início em 1855, com a Fazenda Barreiro. Seu primeiro proprietário foi o coronel Damazo da Costa Pacheco, que vendeu as terras para o major Cândido José dos Santos Brochado. Após a morte do major, sua família colocou o local à venda e a fazenda foi comprada por Manoel Pereira de Melo Vianna.

Por volta do ano de 1880, as terras foram divididas e formaram a Fazenda do Pião e a Fazenda do Barreiro. Esta última corresponde, hoje, à área dos atuais bairros Araguaia, Barreiro de Cima, Brasil Industrial, Cardoso, Conjunto Habitacional Flávio de Oliveira, Conjunto Habitacional Teixeira Dias, Diamante, Flávio Marques Lisboa, Milionários, Pongelupe, Santa Helena, Serra do José Vieira, Solar e Urucuia – todos parte da Regional Barreiro.

Quanto Aarão Reis chegou com sua equipe para construir a nova capital das Minas Gerais, ele foi conhecer a Fazenda Barreiro. Lá, encontrou imigrantes estrangeiros vivendo no local e cultivando produtos agrícolas. A qualidade da água da região chamou a atenção de Aarão Reis, que tinha interesse em utilizá-la para o abastecimento da capital.

Pensando nisso, o governo do Estado de Minas Gerais comprou a fazenda e ali criou a Colônia Agrícola do Barreiro. Para garantir a produção, o terreno começou a ser vendido a colonos brasileiros, italianos, portugueses e alemães.

Porém, por falta de investimento do governo estadual, a antiga colônia do Barreiro foi extinta. Os moradores, entretanto, continuaram por lá cultivando suas terras. Anos depois, em 1907, os recursos naturais do local mais uma vez chamaram a atenção das autoridades. Foi então que a Prefeitura criou uma nova colônia agrícola, chamada de Vargem Grande.

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Com isso, outras famílias começaram a se mudar para a região. Mesmo assim, o clima rural permanecia como característica principal do Barreiro. O clima agradável e o sossego atraíram os políticos mineiros, que construíram por lá o Palácio dos Governadores – local para descanso e realização de reuniões.

Foi só em 1948 que o desenvolvimento, de fato, chegou ao Barreiro, que foi transformado em cidade satélite de Belo Horizonte. Com isso, começaram a surgir várias indústrias e a região passou a ser mais povoada.

Os primeiros bairros da Regional Barreiro a se urbanizarem foram Araguaia, Barreiro de Cima, Brasil Industrial, Santa Helena e Milionários. Todos eles estão situados mais ao norte, próximos às fábricas que se instalaram na região.

Foi assim que as antigas plantações foram dando lugar a cada vez mais ruas e casas. A abertura da Via do Minério – também chamada Avenida Waldir Soeiro Emrich –, por exemplo, estimulou a ocupação de novos bairros, como Cardoso, Diamante, Flávio Marques Lisboa e Urucuia.

Esse grande crescimento local também estimulou a criação de ocupações irregulares, como a Vila Cemig, na década de 1970. Para solucionar o problema da falta de casas para a população da região, conjuntos habitacionais foram construídos por lá. Alguns deles são o Conjunto Habitacional Bonsucesso, o Conjunto Habitacional Flávio de Oliveira e o Conjunto Habitacional Teixeira Dias.

Fazenda do Pião

Assim como a Fazenda do Barreiro, a Fazenda do Pião deu origem a diversos bairros da regional: Bairro das Indústrias, Barreiro de Baixo, Conjunto Habitacional Átila de Paiva, Conjunto Habitacional João Paulo I, Maldonado, Novo das Indústrias, Olaria e a Vila Santa Margarida.

Foi lá que se instalaram as primeiras indústrias que trouxeram a urbanização para a região. O mesmo se deu com a porção mais a oeste, que faz divisa com a cidade de Contagem. A criação de várias fábricas por lá acabou influenciando no crescimento da Regional Barreiro.

Quando Belo Horizonte estava sendo construída, a Fazenda do Pião continuava produzindo café, milho, feijão, entre outros. Seus proprietários – membros da família Brochado – viviam por lá e mantinham o clima rural.

Porém, com a construção de uma estação de trem no local onde hoje fica a Estação BHBUS Barreiro, vieram novos moradores: os trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil. As moradias dos ferroviários foram construídas próximas à ferrovia e passaram a ser conhecidas como bairro Ferrugem. Já no final da década de 1910, a região da Fazenda do Pião registrava seu primeiro bairro.

Dez anos depois, outra novidade contribuiu para a ocupação da área. Um italiano da família Gatti comprou uma parte da Fazenda do Pião e criou uma pedreira e uma fábrica de cerâmica, para a produção de telhas e tijolos. O destaque do local era sua chaminé, que marca até hoje a paisagem do bairro Olaria.

Então, em 1948, com a criação da Cidade Satélite, o progresso começou a chegar de vez à região. Pouco tempo depois, a siderúrgica Mannesmann chegou e impulsionou mais ainda o crescimento dos bairros vizinhos.

Desenvolvimento

Com o passar do tempo, a distância do Centro de Belo Horizonte acabou influenciando a criação de um centro próprio na Regional Barreiro. Vários estabelecimentos comerciais e postos de serviços abriram as portas na região, que, hoje, tem de tudo.

A antiga região da Fazenda do Pião tornou-se, assim, o principal centro do Barreiro. Ali foram criados os primeiros bairros do lugar. As fábricas, especialmente a Mannesmann, fizeram com que o modo de vida rural fosse substituído pelo urbano e muitas das questões do dia a dia já podiam ser resolvidas ali mesmo, no centro da região.

Bairros da Regional Barreiro

  • Araguaia
  • Bairro das Indústrias
  • Barreiro de Baixo
  • Barreiro de Cima
  • Bonsucesso
  • Brasil Industrial
  • Cardoso
  • Conjunto Habitacional Átila de Paiva
  • Conjunto Habitacional Bonsucesso
  • Conjunto Habitacional Ernesto do Nascimento
  • Conjunto Habitacional Flávio de Oliveira
  • Conjunto Habitacional João Paulo II
  • Conjunto Habitacional Teixeira Dias
  • Conjunto Habitacional Túnel de Ibirité
  • Diamante
  • Durval de Barros
  • Flávio Marques Lisboa
  • Independência
  • Itaipu
  • Jatobá
  • Jatobá Distrito Industrial
  • Jatobá IV
  • Lindéia
  • Maldonado
  • Mangueiras
  • Milionários
  • Mineirã
  • Novo das Indústrias
  • Olaria
  • Olhos D’Água
  • Petrópolis
  • Pilar
  • Pongelupe
  • Regina
  • Santa Cecília
  • Santa Helena
  • Serra do José Vieira
  • Solar
  • Tirol
  • Urucuia
  • Vale do Jatobá
  • Vila Castanheira
  • Vila Cemig
  • Vila Marilândia
  • Vila Pinho
  • Vila Santa Margarida
  • Vila Santa Rita
  • Washington Pires

Fonte: Histórias de bairros de Belo Horizonte : Regional Barreiro. APCBH; ACAP-BH, 2008.

Tem de tudo

Variedade. Rol de serviços do Barreiro inclui todas as atividades que o morador possa precisar, incluindo um shopping e um hospital municipal

Quem mora no Barreiro costuma fazer tudo por lá. Desde as compras do dia a dia, como supermercado e farmácia, até serviços mais especializado, como consultas médicas. Isso porque, dada a distância do Centro de Belo Horizonte, o setor de serviços – e comércio – da região acabou por se desenvolver a ponto de se tornar praticamente autossustentável.

Para fazer compras ou curtir um dia de lazer, o morador do Barreiro tem à sua disposição o ViaShopping Barreiro. Considerado o principal empreendimento comercial da região, o mall calcula um fluxo anual de cerca de 12 milhões de visitantes. Entre os benefícios do shopping está sua integração com a estação BHBus, que facilita o acesso e atrai consumidores que estão saindo ou voltando para casa.

O ViaShopping possui 62 mil m² de área bruta locável (ABL) – a ABL é um levantamento de todos os espaços disponíveis para locação dentro de espaços comerciais. Em seus dois pavimentos, há mais de 150 operações, 1.200 vagas de estacionamento, cinco salas de cinema – sendo uma 3D – e uma variada gama de serviços – incluindo um posto Uai para emissão de documentos, Correios, Senac, escolas, entre outros – além da vasta praça de alimentação.

Segundo o gerente de marketing do empreendimento, Pedro Rocha, o Barreiro sempre mereceu um centro de compras com todo conforto e estrutura. “Trouxemos tecnologia e modernidade para uma região quem tem um grande potencial de expansão. E o mercado mostrou que havia a necessidade de um empreendimento como o nosso”, explica.

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FOTOS DIVULGAÇÃO VIASHOPPING/ANDREW SILVA

Hospital do Barreiro

O Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro (HMDCC) – mais conhecido como Hospital do Barreiro – foi construído por iniciativa de Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH), a partir da necessidade de ampliação do acesso a serviços hospitalares na capital e na região metropolitana.

A instituição é resultado de uma parceria público-privada entre a PBH e a Sociedade de Propósito Específico (SPE) Novo Metropolitano S.A., regida pela Lei 11.079 de 30 de dezembro de 2004.

O Hospital do Barreiro iniciou seu funcionamento em 12 dezembro de 2015, com 49 leitos. A primeira expansão de leitos e serviços ocorreu em setembro de 2016, quando o Hospital atingiu 90 leitos em funcionamento.

Já em agosto de 2017, foram abertos mais 100 leitos e, em dezembro de 2018, a meta foi alcançar sua plena capacidade, com 460 leitos.

O Hospital do Barreiro tem perfil de atenção em urgência e emergência clínica, cirúrgica e AVC, com atendimento referenciado e regulado pela Central de Internação. Como não tem pronto-socorro, ele atende pacientes sem encaminhamento da Central de Internação.

A instituição é também referência para a Rede SUS-BH e para o Estado no atendimento de alta complexidade nas seguintes especialidades: clínica médica, ortopedia, cirurgia geral, cirurgia vascular, neurocirurgia, neurologia e urologia.

FOTOS DIVULGAÇÃO/HOSPITAL DO BARREIRO

Atrações turísticas

Marcos. Bairros da Regional abrigam monumentos que atraem visitantes de todas as partes da cidade

O passado e o presente convivem em harmonia na Regional Barreiro. Prova disso são alguns marcos da época em que a região ainda era completamente rural que ainda continuam no mesmo lugar. Um deles é a famosa Chaminé.

Erguida em uma antiga olaria instalada na então Fazenda do Pião, de propriedade de italianos da família Gatti. A olaria dos “Irmãos Gatti” empregou muitas pessoas e se tornou importante referência no início do século XX, inspirando o nome do bairro: Olaria.

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Com a chegada do progresso e a urbanização da área, a fazenda foi extinta. No entanto, os moradores da região ainda podem vislumbrar no horizonte um marco daquela época, que segue desafiando o tempo e mantém-se erguido até hoje.

Em 2003, o Comitê Internacional para a Conservação do Patrimônio Industrial elaborou um documento que define a atração da Regional Barreiro, salientando que ela “compreende os vestígios da cultura industrial que possuem valor histórico, tecnológico, social, arquitetônico ou científico.

De braços abertos

Outro ponto que todo mundo conhece na Regional Barreiro é o famoso Cristo Redentor. A estátua está localizada no bairro Milionários e é a principal atração da praça batizada de Cristo Redentor. O local é encontro entre as ruas Mannesmann e Dona Lalá Fernandes e tem 7.056 metros quadrados.

O Cristo Redentor do Barreiro tem medidas mais modestas do que a sua representação mais famosa – o Cristo do Rio de Janeiro –, mas nem por isso deixa de ser imponente. São 11,8 metros de altura, sobre uma base de 4 m² e sustentados por 2 metros de alicerce em concreto.

O idealizador do monumento foi Caetano Pirri, imigrante italiano proprietário de duas fazendas que deram origem ao bairro Milionários. O projeto foi realizado pelo engenheiro Mozar Moreira da Silvam com cálculos estruturais executados pelo também engenheiro Domingos Daré e sua equipe, contando com a atuação de Raimundo Ribeiro como mestre de obras.

O corpo do Cristo mede 10 metros e a cabeça, 1,80 m. Os braços abertos compreendem 13,50 metros de um dedo médio ao outro, com as mãos representando 20% dessa medida. Todos os entalhes das mãos e da cabeça foram moldados pelo escultor João Scuotto, que trabalhou durante quatro meses consecutivos para concluir o projeto.

Na inauguração da pedra fundamental, em 1956, várias autoridades civis e militares estiveram presentes e acompanharam a benção do arcebispo de Belo Horizonte, Dom Antônio dos Santos Cabral.

Hoje, o Cristo é tombado pelo Patrimônio Histórico da Cidade. A vista da Praça também encanta os visitantes, que podem apreciar a cadeia montanhosa que cerca a região, além dos bairros vizinhos e o Parque Estadual da Serra do Rola Moça.

Fonte: Livro “Barreiro – 130 anos de história: da argila ao aço”, de Antônio Augusto de Souza (1986).

Parque das Águas

Em 1994, foi inaugurado o Parque Ecológico Roberto Burle Marx, conhecido popularmente como Parque das Águas. Com natureza exuberante, está inserido no complexo ecológico da Serra do Rola-Moça.

A região do parque já abrigou a antiga “Casa de Descanso do Prefeito” de Belo Horizonte e a “Cidade do Menor” – alojamento para crianças e adolescentes em risco social.

Com área aproximada de 176 mil m², o local conta com um pequeno lago, além do Córrego do Clemente, cuja nascente encontra-se na Serra do Rola Moça. A vegetação é típica do bioma Cerrado, com algumas espécies nativas representativas da Mata Ciliar, como copaíbas, jacarés, ingás e jatobás.

Diversas aves fazem a festa com a natureza farta. Entre elas, os pica-paus, tucanos, sabiás, gaviões e as corujas. Outros animais também são encontrados por lá, como micos-estrela, esquilos, cágados, quatis e tamanduás, entre outros.

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Os visitantes do Parque podem usufruir ainda de diversas opções de lazer. Por lá, há áreas gramadas, lagos e belos jardins, ideais para agradáveis piqueniques. Há também quadras poliesportivas, pista de caminhada e campo de futebol. Além disso, uma Academia da Cidade está disponível no local, bem como a Cooperativa de Artesãs (Coonarte) e a Escola Integrada e Escotismo.

Entrevista com Hildeu Dellaretti Júnior

Bate papo. Superintendente da Vallourec, maior empresa instalada no Barreiro, conta como a instituição contribui para o desenvolvimento do bairro

Fundada em 1952 pela Mannesmannröhren-Werke, a Vallourec instalou-se no Brasil para atender à recém-criada indústria petrolífera nacional. O local escolhido foi o Barreiro, até então uma região distante do Centro de Belo Horizonte e pouco habitada. A solenidade de lançamento da pedra fundamental da Usina Barreiro foi tão marcante que contou com a participação de ninguém menos que o presidente Getúlio Vargas e do governador de Minas Gerais, Juscelino Kubitschek.

Com o passar dos anos, o bairro no entorno da empresa cresceu e em nada se parece com o que era naquela época. Muito desse desenvolvimento se deve ao progresso trazido pela Vallourec, conforme conta o superintendente de Relações Institucionais e Comunicação, Hildeu Dellaretti Júnior. São “mais de 65 anos de presença na região”, revela.

Em entrevista ao JORNAL DA CIDADE, Hildeu conta detalhes da fundação da empresa, que se confunde com a história do próprio bairro. Confira:

JORNAL DA CIDADE Por que foi escolhida a região do Barreiro para a construção da empresa, na década de 1950?

HILDEU DELLARETTI JÚNIOR A localização da empresa no Barreiro ocorreu com base em três principais fatores: a disponibilidade de energia elétrica; abundância de grandes reservas de minério de ferro; e proximidade do eixo ferroviário Rio-São Paulo.

Como era o bairro na época do início das atividades da Usina Barreiro, em 1954?

Com cerca de 2.000 habitantes em diferentes núcleos habitacionais, cuja ocupação principal era agrícola, a região do Barreiro não tinha infraestrutura de serviços, sistema de abastecimento de água, de energia e sistema viário. Era uma região de característica rural.

Na sua opinião, de que forma a empresa contribuiu para o desenvolvimento da região do Barreiro?

Por meio da solidez de mais de 65 anos de presença na região, gerando empregos diretos e indiretos, favorecendo o desenvolvimento e o crescimento do comércio local, implantação e ampliação serviços e a existência e manutenção de médias e pequenas empresas.

A empresa também apoia e realiza programas estruturantes e projetos de desenvolvimento, com ênfase no fortalecimento das comunidades situadas próximas à Usina, orientada pela Política de Responsabilidade Social do Grupo, cujas premissas são a ética, o diálogo qualificado e a geração de valor compartilhado.

Quais atividades são realizadas atualmente na unidade Barreiro?

A Vallourec é fornecedora de soluções tubulares com a produção de tubos de aço sem costura para atender vários segmentos como petrolífero, nos segmentos offshore, onshore, subsea e tecnologias de superfície; na construção de poços de óleo de gás; na montagem de motocicletas, veículos leves e pesados, caminhões, ônibus e implementos rodoviários; na indústria; em máquinas agrícolas; em vagões ferroviários; em dutos submarinos; em gasodutos e oleodutos e na construção civil em geral.

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Pode-se dizer que a Vallourec é a maior empresa do bairro. Como é o relacionamento com os vizinhos? Existem ações voltadas para a comunidade no entorno da unidade do Barreiro?

As empresas Vallourec no Brasil mantêm presença forte nos territórios onde possui operações, estabelecendo relacionamento próximo e de confiança com as comunidades. Todas as iniciativas visam à criação de valor compartilhado e à geração de um legado positivo para a sociedade.

Um dos principais programas de relacionamento com as comunidades e de responsabilidade social da Vallourec é o Comunidade Viva. Desde 2005, ano que teve início a sua história, o Programa vem atuando na promoção e na transformação social, por meio da valorização do indivíduo e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos beneficiários.

O Programa enfatiza o conceito do desenvolvimento social sustentável, tendo como base dois eixos: o Fortalecimento de Comunidades e Educação e Trabalho. No primeiro eixo, o trabalho é desenvolvido por meio de grupos de relacionamento que são estimulados à mobilização e à participação comunitária, para promover melhorias a partir de recursos e potencialidades locais, tendo como base o protagonismo social de instituições e lideranças situadas na área de abrangência do Programa – moradores dos bairros próximos à Usina Barreiro: Bairro das Indústrias, Adalberto Pinheiro/Bairro Novo das Indústrias, em Belo Horizonte, e Jardim Industrial, com ênfase no Residencial Parque Arrudas, em Contagem, com vistas ao bem estar coletivo.

Quanto ao eixo Educação e Trabalho, o Programa tem como objetivo fortalecer e criar condições para a melhoria de vida das crianças, adolescentes, jovens, idosos e suas respectivas famílias. Este desenvolvimento é realizado por meio de ações socioeducativas que abrangem conteúdos escolares e de informática, atividades artísticas e culturais, acompanhamento familiar, além de formações para educadores e gestores escolares. A Educação e o Trabalho são duas diretrizes que caminham juntas no Programa, buscando preparar os seus beneficiados tanto na melhoria da formação educacional quanto na inserção para o mercado de trabalho. Em 2018, foram beneficiadas diretamente 2.407 pessoas e indiretamente cerca de 18 mil moradores, com 162 instituições parceiras envolvidas.

Além das frentes de trabalho especificadas acima, o programa Comunidade Viva compartilha com a Fundação da empresa, a realização do Projeto Voluntários do Saber, que tem por objetivo contribuir para a melhoria do desempenho da matemática, por meio do desenvolvimento de novos métodos de ensino, a partir da realização de oficinas lúdicas direcionadas aos alunos, e também por meio do apoio nos processos de gestão e comunicação interna das escolas, além de atendimento a outras demandas da comunidade que podem ser realizadas a partir das habilidades técnicas e pessoais dos voluntários, entre empregados, estagiários e parceiros da Vallourec. Cerca de 580 crianças e jovens foram atendidos por 80 voluntários em 2018, distribuídos em duas escolas, sendo uma na região do Barreiro, no Bairro Novo das Indústrias, e outra em Curvelo.

Em 2018, a empresa investiu um total de R$ 6,6 milhões em programas e projetos sociais, culturais e esportivos.

Para os próximos anos, existem planos de melhorias e/ou ações voltadas para a comunidade?

Para os próximos anos, a Empresa pretende dar continuidade aos investimentos locais, aos programas estruturantes, como o Comunidade Viva, e os projetos esportivos já contratados até o final de 2020, além de outras iniciativas como Voluntariado Corporativo que acontece desde 2013, de forma regular, com resultados positivos expressivos.

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História. Abertura da BR-3, atual Avenida Nossa Senhora do Carmo, nos anos 1950, possibilitou o povoamento do Sion

Na década de 1950, a canalização do Córrego Acaba Mundo deu origem à Rodovia BR-3, atual Avenida Nossa Senhora do Carmo. Com isso, o bairro Sion passou a receber muitos moradores e viveu um importante crescimento.

O nome do bairro veio por causa de um colégio de freiras homônimo, de origem francesa. De excelente reputação, a instituição era destinada exclusivamente à educação de meninas e moças da alta sociedade belo-horizontina.

Até hoje, o prédio que abrigou a escola funciona como centro educacional, só que agora sob a denominação de Colégio Santa Doroteia.

Mas a primeira planta aprovada pela Prefeitura de Belo Horizonte do bairro foi em 1928. Na época, as dificuldades de acesso e a distância do centro urbano fizeram com que o lugar ficasse quase isolado, até sua expansão, a partir dos anos 1940 e 1950.

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O publicitário Jenner Leite Dias, que escreveu o livro “Sion – Memórias de Um Bairro” (tema da entrevista, na segunda página deste caderno BH Minha Cidade) conta que o povoamento do bairro foi incentivado também pelo então governador Juscelino Kubitschek – que já havia sido prefeito de Belo Horizonte.

Morador do bairro desde os anos 1960, Dias conta que o Sion tinha, no início, casas sem muro, com belos e bem-cuidados jardins. “Era uma área estritamente residencial, sem perigo algum, sem violência, parecia uma cidade do interior”, observa.

No seu livro – que será lançado em breve -, o escritor conta a história de Jaime Dolabella, dono da fazenda que ali existia e que doou parte do terreno para as irmãs da congregação Sion para a construção do colégio. “A parte da fazenda cedida pelo Seu Jaime começava no final da Rua Grão Mogol, que era toda de terra, até uma mata atlântica ainda existente na época”, afirma.

SION EM DETALHES

  • IDH: 0,973 – O índice varia de zero (nenhum desenvolvimento humano) a um (desenvolvimento humano total)
  • VIZINHANÇA: Savassi, Anchieta, Cruzeiro, Mangabeiras e São Pedro
  • NÚMERO DE DOMICÍLIOS: 350
  • POPULAÇÃO ESTIMADA:  19.700 (Censo de 2010)
  • SEGURANÇA: Mais de 1.000 pessoas estão em grupos de aplicativos, com apoio da Policia Militar de Minas Gerais (Sion Unido)
  • LINHA DO TEMPO (Datas relevantes)
    1899: Criação do Núcleo Agrícola Adalberto Ferraz, composto por vários bairros, incluindo o Sion
    1928: Realização dos primeiros
    loteamentos no bairro
    1979: Conclusão das obras da Avenida Bandeirantes que corta cinco bairros, entre eles o Sion
    1995: Inauguração do Parque Mata das Borboletas, criado por decreto em 1992

FONTE: ARQUIVO PÚBLICO/ACERVO PBH

Religiosidade como referência

Curiosidade. No Sion, ruas, avenidas e até praças prestam homenagem a diversos países

O Sion não chega a ser um bairro turístico da capital mineira, como a Pampulha, a Savassi e o Centro. Mas tem lá seus atrativos. Um deles é sua religiosidade, destacada pela presença da bela matriz de Nossa Senhora do Carmo e do Colégio Santa Doroteia, que pertence à congregação católica de mesmo nome. Mas o bairro tem uma curiosidade marcante: suas ruas, avenidas e praças prestam homenagem a diversos países. Chicago, Chile, Flórida, Estados Unidos, Groenlândia: esses lugares são também nomes de algumas vias do bairro, assim como Uruguai, Canadá, Montevidéu e Costa Rica. Veja outros atrativos:

1 Colégio Santa Doroteia

Fundado em 1962, o antigo Colégio Sion remonta os 175 anos da Fundação da Congregação das Irmãs de Santa Dorotéia, iniciada por Paula Frassinetti em 1834, na Itália. Sua proposta educativa estrutura-se a partir da filosofia da religiosa, que propõe diálogo permeando as relações entre educador e educando; valoriza a interiorização, a tomada de consciência quanto a questões pessoais, morais e espirituais; e preocupa-se com o testemunho cristão. O colégio faz um trabalho social importante por meio da Casa Santa Paula, situada no Morro do Papagaio.

FOTO DIVULGAÇÃO JC/SANTA DOROTEIA

2 Igreja Nossa Senhora do Carmo

A paróquia foi criada em 1940 por D. Antônio dos Santos Cabral, da Congregação dos Carmelitas, no antigo bairro Mendonça, que mais tarde veio a ser o bairro do Carmo-Sion. Era uma igreja acanhada, e somente em 1963, com a ajuda da comunidade, foi construída a matriz de hoje, grandiosa e imponente. A imagem de Nossa Senhora do Carmo foi feita por um artista português no Rio de Janeiro. E da Holanda foi encomendado o carrilhão com 37 sinos e o relógio da torre. Hoje, a instituição oferece uma série de serviços à população, gratuitamente, em suas instalações, com foco maior em pessoas carentes. Entre eles estão: ambulatório médico, biblioteca, fisioterapia, psicologia, creche e centro de defesa da criança e adolescente.

FOTO DIVULGAÇÃO JC/IGREJA NS DO CARMO

3 Parque Municipal Mata das Borboletas

Implantado em 1995, o parque ocupa uma área de aproximadamente 35.500 m² e oferece, como opções de lazer, brinquedos, trilha ecológica, equipamentos de ginástica e área de convivência e contemplação. O local possui duas nascentes que abastecem a Bacia do Córrego Acaba-Mundo e um pequeno lago artificial. Sua área é totalmente permeável e funciona como recarga do lençol freático. Fonte de alimento e abrigo para a fauna silvestre, o espaço apresenta uma grande quantidade de borboletas, o que deu origem ao seu nome. Com entrada franca, funciona de terça a domingo, das 8h às 18h.

FOTO DIVULGAÇÃO JC/PBH

4 Praça Alaska

Recentemente recebeu o nome de Praça Deputado Renato Azevedo, mas todos a conhecem ainda como Praça Alaska. Muito arborizada e tranquila, é uma referência do bairro, porque começa na Avenida Bandeirantes, que faz ligação com outro bairro importante da região, o Mangabeiras. É um bom espaço para correr e brincar, mas tem playground bem modesto; é rodeada por um supermercado, lanchonete, posto de gasolina, uma banca de revista e prédios residenciais. Ela faz parte do programa “Adote o Verde” da Prefeitura.

FOTO DIVULGAÇÃO JC/PBH

5 Praça JK

Fundado em julho de 1990 e implantado em 1995, quando era chamado de Parque do Acaba Mundo, a Praça Juscelino Kubitschek ocupa uma área de aproximadamente 28 mil m². Como opções de lazer, ela oferece quadra de futebol, equipamentos de ginástica, equipamentos de alongamento para a terceira idade, pista de caminhada, áreas de convivência com bancos e mesas, brinquedos e um espaço para a realização de atividades culturais e esportivas.

FOTO DIVULGAÇÃO/PBH

Entretenimento para todos

Gastronomia. Pé de Cana é o boteco mais famoso, mas o Sion também oferece pubs, choperias e até cantina italiana

Botecos, pubs, cantinas, choperias. O Sion também é lugar de se divertir, seja no almoço do fim de semana, no happy-hour ou pra quem curte as baladas noturnas.

O principal protagonista do bairro é, sem dúvida, o Bar do Antônio, mais conhecido como Pé de Cana. Fundado em 1964, é um point bastante procurado dia e noite, devido aos seus petiscos fartos e pratos de comida caseira, onde a criatividade impera. Tanto que o estabelecimento já ganhou diversos concursos importantes de gastronomia, como o Festival Comida Di Buteco.

A história que envolve o apelido de Pé de Cana ao Bar do Antônio é tão importante que está até no cardápio. Veja o que diz o texto:

“Naquela época, tinha-se por costume jogar o restinho de pinga para homenagear o santo, o que era feito no canteiro em frente ao bar. De tanto de se jogar pinga no local, falavam que nasceria um pé de cana ali, e foi o que aconteceu. Em uma madrugada, por brincadeira, alguns clientes plantaram um pé de cana no local onde as pingas eram derramadas. A planta acabou crescendo e logo virou patrimônio dos clientes, e claro, do bar”. Isso mesmo, de uma brincadeira surgiu a fama.

Mas o Sion também é mais agito. Como as duas casas do gaúcho radicado em BH André Sassen Panerai, que apostou na região para prosperar seus negócios.

Há seis anos lançou a primeira semente com a inauguração do Jângal Bar. Planejado a partir do quintal de uma casa, o estabelecimento propõe a interação com a natureza em todos os seus ambientes, numa mistura peculiar de bar de quintal com pub.

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“O Jângal é difícil de definir, mas o conceito mais apropriado que criamos foi PubGarden, já que dispomos as mesas, cadeiras e até o palco, rodeados de muitas plantas e flores”, define André.

A segunda semente do empresário então foi lançada e floresceu não muito distante dali. O Gilboa, que traz no nome referência à floresta mais antiga do mundo, foi inaugurado menos de um ano depois, numa espécie de ideia complementar. É uma opção mais balada, funciona até mais tarde, tem música mais alta e a programação mais democrática, que vai do sertanejo ao funk.

Para quem gosta de comida italiana tradicional da boa uma opção é o Un`Altra Volta. Aconchegante, ele funciona em um casarão dos anos 1950 reformado.

A especialidade é a cozinha italiana, mas sem deixar de lado a modernidade da cozinha contemporânea. A proposta é ser a extensão da casa de cada um dos clientes, com a oferta de massas artesanais produzidas in loco.

Frequentemente, os proprietários Pedro Almeida e Júlia Guimarães promovem festivais com pacotes fechados, normalmente válidos nos dias de semana. Já tiveram eventos de trufas, pizzas e risotos. Mas a criatividade não para, então pode aguardar que em qualquer dia desses vem uma novidade por aí.

Entrevista com Jenner Leite

Morador do bairro desde criança, publicitário mineiro escreve livro com fatos e causos marcantes da região e espera apoio para fazer lançamento

Os tempos em que se brincava de carrinho de rolimã pela rua Montevidéu com Grão Mogol não voltam mais. Mas estão nas lembranças do publicitário e empresário Jenner Leite, morador do Sion desde que se entende por gente. E foram essas lembranças que o levaram a escrever o livro “Sion, Memórias de um Bairro”, que será lançado em breve.

Na obra, o escritor promete histórias, emoções e muitos “causos” curiosos – alguns divertidíssimos e outros nem tanto. “Levei dois anos para escrever, mas creio que consegui mostrar fatos relevantes da minha infância, adolescência e fase adulta. Minha vida foi e é toda ligada ao Sion”, observa.

Nesta entrevista exclusiva ao JORNAL DA CIDADE, ele pincela algumas histórias de lugares e personagens que fizeram e fazem parte de um enredo fantástico de um Sion que não existe mais. “Fico olhando da janela aqui de casa, na esquina das ruas Grão Mogol e Montevidéu, e vejo casas que fizeram parte da minha vida sendo demolidas para dar lugar a prédios. Fico vendo algo de minha vida sumindo, mas a construção de um bairro é assim. Ele evolui e dá lugar a novos habitats para outros Sionenses”, conforma-se.

JORNAL DA CIDADE Por que decidiu escrever um livro sobre o Sion?

JENNER LEITE A ideia é resgatar a memória de minha infância, adolescência e fase adulta. Fui morar no Sion lá pelos anos 1967, 1968. Tinha 10 anos de idade e até hoje, já casado e pai de dois filhos, ainda resido no Sion. Minha mãe, hoje com 94 anos, ainda reside lá. Então este é o motivo de o Sion estar tão entranhado na minha vida e na das pessoas próximas a mim. Fiz o livro também antes que se esqueça de uma geração que foi única.

Sua turma de amigos chegou até a ter uma logomarca do bairro. Como é esta história?

Eu considero essa logo um ícone do bairro e está, inclusive, na capa do livro. A ideia é que fique disponível como adesivo, encartada no livro, para quem quiser. A marca foi criada pelo meu irmão (Geraldinho) e um amigo, o Léo Preto, na década de 1970. O pessoal da turma colava no vidro lateral atrás do motorista nos carros. Ela identificava, mesmo que informalmente, quem era do bairro. Virou uma moda e até hoje é cobiçada pelos antigos e alguns atuais moradores.

Mas, ao escrever o livro, você também cita um outro ícone do bairro. Quem foi ele?

Parte do Sion era uma fazenda do Jaime Dolabella (Seu Jaime), que nos anos 1960 doou uma área para as freiras que fundaram o Colégio Sion, hoje o Colégio Santa Doroteia. Com a morte dele, o restante da fazenda foi vendida e loteado, onde hoje é o bairro.

Por isso que considero o Seu Jaime o principal ícone do bairro. Há um fato envolvendo o seu nome que merece este título. Ele costumava ficar sentado em sua berger na sala de sua casa, lendo jornal. Certo dia, sua mulher, Dona Lúcia, foi fazer um café na cozinha e quando foi levá-lo para o marido percebeu que ele estava morto. Ali mesmo.

Foi um baque para ela e toda a família. Tanto que nunca mais usou outra roupa que não fosse preta, em luto ao marido. O filho Ricardo (apelidado de Dola) surtou e foi internado em um manicômio. Tudo na casa parecia ter parado no tempo. Até hoje o carro do Seu Jaime – um Ford 1958 – está estacionado na garagem da residência na Rua Washington, onde ainda moram dois de seus filhos. Inclusive o carro está na capa do livro.

Além do Seu Jaime, há outros personagens ilustres do Sion destacados no livro?

Vários. Um deles é o Joãozinho Nascimento, que era dono do então Banco Mineiro do Oeste, que já não existe mais. Ele tinha uma maiores mansões do Sion, já que se tratava de um homem muito rico. Ele era dono de uma fazenda em Brumadinho, onde hoje funciona o Instituto Inhotim. Foi ele quem contratou o paisagista Roberto Burle Marx para plantar todo tipo de vegetação existente vinda de outros países. Essas plantas estão lá até hoje.

Qual foi seu maior desafio durante a produção do livro?

O maior desafio nem foi escrever o livro, pois tudo está em minha memória. Tive apenas que organizar essas informações. A maior dificuldade agora é publicá-lo, pois está complicado conseguir patrocinadores e apoiadores para viabilizar este projeto.

Há algum momento especial, entre tantos outros, que você destaca?

Realmente há muitos momentos especiais. Mas lembro que a gente brincava na rua, ninguém ficava em casa para ver TV. Até porque o sinal era péssimo e muitas vezes saía do ar. A rua Venezuela era um córrego da Mata das Borboletas e, do outro lado, ficava a favela do Papagaio, onde moravam as pessoas mais humildes que trabalhavam no novo bairro que havia surgido em BH. A maioria dos nossos amigos era desta comunidade, todo mundo brincava junto, sem distinção de raça ou classe social. À noite, quando chegávamos em casa, imundos de tanto brincar, as mães mandavam para o banho antes de dormir.

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BH Minha Cidade. Turismo. Gameleira abriga diversas instituições que se tornaram verdadeiros pontos de interesse na capital

Uma paisagem transformada. Assim pode ser definido o bairro Gameleira, localizado na região Oeste da capital. Na época da construção de Belo Horizonte, a área onde está o bairro havia sido planejada para permanecer com ares rurais, com a manutenção de chácaras e fazendas.

Era lá que estava a Fazenda Gameleira, que, no projeto-piloto da cidade, seria uma região voltada para a produção de alimentos para a população de Belo Horizonte nos seus primeiros anos.

Porém, ainda nos primórdios da nova capital, o local transformou-se em fazenda modelo: um espaço para a realização de estudos e experiências para desenvolver a agricultura do estado. O aprendizado de práticas agrícolas, aliás, era uma forte característica da região, que também abrigava o Instituto Profissional João Pinheiro, do Governo de Minas Gerais.

Com o passar dos anos, a área da antiga fazenda começou a ser loteada. A ocupação do bairro, porém, só teve início de fato nos anos 1940, com a expansão da Avenida Amazonas. No ano seguinte, 1941, a transferência da Fundação Ezequiel Dias da Praça da Liberdade para a região marcou o começo da transformação da Gameleira.

Referências da cidade

Diversas instituições escolheram o bairro para abrigar suas dependências e se tornaram verdadeiros pontos de referência na capital. A principal delas é o Parque de Exposições Bolivar de Andrade – o Parque da Gameleira. Ocupando um espaço de 98 mil m², o Parque é utilizado para a realização de eventos ligados ao meio rural, como rodeios, leilões de animais, provas hípicas, feiras agropecuárias e alguns eventos que necessitam de maior espaço, como mostras de automóveis.

A história do Parque tem início em 1908, durante o mandato do governador João Pinheiro. O Estado comprou a Fazenda da Gameleira, por 8 mil réis, com a intenção de instalar ali um centro de formação agrícola – o Instituto João Pinheiro. Mais tarde, o espaço deu lugar ao Posto Central à Monta, com a instalação do primeiro polo de melhoramento genético de rebanhos de Minas Gerais.

O Parque de Exposições, como o belo-horizontino o conhece hoje, só foi inaugurado em 18 de junho de 1938. O primeiro evento foi a Exposição de Animais e Produtos Derivados, no mandato do governador Benedito Valadares. Antes disso, as exposições agropecuárias aconteciam no local onde funciona hoje o Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes da Polícia Militar, antigo DI, no bairro Prado.

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O nome oficial do Parque veio bem depois da inauguração, em 1980. Bolivar de Andrade foi uma liderança expressiva do meio rural – exerceu a presidência da Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg). Foi também um dos primeiros empreendedores do cenário rural a investir no Norte de Minas, onde comprou quatro fazendas.

Em 1990, o conjunto arquitetônico do Parque da Gameleira foi tombado pela Lei Orgânica do Município de Belo Horizonte. Atualmente, a administração do Parque está sob responsabilidade do Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA e a maior parte dos eventos realizados no local se estende até o espaço anexo: o Expominas – Centro de Feiras e Exposições George Norman Kutova.

Expominas

O Expominas – Centro de Feiras e Exposições George Norman Kutova é considerado um dos mais conceituados centros de eventos da América Latina. Seu diferencial é ter sido pensado para ser múltiplo, capaz de receber todo tipo e formato de evento. Ao todo, são 72 mil metros quadrados de área construída, sendo 26 mil metros disponíveis para feiras, exposições e eventos, podendo receber até 45 mil pessoas.

O Expominas conta com três pavilhões de 5,5 mil m² cada, que podem ser customizados por meio de divisórias com conforto acústico, que transformam as áreas em ambientes independentes.

Além disso, possui um amplo estacionamento, com capacidade para mais de 2 mil veículos. Outra vantagem é que o Expominas é o único centro de eventos da América Latina a contar com uma passarela interligada ao metrô, facilitando ainda mais o acesso.

Em tamanho, o Expominas é o maior centro de eventos de Minas Gerais e o terceiro do Brasil, atrás somente do Anhembi (São Paulo) e do Riocentro (Rio de Janeiro). O projeto arquitetônico leva a assinatura do competente Gustavo Penna. Foram investidos cerca de R$150 milhões na ampliação do empreendimento.

Estação ferroviária

O bairro Gameleira é um dos agraciados com uma estação de metrô em Belo Horizonte. Atualmente, a Estação Gameleira faz parte da Linha 1 do metrô da capital e está ao lado do Expominas, ligada a ele por uma passarela.

Mas engana-se quem pensa que a estrutura ferroviária é coisa recente na região. A história conta que a Estação Ferroviária Gameleira foi aberta em 20 de junho de 1917. A linha que passa por lá tem uma extensão de 633 km, ligando o Rio de Janeiro à capital mineira por meio da linha do Paraopeba.

O local recebeu passageiros e funcionários da extinta Rede Ferroviária Federal até 1979, quando, depois de algumas tentativas de reativação, foi extinto. Completamente abandonada, entre os anos de 2008 e 2009, a estação foi transferida da União para a Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte, sendo tombada pelo Patrimônio Histórico.

Expominas em números

  • 45.000 pessoas é a capacidade do espaço
  • 72.000 metros quadrados de área
  • 16.500 metros quadrados nos três pavilhões
  • 2.516 metros quadrados na arena multiuso
  • 2.200 vagas de estacionamento

Percalço na construção

Em 1971, um trágico acidente marcou a história do bairro inteiro. Conhecido como “a tragédia da Gameleira”, o desabamento de um pavilhão de exposições em construção deixou 65 operários mortos e dezenas de feridos, sendo considerado o maior acidente da construção civil brasileira.

A história conta que o pavilhão seria inaugurado no fim do mês de fevereiro daquele ano, pelo governador de Minas Gerais, Israel Pinheiro. Por isso, 512 operários trabalhavam em ritmo acelerado para concluir a obra, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, com cálculos do engenheiro Joaquim Cardozo. Segundo testemunhos da época, o governador tinha pressa, pois pretendia entregar a obra antes do término de seu mandato, em 15 de março.

Ignorando a opinião dos operários, que alertaram sobre fissuras e estalos nos alicerces, foi dada ordem para a retirada das vigas de sustentação. Assim, toda a estrutura ruiu sobre os trabalhadores da obra.

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Fotos: Jomar Bragança/Abccmm/Galeria Da Arquitetura/Secretaria Da Agricultura/Revista Produção Pbh/Expominas/Divulgação Jc

Ciência e pesquisa

Destaque. Instituições públicas e privadas instaladas na Gameleira são motivo de orgulho para os mineiros

O bairro Gameleira apresenta, hoje, uma grande concentração de instituições públicas. Entre elas, destaque para as que promovem a pesquisa e a ciência. Uma delas é o Museu de Ciências Naturais Leopoldo Cathoud. Criado oficialmente em 1946, no Instituto da Educação de Minas Gerais (Iemg), seu acervo remonta a 1930, idealizado por Leopoldo Cathoud, naturalista e professor.
Cathoud agregou um variado conjunto de coleções de física, química, astronomia, mineralogia, zoologia, botânica e paleontologia, alcançando 5.000 peças, aproximadamente, que narram a trajetória do ensino de ciência nas escolas.

Em 2011, o museu foi incorporado à Escola de Formação. Desde então, a instituição tem se constituído como espaço para abrigar pesquisadores interessados no ensino experimental de ciências, para ações de capacitação de educadores e para atendimento aos alunos das redes pública e privada de ensino.

Fotos: Divulgação Escola de Formação

Excelência na saúde mental

Além da ciência, pode-se dizer que a Gameleira é um verdadeiro polo na saúde. Isso porque uma das instituições mais renomadas no atendimento de saúde mental, o Hospital Galba Velloso, também está localizado no bairro.

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Inaugurado em 1961, o hospital inicialmente prestava assistência somente a pacientes psiquiátricos. Em 1969, passou a integrar a recém-criada Fundação Estadual de Assistência Psiquiátrica (Feap). Com a criação da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), em 1977, a unidade foi incorporada à Fundação.

Atualmente, a unidade assistencial está alinhada aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e às diretrizes da Política Nacional de Humanização. Realiza o acolhimento e o tratamento da pessoa em crise até sua estabilização psíquica, assim como a articulação da continuidade do tratamento na Rede de Atenção à Saúde Mental do município, da região metropolitana e das demais cidades do Estado de Minas Gerais, a fim de possibilitar que a pessoa restabeleça seus laços sociais.

Foto Fernando Biagioni

Homenagem

O nome do hospital é em homenagem a Galba Moss Velloso, mineiro de Cataguases, que se destacou no atendimento psiquiátrico. Galba cursou jornalismo e fez carreira em diversos jornais, e foi só em 1915 que concluiu o curso médico, tendo se formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

Durante sua trajetória profissional, atuou nas cidades mineiras de Conquista de Itaúna (hoje Itaguara), Cláudio e Pará de Minas – onde também se engajou na política. Foi Delegado da Higiene do município, exercendo também a medicina preventiva. Convocado pelo Secretário de Estado Melo Viana para o corpo clínico do recém-inaugurado Instituto Neuro-Psiquiátrico de Belo Horizonte (atual Raul Soares), transferiu-se para a capital mineira, encontrando condições para realizar-se como especialista.

Graças à sua grande habilidade como médico, introduzindo modalidades terapêuticas especiais e inovadoras, Galba Velloso assumiu posição de liderança na Psiquiatria mineira. Por isso, recebeu diversas homenagens em Minas Gerais: em Pará de Minas, há a “Praça Galba Velloso” e, em Belo Horizonte, o “Hospital Galba Velloso” marca sua atuação na assistência ao doente mental.

Fonte Academia Mineira De Medicina / Fotos Fernando Biagioni E Academia Mineira De Medicina

Rede Sarah de Reabilitação

Mais recentemente, em 1997, foi inaugurada na Gameleira a unidade mineira da Rede Sarah de Reabilitação. A unidade tem todos os recursos para diagnóstico e tratamento de adultos e crianças, admitidos em Programas de Reabilitação Neurológica, Reabilitação Ortopédica, Reabilitação Infantil e Neurorreabilitação em Lesão Medular.

A unidade mineira foi criada a partir do antigo Hospital das Pioneiras. Sua estrutura foi ampliada e equipada com tecnologia de ponta para aumentar o atendimento na região Sudeste.

História

A Rede Sarah nasceu na década de 1960, em Brasília, quando a Fundação das Pioneiras Sociais implantou, na nova capital, um centro de reabilitação, inaugurado em 21 de abril de 1960, pelo presidente Juscelino Kubitschek. Em 12 de setembro de 1980, o hospital Sarah foi inaugurado pelo presidente da República.

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A partir de então, o Sarah foi se expandindo pelo país afora, sempre se destacando por seus trabalhos de reabilitação de adultos e crianças. A rede vem se transformando e evoluindo continuamente, elaborando e contemplando novas descobertas científicas. Sua atuação de excelência combina as ideias trazidas pelas novas gerações e os avanços tecnológicos com os princípios que viabilizaram sua trajetória de sucesso.

Foto: Divulgação Rede Sarah

Tradição no ensino

História. Museu da Escola e renomadas instituições educacionais completam a infraestrutura do bairro Gameleira

A tradição da Gameleira em receber diversas instituições importantes para o ensino e a pesquisa pode ser percebida até hoje pela grande quantidade de escolas, universidade e até um museu dedicado à educação.

Isso mesmo: é na Gameleira que foi instalado o Museu da Escola de Minas Gerais. Primeiro do gênero no Brasil, o local foi criado para preservar a memória da educação e valorizar a herança cultural mineira. Ele nasceu em 1994, com o nome de Centro de Memória da Educação, na Praça da Liberdade, no prédio da antiga Secretaria de Estado da Educação. Em outubro de 2005, foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico e, desde 2012, encontra-se no campus da Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores, na Gameleira.

Batizado de Museu Ana Maria Casasanta Peixoto, conta com um acervo de cerca de 6 mil peças, constituído por mobiliários, documentos textuais e arquivo de depoimentos orais. O Museu cumpre a função social de levar o conhecimento sobre a história da educação mineira ao público em geral por meio de exposições temáticas de longa duração e atividades de ação educativa.

Foto: Museu da Escola de Minas Gerais

Educação tecnológica

Outro destaque do bairro no ramo da educação é o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – Cefet-MG. A instituição de ensino é centenária e tem origem no Decreto nº 7.566, assinado pelo Presidente Nilo Peçanha, em 23 de Setembro de 1909.

Na sua fundação, era chamada Escola de Aprendizes Artífices de Minas Gerais, destinada ao ensino profissional primário e gratuito. Em 1941, tornou-se Liceu Industrial de Minas Gerais, mudando para Escola Técnica de Belo Horizonte no ano seguinte. Em 1969, a nomenclatura passou a ser Escola Técnica Federal de Minas Gerais, nome que vigorou até 1978, quando a instituição recebeu o nome que conhecemos hoje.

O Cefet-MG é a maior instituição de ensino tecnológico do Estado de Minas Gerais. Além de Belo Horizonte, possui ainda outras unidades em áreas com intenso desenvolvimento industrial, como as cidades de Divinópolis, Varginha, Contagem, entre outras.

O centro educacional oferece ao aluno uma formação acadêmica completa, desde o ensino técnico de nível médio até o doutoramento. Atualmente, a instituição oferece 16 cursos de graduação e conta com cerca de 4 mil estudantes.

Foto: Caio Martinez/Google

Educação Católica

A Gameleira é também o berço do Colégio Salesiano em BH, considerado por muitos uma referência no setor educacional. A história da escola começa em 1955, quando foi lançada a pedra fundamental da unidade de Belo Horizonte. Quatro anos depois, em 1959, foi inaugurado o Liceu Salesiano, com 14 alunos – todos homens. Foi só a partir de 1972 que o Colégio Salesiano passou a atender o público feminino.

Na década de 1990, a escola se modernizou e inaugurou um Ginásio Poliesportivo, um teatro com 550 acentos e uma nova biblioteca, além de outras salas especializadas. Atualmente, a estrutura é completa, com salas climatizadas, quadras de esporte, piscinas, sala de multimídia, laboratórios, parquinhos, área de convivência, cantina, refeitório infantil, sala de artes, capela, e áreas de lazer.

Além de atender alunos desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, o Colégio Salesiano também se empenha no ensino de jovens e adultos.

Foto: Islander Henrique/Google

Entrevista com Fabiana Melo Neves

Saúde Pública. Historiadora da Fundação Ezequiel Dias comenta a trajetória de sucesso da instituição centenária instalada na Gameleira

Fundada em 1907, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) trabalha há mais de um século buscando soluções em saúde para o fortalecimento do SUS. Com três áreas de atuação, é referência na pesquisa científica a partir de venenos de serpentes, aranhas, escorpiões e abelhas, sendo reconhecida como um importante Instituto de Ciência e Tecnologia do estado de Minas Gerais.

Suas modernas instalações, erguidas em uma ampla área do bairro Gameleira, são responsáveis por produzir diversos medicamentos, inclusive alguns com exclusividade, como o que é utilizado no tratamento da hanseníase e outras doenças – a Talidomida.

Para revelar os detalhes da história da Fundação, bem como sua importância para a saúde do estado e do Brasil, o JORNAL DA CIDADE conversou com a historiadora da Funed, Fabiana Melo Neves. Confira:

JORNAL DA CIDADE Quando e por que a Funed se instalou no bairro da Gameleira?

FABIANA MELO NEVES Em 12 de maio de 1940 foi inaugurada a nova sede do Instituto Ezequiel Dias, pelo presidente da república Getúlio Vargas e pelo interventor do Estado Benedito Valadares. Vargas percorreu as instalações e elogiou a organização modelar. Enfatizou a importância das atividades da instituição no desenvolvimento de pesquisas, nas ações terapêuticas, no tratamento do homem e na preservação das plantas e dos animais. No dia 24 de julho do mesmo ano foram entregues as chaves do velho prédio da rua da Bahia para a mudança para a Fazenda Gameleira.

A inauguração da nova sede foi um dos maiores eventos da cidade e atraiu várias visitas ao estabelecimento, dentre elas o ministro Gustavo Capanema, Francisco Campos, Prof Melo Leitão, Gerardo Trindade, Miguel Osório de Almeida, Mário Vianna Martins, Antônio Aleixo, embaixador Carlos Martins Pereira, o prof. Abdon Lins e um grupo de uruguaios (Casa Araújo Belloni, Luiz Zebalos e Zum Felde). Entre as visitas pode–se destacar a do professor Cecílio Romarã, seu interesse pela instituição era tão grande que pediu uma cópia detalhada de tudo, a fim de organizar uma estrutura semelhante na Argentina, como mais tarde o foi concluído.

A mudança para a Fazenda Gameleira foi devido à necessidade de ampliação das atividades do Instituto, principalmente na produção de soros e vacinas.

Quais são as principais atividades da Funed?

Atualmente, a Funed se destaca por suas três atividades principais: produção de medicamentos para o SUS; exames laboratoriais e vigilância sanitária, epidemiológica, ambiental e de saúde do trabalhador; e pesquisa e desenvolvimento de produtos na área de saúde.

A Funed é uma instituição histórica. Quais as principais conquistas da Fundação ao longo dos seus mais de 100 anos de existência?

As conquistas da Funed ao longo do tempo são inúmeras, mas a excelência na prestação dos serviços é o destaque no âmbito da Saúde pública.

Quem foi Ezequiel Dias e qual sua importância para a saúde brasileira?

Ezequiel Caetano Dias era discípulo da Escola de Oswaldo Cruz, hoje Fiocruz nasceu em Macaé, estado do Rio de Janeiro, no dia 11 de maio de 1880. Era formado em medicina e farmácia. Em 1907, foi convidado por Oswaldo Cruz para fundar, em Belo Horizonte, uma filial do Instituto Manguinhos, hoje Fundação Ezequiel Dias.

Nos três primeiros anos, a atividade da filial se limitava à produção de linfas vacínicas, contra as diferentes moléstias humanas e de animais, além do preparo e conservação do soro antidifitérico e anticarbunculoso.

Ezequiel acreditava que não bastava somente melhorar e equipar a filial, era preciso desenvolver e aperfeiçoar os recursos humanos da instituição, pois estes eram o alicerce e a receita para o progresso e o desenvolvimento. Por isso, a biblioteca não representava apenas um lugar de consulta, estudo ou informação era o local onde as discussões científicas aconteciam, onde as idéias brotavam e onde se fazia ciência.

Em abril de 1910, Oswaldo Cruz faz uma visita a capital mineira e após uma conversa com o diretor de higiene do Estado, Zoroastro Alvarenga, amplia o raio de ação da Filial. A instituição começa a preparar vacina antivariólica e da peste da Manqueira- doença infecto contagiosa dos animais da espécie bovina, além de se encarrega de realizar exames e diagnósticos de doenças e de higiene.

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Neste momento foi anexada à filial, a Fazenda do Leitão, hoje a área em torno ao Museu Abílio Barreto, para instalar uma enfermaria veterinária e um posto de observação. Na fazenda seriam examinados os animais suspeitos de doenças e se fariam experiências de profilaxia e terapêutica.

Em fevereiro de 1918 foi assinado o contrato entre o governo de Minas e o Instituto Oswaldo Cruz Filial para o funcionamento do serviço antiofídico em Minas Gerais. O Posto Antiofídico tinha a função de extrair o veneno das serpentes que lhe eram enviadas pelos fazendeiros. Este veneno era remetido para o Instituto Butantan (Vital Brasil) e este retornava com o soro antiofídico. A outra função era pesquisar o assunto e trazer respostas urgentes a uma demanda que surgira de amplos setores da sociedade, tanto da população quanto dos fazendeiros que sofriam com os constantes acidentes com o gado, prejudicando o desenvolvimento da economia mineira. Neste mesmo ano o posto começou atender também casos relacionados a picadas de escorpião e a preparar o soro antiescorpiônico.

Em 1922, a saúde de Ezequiel era muito frágil, ficou acamado por vários meses, mas mesmo de longe continuava dirigindo a Filial. A doença o consumia aos poucos e, em 21 de outubro de 1922, faleceu. A classe médica e científica viu-se privada de uma grande mente e de um grande mestre da ciência. Todos os jornais da época noticiaram sua morte e prestaram reverência. Muitas homenagens foram feitas por políticos e colegas. Mas a de maior destaque foi a do Dr. João Luiz Alves, Ministro da Justiça, que deu o nome de Ezequiel Dias à Filial de Manguinhos, que passou a ser conhecida como Instituto Ezequiel Dias. Era uma forma de reconhecer o trabalho desempenhado ao instituto filial e, ao mesmo tempo, consagrar- lhe definitivamente.

Uma das atividades mais conhecidas da Funed é seu serpentário. Qual a importância desses animais para o desenvolvimento de medicamentos?

Os animais em exposição no serpentário são uma pequena mostra da coleção de serpentes da Funed, que são criadas na instituição para uso na produção do soro (o veneno das serpentes é extraído e, a partir dele, é produzido o soro).

A Funed está aberta à visitação da população. Quais os principais atrativos para o público e por que essa visitação deve ser incentivada?

O serpentário e a biblioteca da Funed estão abertos diariamente para visitação pública. Além disso, a Fundação oferece um programa mensal de visita, chamado Portas Abertas, que apresenta aos visitantes palestras, exposições e um circuito de visitas que inclui o serpentário, a biblioteca e o caminhão do Ciência em Movimento (o programa de popularização de ciência da Funed).
Mais informações podem ser obtidas na internet.

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História. Projetado pelo engenheiro Aarão Reis, Centro da capital recebeu uma planta inovadora e ousada para a época

Uma lei federal criou o que é hoje o Centro de Belo Horizonte. Em 1893, o local era o vilarejo Arraial de Nossa Senhora do Curral Del Rey, que foi, então, desapropriado para dar lugar à capital do Estado de Minas Gerais.

O projetado foi do engenheiro Aarão Reis – chefe da Comissão de Construção da Nova Capital – e considerado inovador para a época. Isso porque ele fez uma planta em que as avenidas se cruzavam na diagonal, ao invés do clássico xadrez das grandes cidades da época, como Washington e Paris.

Ao mesmo tempo, tudo foi chamado de ambicioso e faraônico, pois as avenidas e ruas eram mais largas que as convencionais. Vários lotes também foram leiloados para a construção de comércios e quem comprasse poderia construir em quatro anos. O objetivo era, rapidamente, tornar Belo Horizonte o centro comercial do Estado.

Durante as primeiras décadas do século 20, a Rua da Bahia se estabeleceu como ponto de encontro da elite local, com seus bares, cafés e teatros. Ao anoitecer, a rua virava palco para o famoso “footing”, onde moças e rapazes desfilavam, trocando olhares, numa espécie de namoro bem comportado.

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Quatro vezes maior que hoje, o Parque Municipal era muito frequentado nos fins de semana, onde a sociedade praticava esportes, passeava e até fazia piqueniques.

Havia também no Centro quermesses e barraquinhas organizadas pelas paróquias das igrejas católicas.
Nos anos 1950, BH ganhou diversas construções mais modernas para a época, como edifícios com diversos andares, no lugar de sobrados, que foram demolidos.

Já nos anos 1970, o Centro da capital já estava saturado. E o crescimento desordenado da população resultou em uma área central degradada. Foi quando as pessoas de maior poder aquisitivo deixaram a região e migraram para a Savassi e outros bairros da hoje chamada Zona Sul.

No início do século 21, a prefeitura lançou um projeto de revitalização do Centro. Foram retirados os camelôs das ruas, houve a instalação de câmeras de segurança e a recuperação de ruas e edificações.

Cinemas

Antes do surgimento dos shoppings centers, o Centro de BH abrigava a maioria das salas de cinema. Jacques, Brasil, Art Palácio, Metrópole, Brasil, Palladium, Odeon, Acaiaca e tantos outros faziam a alegria da população.

Este momento chegou a virar o documentário “Entre uma Pipoca, um Beijo e um Drops Dulcora”, do cineasta Alfredo Alves. O filme traz depoimentos de pessoas que viveram a época áurea das salas de projeção na região e o que elas se tornaram hoje.

O documentário revela algumas curiosidades. Por exemplo: em filmes de teor mais picante, era comum dividir a plateia por gênero. Lembra ainda da época em que as salas de bairro levavam cerca de seis meses para receber os filmes que já tinham passado nos cinemas da região central. “E mesmo assim havia filas tão grandes que a Rádio Patrulha vinha para organizar”, registra o cineasta Alfredo Alves.

FOTOS ACERVO PBH

Praças & teatros & parques & igreja

Turismo. Além do Mercado Central, região possui outros atrativos que todo mundo precisa visitar

  • Praça da Estação (Praça Rui Barbosa)

A Praça Rui Barbosa, mais conhecida como Praça da Estação, é atualmente um dos principais espaços públicos para a realização de shows e eventos. Ela abriga ainda a Estação Central do Metrô e o Museu de Artes e Ofícios, o único museu do gênero na América Latina, implantado em um belo edifício neoclássico. No largo, encontra-se também o Monumento à Terra Mineira, estátua de bronze que homenageia os heróis da Inconfidência.

O prédio ao lado, construção retangular, servia como dormitórios e escritórios da Rede Ferroviária Federal S/A. No prédio da estação, fica a maquete de ferreomodelismo, uma representação de miniferrovia.

FOTO CLICK ESTÚDIO/ACERVO BELOTUR

  • Palácio das Artes (Fundação Clóvis Salgado)

Administrado pela Fundação Clóvis Salgado e com projeto original de Oscar Niemeyer, o Palácio das Artes ocupa um complexo arquitetônico de 18.000 m². É composto pelo Grande Teatro, onde há sempre algum espetáculo em estilos variados; pelo Teatro de Arena João Ceschiatti, pela Sala Juvenal Dias, pelo Cine Humberto Mauro, por três galerias de arte, espaço multimeios, além de áreas para convivência, prédios da administração, salas de ensaio e o Centro de Formação Artística, com escolas de música, teatro e dança.

FOTO MONIQUE RENNE

  • Serraria Souza Pinto

Com 5.000 m² de área construída, a Serraria Souza Pinto tornou-se um espaço para espetáculos, feiras, congressos, eventos sociais, comerciais e técnico-científicos. Foi um dos primeiros prédios a utilizar estruturas de ferro na capital, erguida em 1912 e marco da arquitetura industrial do início do século XX. Tinha localização estratégica como fabricante e fornecedora de tacos e depósito de materiais de construção para atender à demanda crescente dos novos prédios. Foi tombada em 1981 e restaurada em 1997. Hoje integra o conjunto arquitetônico e paisagístico da Praça Rui Barbosa.

FOTO PAULO LACERDA

  • Parque Municipal (Parque Américo Renné Giannetti)

O Parque Municipal foi inaugurado em 26 de setembro de 1897, antes mesmo da nova capital mineira. É o patrimônio ambiental mais antigo de Belo Horizonte e foi projetado no final do século XIX. Possui uma área de 182 mil m² de extensa vegetação e ainda abriga o Teatro Francisco Nunes, Orquidário e um pequeno parque de diversões. Ele forma hoje um ecossistema representativo com árvores centenárias e ampla diversidade de espécies. Possui diversas nascentes que abastecem três lagoas e cerca de 280 espécies de árvores exóticas e nativas. É também um verdadeiro refúgio para a fauna silvestre.

FOTO DIVULGAÇÃO JC/ PBH

  • Feira da Afonso Pena (Feira Hippie)

Inicialmente realizada na Praça da Liberdade, a Feira Hippie mudou-se para a Avenida Afonso Pena em 1991. Idealizada por um grupo de artistas mineiros e críticos de arte, é dividida em 16 setores, incluindo três áreas de alimentação, com mais de 2.000 expositores e cerca de 10 mil trabalhadores diretos e indiretos. Recebe, em média, 60 mil visitantes a cada domingo, das 8h às 14h. Um dos maiores atrativos da Feira de Artesanato é o preço dos produtos oferecidos nas várias barracas. Muitos turistas que vêm até BH não deixam de passar pelo local e levar lembranças e produtos de qualidade para sua terra natal.

FOTO DIVULGAÇÃO JC/PBH

  • Igreja São José

A Igreja de São José foi construída pela congregação dos redentoristas e é um dos mais notáveis monumentos construídos na cidade, com sua arquitetura eclética e influência neogótica. Ela tem a forma de uma perfeita cruz latina – são 60 metros de comprimento e 19 de largura. A pintura interna da igreja foi feita pelo artista alemão Guilherme Schumacher, que entregou a obra em fins de 1912. No altar-mor, um painel retrata a Santíssima Trindade entre anjos e santos. E no corpo da igreja, no alto, estão de um lado 14 santos e do outro lado 14 santas. A matriz, que passou por uma reforma em 2014, recebe um público aproximado de 1.500 pessoas diariamente e de 5.000 aos finais de semana.

FOTO CLICK ESTUDIO/ACERVO BELOTUR

Tradição na mesa

Gastronomia. Kaol, Surprise e caldo de mocotó: delícias que perduram desde os tempos de uma BH inocente

Com diversas opções de bares e restaurantes, o Centro de Belo Horizonte atende a qualquer tipo de público e paladar. O Mercado Central abriga vasta gastronomia caseira e mineira e atrai turistas e gente de diversas regiões da capital. Casa Cheia, Bar da Lôra e Mané Doido são alguns dos mais conhecidos.

Mas o Centro de BH também abriga muitos outros restaurantes tradicionais que fazem a festa de quem gosta de excelentes pratos a preços até razoáveis.

Um deles é a Cantina do Lucas que fica na sobreloja do Edifício Maleta, com entradas pela Rua da Bahia ou pela Av. Augusto de Lima. A qualidade culinária e o atendimento fizeram do restaurante referência na gastronomia de BH e ainda Patrimônio Histórico e Cultural da cidade, tombado em 9 de dezembro de 1997.

A Cantina do Lucas é reduto de intelectuais, artistas e formadores de opiniões. E local onde trabalhou o garçom mais longevo de Belo Horizonte, Olympio Peres Munhoz, que morreu em 2003, aos 84 anos. Sua trajetória está no Guinness Book.

Fundado em 1962, primeiro como Chopplândia e depois Trattoria di Saatore, somente em 1966 recebeu o nome de Cantina do Lucas. Até hoje, a parte interna conserva uma de suas principais características: a parede é revestida por típicos azulejos decorados nas cores azul e branco.

O cardápio é variado: massas, peixes, carnes, saladas diversas. Mas o prato mais famoso é mesmo o Surprise: filé de carne bovina à milanesa, recheado de queijo e presunto, acompanhado de batatas fritas, banana empanada, ovos fritos e arroz, que pode ser branco ou à piemontesa.

Também fica no Centro o Nonô, O Rei do Caldo de Mocotó. São 50 anos de um estabelecimento pertencente à família Corrêa.
O caldo de mocotó é o principal prato da casa, que é servido com pão francês, ovos crus estrategicamente derretidos na iguaria, acompanhados por cerveja gelada, de preferência a preta.

O Nonô fica na Avenida Amazonas, mas tem entrada pela Rua Tupis. O nome é uma homenagem ao fundador, Raimundo Assis Corrêa, o Nonô, que morreu em 1973. Mas a herança ficou nas mãos dos cinco filhos: Dênio, Crélio Idelfonso, Décio, Clelson e Níveo, que mantêm a gostosura do caldo e o movimento diário, de aproximadamente mil pessoas.

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Outro restaurante que praticamente se confunde com a história da capital é o Café Palhares. Fundado em 1938 pelos irmãos Palhares, foi vendido em 1944 a João Ferreira, o Seu Neném, e seu cunhado Aziz. Ainda hoje é administrado pela família: os netos de Seu Neném, João Lúcio e Luiz Fernando.

O Café Palhares, que fica na Rua dos Tupinambás, foi reduto de boêmios nos anos 1940 a 1960 e guarda histórias curiosas que refletem uma BH ainda jovem e inocente. Também foi e ainda é ponto de encontro de torcedores mineiros, políticos, jornalistas, músicos e de uma clientela fiel.

O que atrai a turma faminta é o famoso Kaol, cujo “c” foi trocado pelo “K” para dar mais pompa ao prato. Fazem parte ainda o arroz, o ovo frito e a linguiça.

Mas o Kaol foi incrementado nos anos 1970 (e dura até hoje) e passou a ser composto por couve, torresmo, além dos integrantes originais. Mas o cliente pode acrescentar pernil, carne cozida, dobradinha e língua de boi. O segredo vai por cima de tudo: um molho de tomate especial.

Entrevista com Geraldo Henrique Figueiredo

Geraldo Henrique Figueiredo - Presidente do Mercado Central de Belo Horizonte - MG - Foto Samuel Gê - 99627-4060

Presidente ressalta a evolução do Mercado Central, que completou 90 anos sem perder suas tradições

A filósofa e professora da PUC/MG, Dra. Maria de Lourdes Caldas Gouveia, classificou quatro pontos como os marcos mais importantes na formação de Belo Horizonte: a praça, o palácio, o cemitério e o mercado. Sim, o Mercado Central faz parte da origem da capital. E, ao completar 90 anos neste mês de setembro, esta verdadeira instituição dos mineiros está cada vez mais jovem, sem perder suas tradições.

“O Mercado Central é a sala de estar dos mineiros”, salienta o presidente Geraldo Henrique Figueiredo, da terceira geração de comerciantes do estabelecimento que há 55 anos passou da Prefeitura de BH para as mãos dos próprios lojistas.

Considerado o terceiro melhor mercado do mundo, segundo pesquisa feita pela revista de bordo da LATAM com seus passageiros, o Mercado Central é um de nossos orgulhos. Com 24 mil m² de área, 400 lojas em funcionamento (99% de ocupação), e quase 3 mil colaboradores do próprio mercado e do comércio, recebe 12 milhões de pessoas por ano.

Nesta entrevista exclusiva ao JORNAL DA CIDADE, o presidente do colegiado administrador garante que o segredo na boa gestão são as pessoas que se dedicam todos os dias para oferecer o melhor aos visitantes. Conta ainda como foram as comemorações dos 90 anos, que tiveram lançamentos de selo e livro, festa no Mineirão e até um bolo distribuído em fatias aos clientes.

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JORNAL DA CIDADE A comemoração dos 90 anos foi completa. Como foi?

GERALDO HENRIQUE FIGUEIREDO No dia 2 de setembro, recebemos uma homenagem na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, quando foram lançados um selo comemorativo e um livro. Com o nome de “Mercado Central – 90 Anos de Histórias”, a obra traz dois volumes. Um com o perfil de personagens do mercado e o outro são receitas de chefs mineiros renomados usando ingredientes tradicionais vendidos no mercado. Tivemos um bolo, que foi distribuído aos clientes, no dia 7 de setembro, que é a data do aniversário, quando o mercado abriu suas portas em 1929 neste local, onde funcionava o campo do América Futebol Clube. E no dia 14 de setembro, foi a vez da festa para toda a população de BH no Mineirão, que também fez aniversário (50 anos) em setembro.

Vocês têm noção da fama e importância do Mercado Central fora de BH?

A escolha do mercado como o terceiro melhor do mundo é uma prova dessa fama. Em 2017 os leitores da revista de bordo da LATAM e, portanto, passageiros da companhia, fizeram esta escolha. Com certeza foram pessoas de fora que também elegeram o mercado, assim como os mineiros viajantes. A gastronomia, a estrutura e o ambiente foram os pontos mais destacados nesta pesquisa.

Qual sua história com o mercado?

Sou da terceira geração de comerciantes. Começou com o meu avô. Meu pai, todos os meus tios, meus irmãos trabalharam ou trabalham aqui. E hoje a minha sobrinha, a quarta geração, está trabalhando conosco. Começamos no ramo de venda de frutas nativas e hoje atuamos no comércio de frutas secas e castanhas. A maior parte dos lojistas aqui são familiares, que passam de gerações para gerações. Mas já há um caso de lojista novo, um casal bem jovem com um filho, que têm uma padaria no mercado. Eles já trazem a criança todos os dias e isso vai criando um vínculo, uma história com o mercado. Histórias assim que tornam este ambiente diferenciado. A gente fala que o mercado é um local com alma.

Como o Mercado Central se tornou algo tão organizado como acontece hoje?

Para algo sobreviver a única constante são as mudanças. Elas vieram ao longo do tempo e de forma gradativa. Nós temos um formato de administração que é o colegiado, eleito pelos lojistas. Isso permitiu que a organização fosse se oxigenando, se transformando no tempo certo.

Tanto é que estamos aqui hoje com todo este glamour. O mercado também mudou de acordo com as necessidades dos próprios consumidores. No passado, 90% dos produtos vendidos aqui eram de hortifrutigranjeiros. Hoje ainda existem, mas em um percentual menor e com produtos diferenciados. A partir dos anos 1970, a parte de atacado migrou para o Ceasa. Então surgiram os supermercados e sacolões, e a distribuição dos gêneros de primeira necessidade mudou, descentralizou. E o Mercado Central também mudou e hoje oferece um leque de opções infinitamente superior ao que existia no passado.

Quais foram as principais evoluções do Mercado Central dos últimos anos?

Faço parte da administração desde 2013. Nesses últimos seis anos fizemos uma série de modificações que trouxeram modernidade. Implantamos o sistema de entrada e saída automatizada do estacionamento, e pagamento com cartão. Também climatizamos o ambiente e estamos fazendo um enorme investimento na reforma do telhado do estacionamento, ao adotarmos um produto que reduz a temperatura interna e traz maior conforto aos usuários. Também a gente sempre investe em segurança. São 360 câmeras que cobrem praticamente todo o mercado.

Qual o maior diferencial do Mercado Central? Seria esta variedade?

Claro que esta variedade é importante. Mas acho que o que faz o mercado ser diferente é a questão humana, o ambiente, a experiência que propõe aos frequentadores. Você vê aqui pouca gente olhando para o celular. As pessoas estão muito mais atentas ao meio externo, estão querendo trocar um dedo de prosa com alguém. O Mercado Central é a extensão da casa das pessoas, aqui é a sala de visitas dos mineiros.

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BH Minha Cidade: Lourdes https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/bh-minha-cidade-lourdes/ https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/bh-minha-cidade-lourdes/#respond Sat, 21 Sep 2019 12:00:47 +0000 https://www.jornaldacidadebh.com.br/?p=37955 Alto padrão. Conheça um pouco da história de Lourdes, o bairro que tem o metro quadrado mais valorizado da capital Fundado oficialmente na década de 1930, mas tendo sido parte do projeto original da capital, o bairro de Lourdes é […]

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Alto padrão. Conheça um pouco da história de Lourdes, o bairro que tem o metro quadrado mais valorizado da capital

Fundado oficialmente na década de 1930, mas tendo sido parte do projeto original da capital, o bairro de Lourdes é reconhecido como um dos mais charmosos – e luxuosos – de Belo Horizonte. Está localizado dentro da Avenida do Contorno e tem o Centro como bairro vizinho, garantindo uma localização privilegiada quanto às facilidades e comodidades para os moradores, sem perder em tranquilidade.

Mas, nas primeiras décadas do século 20, o panorama era outro. Lourdes registrava baixa ocupação e as poucas residências que existiam por lá eram chamadas de “cafuas”. Segundo o dicionário, as cafuas são habitações rústicas, sujas, em ruínas; choças, casebres. Ou seja: o cenário em nada se parecia com o bairro que conhecemos atualmente.

O lugar que hoje abriga o metro quadrado mais valorizado da capital era o local onde se constituiu a Favela do Leitão, às margens do córrego de mesmo nome. O perfil dos moradores era, portanto, bastante precário: eles construíam suas próprias habitações e utilizavam os córregos para conseguir água.

Com a intenção de retirar as pessoas das cafuas construídas nas margens dos córregos, a Prefeitura da época criou, em 1909, o Bairro Operário, onde hoje fica o Barro Preto. Foi só no final da década de 1920, devido às obras de canalização do Córrego do Leitão, que a antiga favela começou a dar lugar a um bairro de casas elegantes.

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Essa mudança no perfil se deu porque as famílias mais abastadas começaram a buscar um novo local para suas moradias, uma vez que o bairro Cidade Jardim já se encontrava saturado com suas imponentes mansões.
Assim nasceu o Lourdes. Considerado atualmente, pelo Instituto de Pesquisas Administrativas e Econômicas de Minas Gerais da UFMG (IPEAD/UFMG), como um bairro de altíssimo padrão, o metro quadrado por lá custa, em média, R$ 10.000.

Apesar de ter todas as facilidades de um bairro desenvolvido, com uma variedade de comércios e serviços, a área se caracteriza prioritariamente como residencial. Grandes jardins enfeitam a fachada dos prédios luxuosos e as ruas com passeios largos garantem caminhadas agradáveis por todo o bairro.

Qualidade de vida

E engana-se quem pensa que a proximidade com o Centro traga a poluição visual e sonora do agito da cidade. Em Lourdes, o que reina é o sossego. As principais características do bairro são as suas ruas largas e arborizadas. Nele, os casarões antigos, da época dos primeiros moradores, misturam-se às novas construções, mesclando a tradição e a modernidade.

As principais ruas de Lourdes contam com ciclovias, ideais para praticar esportes, fazer um passeio diferente ou chegar ao trabalho sem enfrentar engarrafamentos. O transporte, aliás, é extremamente facilitado no bairro. Por sua proximidade com o Centro, uma infinidade de linhas de ônibus abastece a região.

Lazer e educação

Além das praças bem cuidadas e que garantem passeios para lá de agradáveis, o Lourdes conta com outras opções de lazer para todos os gostos. A maior delas é a sede do Minas Tênis Clube que, além de promover e investir no esporte, também se destaca na cena cultural de Belo Horizonte.

Já no quesito educação, o Lourdes abriga o Colégio e Pré-Vestibular Bernoulli, que figura há dez anos entre as primeiras colocações do Enem no Brasil. É lá também que está a tradicional Escola Estadual Governador Milton Campos, mais conhecida como Estadual Central. Em um prédio projetado por ninguém menos que Oscar Niemeyer, a arquitetura encanta por ter formas que lembram objetos de uso escolar: a caixa d’água lembra um giz; as salas de aula, uma régua “T”; a cantina tem o formato de uma borracha; e o auditório, de um mata-borrão (antigo objeto para absorver tinta).

Por lá, passaram nomes importantes da história brasileira, como a ex-presidente Dilma Rousseff, a atriz Elke Maravilha, o escritor Fernando Sabino, o craque de bola Tostão e o ator José Mayer. O ex-presidente Getúlio Vargas também foi aluno-destaque, e seu comprovante de matrícula para a 5ª série, em 1896, consta nos registros, quando a escola ainda se localizava na Rua do Rosário, em Ouro Preto, sob o nome de Ginásio Mineiro.

Fotos: Arquivo Público de BH/Izabel Chumbinho/Isabel Baldoni/Divulgação Somattos/Orlando Bento

Diversão para todos

Turismo. Lourdes garante passeios culturais, religiosos, esportivos e de lazer que agradam desde crianças até adultos

O bairro de Lourdes é um dos mais tradicionais da capital. Por isso, ele abriga alguns importantes pontos turísticos que preservam parte da história de Belo Horizonte. Seja na cultura, na religião ou até mesmo no esporte, Lourdes é um bairro pulsante.

Já no início dos anos 1900, em uma pequena capela vinculada à Igreja da Boa Viagem, Nossa Senhora de Lourdes era venerada pelos fiéis. A capela localizava-se na Rua Aimorés, entre as ruas Bahia e Espírito Santo, no Centro de Belo Horizonte.

A tradição católica que marca a história das Minas Gerais foi o que deu nome à então capela – e, depois, ao bairro inteiro. Lourdes é uma cidade no Sul da França que, em 1858, registrou a aparição de Nossa Senhora por 18 vezes, vista pela jovem Bernadette Soubirous, de apenas 14 anos.

E foi justamente da França, mais precisamente de Paris, que chegou a BH a imagem de Nossa Senhora de Lourdes. A santa aportou na estação de ferro da capital em 24 de junho de 1900 e até hoje pode ser vista na gruta da basílica.

Mas foi apenas em maio de 1916 que a pedra fundamental da futura igreja foi abençoada com as presenças de Dom Silvério (Arcebispo de Mariana), Delfim Moreira (presidente do Estado) e Cornélio Vaz de Mello (prefeito da cidade). No Natal de 1922, antes mesmo do fim das obras de construção, foi realizada a primeira missa na igreja, celebrada pelo bispo Dom Cabral.

Foi ele, inclusive, que, no ano seguinte, assinou a portaria que criou a Paróquia e lavrou a provisão do 1º Pároco em nome do Padre Sebastião Pujol, superior da comunidade Claretiana, que residia na cidade. A bênção solene de inauguração veio pelas mãos do Vigário Geral Monsenhor João Rodrigues de Oliveira, abrindo oficialmente a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes ao culto em 14 de outubro de 1923.

A igreja de Lourdes foi elevada à categoria de Basílica Menor em 1º de novembro de 1958. Para receber esse título, a igreja deve ter uma beleza extraordinária e uma rica história junto à comunidade. Requisitos cumpridos com louvor pela Basílica de Lourdes.

Templo religioso

Além da fé católica, Lourdes abriga outro importante templo religioso: a Igreja Universal do Reino de Deus. Inaugurada em 2004, a construção registra números impressionantes. Em um terreno de mais de 8 mil metros quadrados, a obra é resultado de um investimento estimado de R$ 30 milhões.

Suas gigantescas proporções conseguem abrigar milhares de pessoas. Somente o salão de cultos tem capacidade para 5 mil pessoas sentadas em um espaço de 3,6 mil metros quadrados.

Para garantir o sossego dos vizinhos, a edificação conta com um amplo projeto acústico que inclui painéis duplos de concreto no salão de cultos e teto metálico para evitar a passagem de ruído para o exterior, entre outras tecnologias.

“Eu acredito”

E, aproveitando que o assunto é fé, seja qual for a sua religião, o torcedor atleticano é um dos que mais confia no seu time. Quem não conhece a frase “Eu acredito”, bradada aos quatro ventos em jogos decisivos do Atlético Mineiro? Coincidência ou não, era em Lourdes que o clube mantinha seu antigo estádio, inaugurado em 1929, no terreno onde hoje funciona o shopping DiamondMall.

Mais tarde, em 24 de março de 1962, o Atlético inaugurou sua sede, também no bairro, na Avenida Olegário Maciel. Recentemente, o projeto arquitetônico do prédio foi modernizado pela Farkasvölgyi Arquitetura. O imponente resultado, inclusive, foi até premiado em um concurso realizado na Itália.

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Por dentro da construção, no andar térreo, os torcedores podem visitar um memorial que abriga os marcos das principais conquistas do time. Na lateral do prédio, a Loja do Galo oferece produtos licenciados, como camisas e objetos decorativos. Passeio imperdível para os atleticanos!

Área verde

Tida como um oásis de descanso e tranquilidade em meio ao dia a dia agitado do bairro, a Praça João Luiz Alves é ponto certo para moradores e visitantes que buscam um agradável passeio. Mais conhecida como Praça Marília de Dirceu, a área garante um ar nostálgico, com cara de interior, graças ao coreto, às mesas para jogos e o parquinho para as crianças.

Título da principal obra poética do escritor Tomás Antônio Gonzaga, Marília de Dirceu é, na verdade, o nome da rua que fica em frente à praça. Já a nomenclatura oficial, João Luiz Alves, homenageia um mineiro de Juiz de Fora que foi juiz, promotor e procurador, deputado, senador, secretário de Justiça e Negócios Interiores durante a presidência de Artur Bernardes, além de ministro do Supremo Tribunal Federal.

A praça foi inaugurada em 1937 por Juscelino Kubitschek, que sonhava em transformar o local em um verdadeiro cartão-postal da cidade. Pode-se dizer que seu sonho se tornou realidade. Além do sucesso entre os moradores, a praça foi eleita por duas vezes – em 2011 e 2013 – como a melhor de BH pelo projeto Adote o Verde, da Prefeitura de Belo Horizonte.

Fotos Divino Advíncula-PBH/Arquivo Público de Belo Horizonte/Lance!/Alex de Jesus-O Tempo/Reprodução Google Street View

Comércio requintado

Variedade. Lourdes abriga lojas das mais famosas grifes do mundo, além de um importante centro de compras e bares e restaurantes diversos

Você acha que a Noruega é o local de maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo, com seus 0,944? Pois saiba que o bairro de Lourdes registra um IDH ainda maior, de 0,955. A medida, concebida pela ONU (Organização das Nações Unidas), busca avaliar a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico de uma população. Dois itens que não faltam no bairro.

Com base em critérios como saúde, educação e renda, o índice de IDH de Lourdes é o maior registrado na capital mineira. Por sua tradição de nobreza, o local é considerado um verdadeiro berço do luxo na capital.

Seja no comércio de rua ou em grandes construções, como o Diamond Mall, o fato é que Lourdes é o bairro que concentra o maior número de lojas de grife em Belo Horizonte. Para termos de comparação, pode-se dizer que Lourdes é a Oscar Freire mineira.

Os imponentes casarões no início do século 20, construídos em ruas largas e arborizadas, são o cenário perfeito para criar uma atmosfera que exala luxo e requinte. Por isso, as melhores marcas de moda, joias e acessórios escolhem o Lourdes para abrigar seus empreendimentos.

E é na chamada “região do ouro” – composta pelas ruas Santa Catarina, Bárbara Heliodora, Marília de Dirceu, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro – que está concentrada a maioria dos serviços que atendem aos moradores.

Ao todo, são cerca de 1.400 estabelecimentos comerciais no bairro todo, incluindo as mais importantes grifes do mundo da moda. Entre elas, as referências são Vivaz, Iorane, Bárbara Bela e Patrícia Bonaldi.

A história conta que a tradição do comércio de rua, que hoje é um dos diferenciais do bairro, começou com a inauguração dos shoppings na capital. Muitos bairros perderam lojistas, mas os que atendiam a um público classe A optaram por levar suas grifes para o Lourdes em busca de um local diferenciado e exclusivo.

Atualmente, as lojas do bairro, em sua maioria, oferecem atendimento personalizado, com manobristas na porta e muitos mimos para os clientes. Tudo para manter a clientela – mais do que fiel – satisfeita.

DiamondMall

Para quem prefere a praticidade de um shopping center, Lourdes tem um para chamar de seu desde 1996. O DiamondMall ocupa o terreno onde um dia já esteve o centro de treinamento do Atlético MG, bem ao lado da sede do clube.

Com foco em sofisticação, conveniência e comodidade, possui 204 lojas – nacionais e internacionais – e mais de 1.200 vagas de estacionamento. Além disso, a praça de alimentação do piso L1 conta com 18 operações, enquanto a praça de restaurantes – localizada no piso L2 – oferece serviço à la carte e cardápio internacional em ambiente diferenciado.

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Por tudo isso, o DiamondMall já apresentou historicamente um dos maiores desempenhos em vendas do portfólio da Multiplan, sua administradora. No período de 12 meses encerrado em junho de 2017, o shopping registrou vendas totais de R$ 28.800,00 por metro quadrado: a segunda maior do portfólio da companhia no período. Além disso, no final de junho de 2017, a taxa de ocupação era de 98,7%, 100 pontos-base acima da média do portfólio. Um sucesso incontestável.

Gastronomia

Na gastronomia, o bairro também se destaca por abrigar alguns dos mais renomados restaurantes da capital.

Entre eles, a famosa Marília Pizzeria com suas dezenas de sabores de pizzas e um conceito sofisticado em ambiente descontraído; o japonês Udon, com suas combinações exclusivas e pratos tradicionais na gastronomia oriental; o contemporâneo Alma Chef, comandado pelo francês Emmanuel Ruz, ganhador de uma estrela Michelin; o europeu A Favorita, cujo ponto forte são os frutos do mar; o moderno Glouton, com sua cozinha franco-mineira comandada pelo premiado chef Leo Paixão; entre vários outros.

Mas não são apenas os restaurantes que se destacam no bairro. Os bares mais badalados da capital também estão em Lourdes. Seja para um petisco após o trabalho ou para esticar a noite até altas horas – sempre respeitando os limites de som para não incomodar os vizinhos –, há opções para todos.

O Tizé Bar e Botequim, por exemplo, é tido pelos frequentadores como um dos melhores locais para paquera. Já o Albanos abriga, na sua unidade de Lourdes, um bar-conceito que oferece, além dos petiscos e cervejas, um espaço para aulas e palestras. Para os amantes das tradições, o Tip Top, fundado em 1929, ainda está em funcionamento na Rua Rio de Janeiro, tendo sido renovado recentemente para encarar mais 90 anos de sucesso.

Fotos: Objeto de Design/Multiplan/Google Street View/Daniel Valadares/Reprodução Instagram/Reprodução Google

Entrevista com Ricardo Vieira Santiago

Presidente do Minas Tênis Clube revela curiosidades da história de uma das mais tradicionais instituições nascidas em Lourdes

Fundada em 15 de novembro de 1935, a primeira unidade do Minas Tênis Clube (MTC) ocupa um quarteirão do nobre bairro de Lourdes, sendo delimitada pelas ruas da Bahia, Antônio de Albuquerque, Espírito Santo e Antônio Aleixo.

A Praça de Esportes, construída a partir do projeto do engenheiro Romeo de Paoli, em parceria com a firma de Alfredo Carneiro Santiago, foi inaugurada em 27 de novembro de 1937 e ficou famosa por abrigar a primeira piscina olímpica de Belo Horizonte. Inaugurada em 1940, a Sede Social tem projeto arquitetônico do arquiteto Rafaello Berti, que seguiu o estilo art decó, uma tendência internacional da época.

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O passado de glórias deu lugar a um presente brilhante e a um futuro promissor. Isso porque, hoje, o Minas Tênis Clube é referência não apenas no esporte, mas também na cultura, no lazer e na educação. Em 2012, por exemplo, foi inaugurado o Centro de Facilidades, que compreende o prédio administrativo e o Centro Cultural Minas Tênis Clube, com o Teatro Bradesco, a Galeria de Arte, o Centro de Memória e o Café Cultural. Em junho deste ano, o Centro Cultural passou a integrar o Circuito Liberdade, consolidando o Clube como um polo cultural de Belo Horizonte.

O presidente do MTC, Ricardo Vieira Santiago, comemora todas essas conquistas. “A cultura e o lazer, assim como o esporte e a educação, são pilares de atuação do Minas”, conta. Nesta entrevista, Santiago ainda revela algumas curiosidades sobre a fundação do Clube, além de mostrar como o Minas participa do desenvolvimento do bairro. Confira:

JORNAL DA CIDADE Conte um pouco da história do Clube: quando foi fundado, quem foram os fundadores e quais eram seus objetivos na época?

RICARDO VIEIRA SANTIAGO O Clube nasceu do sonho de um grupo de pioneiros do esporte e amigos, entre eles, Necésio Tavares, José Mendes Júnior, Gamaliel Soares, Everardo Borges, Augusto Couto, Nansen Araújo, Paulo Gontijo, dentre outros, que se reuniam semanalmente numa chácara no bairro Serra para jogar tênis, e queriam criar o Serra Tênis Clube.

Paralelamente, a Prefeitura estudava a uma destinação mais apropriada a ser dada a um terreno próximo ao Palácio da Liberdade, que, conforme a planta original, abrigaria um Jardim Zoológico. Ainda havia outro grupo de cidadãos, liderado por Waldomiro Salles, que queria fundar o Clube Belo Horizonte. Assim, as três ideias foram reunidas e, em 15 de novembro de 1935, durante reunião no Automóvel Clube de Minas Gerais, foi assinada a ata de fundação do Minas Tênis Clube.

A área onde o Clube foi construído era destinada à construção de um zoológico. Como ocorreu essa mudança de planos que possibilitou a criação do Minas?

Esse assunto é curioso. Nos anos 1930, conforme a planta original da cidade, a proposta para ocupar a área de 31 mil m², entre as ruas da Bahia e Emboabas (hoje o quarteirão que compreende as ruas Antônio Aleixo, Espírito Santo e Antônio de Albuquerque), era construir um zoológico.

Mas, a ideia não agradava aos políticos da época. Segundo historiadores, foi a primeira-dama da capital, Dona Geni, que mostrou ao marido, o prefeito Otacílio Negrão de Lima, numa revista americana, o sucesso da transformação de espaços semelhantes, nos Estados Unidos, em clubes recreativos.

Além do sucesso incontestável no esporte, o Minas sempre buscou participar ativamente da cena cultural de BH. Qual o segredo para alcançar a excelência também em cultura e lazer?

A cultura e o lazer, assim como o esporte e a educação, são pilares de atuação do Minas. Não existe segredo de sucesso. O que fazemos é trabalhar de forma transparente, norteados por orçamento aprovado pelo Conselho Deliberativo, visando atender às demandas dos associados e dos públicos que frequentam o Centro Cultural e a Arena do Minas, por meio de programação de qualidade, que alcance diferentes faixas etárias. Assim como no esporte, o Minas se tornou referência também na cultura e, desde julho último, o Centro Cultural Minas Tênis Clube (CCMTC) faz parte do Circuito Liberdade, o mais importante complexo cultural do Estado de Minas Gerais.

Em sua opinião, de que forma o Minas contribuiu – e contribui – para o desenvolvimento do bairro de Lourdes?

O Minas é um marco na paisagem do bairro de Lourdes, com sua Sede Social em estilo art-decó e o Prédio do Relógio, ambos construídos no final dos anos 1930, que são cartões postais da cidade e valorizam a região, no aspecto arquitetônico. Também temos o Centro Cultural Minas Tênis Clube, que foi inaugurado em 2013 e desde junho passou a fazer parte do Circuito Liberdade, consolidando o Clube e o bairro como um polo cultural da capital mineira. E não nos esqueçamos da Arena do CTJK, que traz a vibração do esporte para o bairro.

Que novidades e novos investimentos os sócios e vizinhos do Clube podem esperar para os próximos meses?
O Minas não para de evoluir. Estamos sempre buscando oferecer o melhor aos nossos associados, ampliando a linha de serviços continuamente, mas sem perder de vista a excelência no atendimento de qualidade.

Nas áreas cultural e esportiva, que são os dois pilares do Clube voltados para a comunidade, também nos empenhamos para manter a posição do Minas como referência do no estado e no País. Para isso, temos buscado e firmado parcerias que nos permitem montar equipes de alto nível, alimentando a paixão do torcedor pelo esporte minastenista. Na cultura, continuaremos a trabalhar para consolidar o Centro Cultural Minas Tênis Clube como um polo de disseminação das mais diversas manifestações artísticas e culturais, valorizando talentos jovens e consagrados.

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História. Santa Tereza foi ocupado por imigrantes italianos, portugueses e espanhóis que vieram trabalhar na construção da nova capital

Existem pelo menos três versões sobre a origem do nome do bairro Santa Tereza, segundo documentos da Fundação Municipal de Cultura da PBH. São elas:  inspiração no bairro carioca de Santa Tereza; referência à imagem da santa espanhola Santa Teresa D’Ávila; e sugestão dos moradores para o letreiro do bonde que trafegava até o bairro.

Independentemente da procedência, Santa Tereza recebeu oficialmente este nome em 1928 e hoje se trata de um dos bairros mais tradicionais e históricos da capital.

Ele corresponde à área da sétima Seção Suburbana, planejada durante a construção da cidade. Um pedaço dessa região passou a fazer parte da Colônia Córrego da Mata. Depois, quando a colônia foi extinta, voltou a compor a 7ª Seção em 1911.

A ocupação da área acelerou-se na década de 1920, com medidas administrativas de loteamento e doação de terrenos a funcionários públicos, operários e militares.

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Santa Tereza teve sua ocupação iniciada pelos imigrantes, principalmente italianos, portugueses e espanhóis que vieram trabalhar na construção da nova capital de Minas Gerais. Inclusive muitos dos moradores são descendentes desses imigrantes, pois uma das características de seus habitantes é continuar vivendo no local.

Ainda é possível encontrar imóveis do início do século XX, que guardam suas características arquitetônicas, como, por exemplo, o prédio do cinema e do bar Bolão.

Localizado na Região Leste de Belo Horizonte, o bairro é como uma ilha, pois está rodeado pelas avenidas Silviano Brandão, Contorno e Andradas, importantes vias de tráfego de veículos.

No dia 4 de março de 2015, o bairro foi tombado pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte. Trezentos imóveis entre casas, igrejas, restaurantes, bares e praças compõem a lista de tombamento.

Santa Tereza ganhou fama de ser um dos mais tradicionais redutos boêmios da cidade graças às casas de serestas e bares.

O bairro também é famoso pelo seu Carnaval, caracterizado pelo desfile de tradicionais blocos de rua. Os principais são: bloco caricato “Satã e seus asseclas”, o bloco caricato “Os Inocentes de Santa Tereza” e o bloco ” Toca Raul ”

A beleza arquitetônica de suas casas antigas, a variedade de opções de diversão, as atividades culturais diversificadas, como as casas de seresta, as feiras de artesanato e a gastronomia atraem turistas e pessoas de todas as partes da cidade.

Viaduto

Um dos símbolos de BH é o Viaduto Santa Tereza. Construído em 1929, foi projetado pelo engenheiro Emílio Baumgart, um destaque entre os profissionais das estruturas de concreto armado no Brasil, para ligar o Centro até o bairro.

O arrojado viaduto foi imortalizado também em “Encontro Marcado”, obra do escritor mineiro Fernando Sabino, passada nas ruas da capital mineira.

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Com 390 metros de extensão, 13m de largura e 14m de altura, o viaduto também foi tombado como patrimônio cultural na década de 90 e, integra hoje, o conjunto arquitetônico da Praça da Estação.

Principais acessos: Avenidas do Contorno, Andradas ou pela Silviano Brandão
Área: 0,808 Km
População: 15.607 habitantes
Domicílios: 6.330
Bairros vizinhos: Sagrada Família, Horto, Pompéia, Santa Efigênia e Floresta
Distância do centro:  15 minutos (de carro)

 

 

Praça de interior

Aconchego. Verdadeira referência do bairro, Duque de Caxias abriga igrejas e um cinema histórico

Assim como as aconchegantes cidades do interior de Minas Gerais, Santa Tereza também possui sua praça, que é a principal referência do bairro, repleta de histórias e atrações.

É na Praça Duque de Caxias – criada em 1937, pelo Prefeito Otacílio Negrão de Lima – onde se localizam o Cine Santa Tereza, além das igrejas de Santa Teresa e Santa Teresinha. Esta começou a ser construída em 1932, mas apenas 30 anos a obra foi finalizada e consagrada.

A comunidade contribuiu sobremaneira para a sua construção, através de barraquinhas, rifas e outras contribuições, além dos órgãos públicos como Prefeitura e Estado.

Já o Cine Santa Tereza foi inaugurado em 1944, com a exibição do filme “O Conde de Monte Cristo”. Funcionou até os anos 1980, como boate e casa de espetáculos.

Reaberto em 2016, o prédio agora pertence à Prefeitura de Belo Horizonte.  O MIS Cine Santa Tereza sedia diversas mostras de cinema, sempre com entrada gratuita. Em agosto de 2019, foi a vez de uma seleção de 21 títulos, entre cinebiografias e documentários, e cada um deles evidencia as muitas possibilidades das palavras na arte e na vida, abordando subjetividades e culturas.

Um deles – “O Poeta de Sete Faces” – retrata a vida e obra do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. O documentário de 2002 remonta a trajetória do escritor, os primeiros anos de sua vida, sua mudança para o Rio de Janeiro até o auge de sua carreira.

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Totalmente revitalizado e tombado pelo patrimônio histórico da cidade, o MIS Cine Santa Tereza é um espaço dedicado à sétima arte e às demais manifestações artísticas, em diálogo com o audiovisual.

Ele busca proporcionar a experiência individual e coletiva do cinema em sua sala de exibição, que oferece projeção digital em alta resolução de imagens. O espaço tem como um de seus eixos a democratização do acesso ao cinema e ao audiovisual, e vem atender à demanda da cidade e do setor cultural por espaços de difusão, circulação e criação artística.

Além da sala de exibição, o equipamento conta com um espaço multiuso dedicado a exposições e ações formativas, e com uma biblioteca pública. Ela é integrada à rede de bibliotecas da Fundação Municipal de Cultura e oferece acesso a diversos materiais de leitura e um acervo especial sobre cinema e audiovisual.

Fotos: Acervo PBH

ONDE?
Rua Estrela do Sul, 89
Funcionamento: De terça a sexta, das 10h às 21h; sábados e domingos, das 16h às 21h.
Contatos:  pelo email [email protected] ou pelos telefones (31) 3277-4699 / 3277-8651 / 3277-4714
Acesse: www.bhfazcultura.pbh.gov.br

Gastronomia & boemia & arte

Turismo. Comida boa, casarões históricos e muita cultura fazem parte do DNA de Santê

Gastronomia, boemia, cultura, história, arquitetura. São muitas as palavras que podem definir o Bairro de Santa Tereza – e todas ao mesmo tempo. O bairro é um dos mais charmosos de Belo Horizonte e não é à toa que atrai moradores de outras regiões e também turistas que querem conhecer de perto onde surgiram os artistas do Clube da Esquina e do Sepultura, os filhos mais famosos de Santê.

Muita gente também é pega pela boca. E um dos responsáveis por isso é o Bolão. Inaugurado em 1961, o restaurante é ponto quase obrigatório para saborear o famoso macarrão – espaguete à bolonhesa – ou o “rochedão” – prato feito com arroz, feijão, batata frita, bife, ovo frito e espaguete à bolonhesa.

O Bolão tem funcionamento prolongado e, por isso mesmo a turma da boemia vai sempre lá beber a saideira ou forrar a barriga antes de ir para casa.

Seu menu inclui 398 pratos e em suas paredes estão muitos quadros de vitórias em festivais de gastronomia e 160 relógios e discos, muitos deles presentes de artistas que vêm ou moram na capital.

Mas há outras boas pedidas. Para quem gosta de massas e vinhos selecionados uma sugestão é a Parada do Cardoso. O sommelier da casa, Sérgio Pereira, apresenta para os clientes um universo de possibilidades para uma harmonização adequada.

A pizza Porco Atolado, por exemplo, tem como ingredientes molho ao sugo, muçarela, pernil desfiado, linguiça calabresa esmigalhada, abacaxi, cebola, catupiry, pimenta biquinho e orégano.

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Esses sabores remetem à típica gastronomia mineira e são destacados quando harmonizados com o vinho português Rapariga da Quinta. Isso porque ele é produzido com uvas típicas da região, de boa acidez, equilibrado e com final frutado.

Santa Tereza também chama a atenção pela arquitetura, com 16 imóveis tombados e mais de 300 em processo de tombamento. O bairro preserva um casario tradicional e histórico que remete ao início do século 20, ajudado pela geografia.

Não há grandes avenidas na área, o que lhe dá um aspecto de cidade do interior e com muitas pequenas ruas que se cruzam. E foi na esquina das ruas Paraisópolis e Divinópolis, onde nasceu, nos anos 60, o Clube da Esquina, movimento musical que revelou Milton Nascimento, Fernando Brant, os irmãos Marilton, Lô e Márcio Borges, Flávio Venturini, Beto Guedes, Wagner Tiso, Toninho Horta, 14 BIS, Tavinho Moura, entre vários outros.

Para homenagear esta turma, em 2016 foi fundado o Bar do Museu Clube da Esquina. Cerveja artesanal e drinques, petiscos variados, e shows de terça a domingo destacam o local que, claro, expõe fotos e objetos dos artistas.

Eclético, Santa Tereza também é berço de uma das maiores bandas de rock (thrash metal) do mundo, com mais de 50 milhões de discos vendidos. Sim, o Sepultura nasceu naquelas ruas em 1984, criado pelos irmãos Max e Igor Cavalera, que hoje já não integram mais o grupo.

Serviço:
Restaurante Bolão
Endereço: Rua Mármore, 681
Funcionamento: segunda a quinta, 7h às 3h; sexta e sábado, 7h às 5h30; domingo, 7h às 17h
Contato: (31) 3461-6211

Parada do Cardoso
Endereço: Rua Dores do Indaiá, 409
Funcionamento: domingo, das 18h às 00h; segunda a quarta-feira, das 18h às 00h. quinta-feira a sábado, das 18h às 02h
Contato: (31) 3468-0525

Bar do Museu Clube da Esquina
Endereço: Rua Paraisópolis, 738
Funcionamento: terça a domingo, a partir das 19h30
Contato: (31) 2512-5050

Entrevista com Cristiano Quinto

A origem do clube

Jornalista e fotógrafo relembra os bastidores do festival da canção que pode ser considerado o início do famoso movimento musical, surgido em Santa Tereza

Texto: Luís Otávio Pires

Embora não seja músico, cantor ou compositor, o jornalista e fotógrafo Cristiano Quintino é a memória viva do Clube da Esquina, movimento musical que tem no bairro de Santa Tereza as suas raízes.  Afinal, ele vivenciou os primeiros passos da turma de Milton Nascimento, Beto Guedes e dos irmãos Marilton, Márcio e Lô Borges, chegou a produzir a capa de discos de alguns deles, emprestando o talento de suas lentes.

Foram esses laços que levaram Quintino a escolher o Festival Estudantil da Canção Popular de Minas Gerais (FEC), realizado em 1969 como tema de seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), quando se graduou em Jornalismo pela Faculdade Estácio de BH.

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Mas qual a relação deste festival pouco conhecido com o Clube da Esquina? Simplesmente tudo. “Pode-se dizer que foi o embrião para o começo do movimento criado em Santa Tereza. Onde eles começaram a se descobrir como artistas e perceber que poderiam mostrar sua música para o Brasil”, observa o jornalista.

Nesta entrevista exclusiva ao JORNAL DA CIDADE, Cristiano Quintino detalha seu trabalho, sua relação com os músicos e com Santa Tereza.

JORNAL DA CIDADE Como surgiu a ideia de fazer um trabalho sobre os primeiros acordes do Clube da Esquina?

CRISTIANO QUINTINO Primeiros acordes do Cube da Esquina foi o nome que eu dei depois da pesquisa para meu trabalho de monografia para conclusão do curso de jornalismo da Faculdade Estácio de Sá, em julho de 2008. Eu tinha dois temas para trabalhar na monografia. Um era sobre as aves da lagoa da Pampulha, porque na época eu estava fotografando junto com o músico Tavinho Moura, um projeto dele para fazer um livro sobre os pássaros da lagoa. Ele fez e eu fui para escanteio. E, graças aos Deuses surgiu as histórias do FEC – 1º Festival Estudantil da Canção Popular de Minas Gerais, em 1969. A ideia começou em 2006, era lançamento do livro “Palavras Musicais” do amigo Paulo Vilara no BDMG Cultural.

Conversando com o músico Toninho Horta falei deste festival, ele lembrou na hora e falou muitos detalhes, das duas músicas dele que ganharam terceiro e quinto lugares. Também estava lá o Túlio Mourão que viajou na ideia lembrando da sua música – que ganhou -, e me prometeu trazer o troféu que estava em Divinópolis.  Mais ainda Tavinho Moura e Marcinho Borges presentes neste evento lembram da música deles que ganhou o 2º lugar.

O Márcio Borges ainda contou a história da letra; ele e Tavinho estavam na varanda tocando, quando seu pai o Salomão Borges trouxe o jornal com a foto da morte de Che Chevarra. Saí deste evento no BDMG e senti que o meu trabalho era resgatar esta história. Poucas pessoas sabem, mas foi nele que Beto Guedes e Lô Borges conheceram Tavinho Moura, Túlio Mourão e Fernando Brant, só para citar alguns. E que nos bastidores dos ensaios eles começam a descobrir os sons comum que depois virariam futuros parceiros.

Qual é sua ligação com os artistas?

Na época da FEC eu tinha 18 anos, a gente vivia de peladas de rua, namoradas e horas dançantes. Ao som de Janis Joplin, Jimmi Hendrix, Beatles, Rolling Stones, Genesis, Yes, Pink Floyd, Jorge Ben, Tom Jobim, Milton Nascimento, Zimbo Trio. Eu tinha uns primos que tocavam em hora dançante de boates, no Automóvel Clube. A banda chamada Vox Populi tinha o Marco Antônio Araújo na guitarra; eles entraram neste festival, por isso lembro muito e me emociona com essa linda história. Eu estava presente, junto com minha nova namorada, hoje minha mulher.

Só nos anos 1980, que comecei a trabalhar com esses músicos do Clube da Esquina. Fiz capas de Tavinho Moura, Lô Borges, Toninho Horta, alguns trabalhos com Beto Guedes, Gonzaguinha, e outros. Eu não só fotografava para eles, a gente fazia turnês e nas viagens criávamos várias ideias e ficamos companheiros de palco e bar. Os primeiros a me convidarem para fazer as fotos das capas dos discos foram Tavinho Moura e Lô Borges. Do Tavinho foi o disco “Engenho Trapizonga” e do Lô foi o “Sonho Real”.

Como foi o trabalho de pesquisa? E quais foram os maiores desafios?

Comecei pelo amigo Bob Tostes que foi o principal organizador deste festival, junto com o Ângelo Oswaldo. Lembrava de tudo, depois da entrevista com ele comecei a montar minha pauta e as apurações. E consegui apurar através de jornais da época, como o Diário de Minas que foi o patrocinador do FEC. O maior desafio se tornou o mais bonito da história, porque com cada músico que eu entrevistava, a frase era sempre: “eu não me lembro bem”.

Por que o festival Estudantil da Canção Popular é considerado a origem do famoso “clube” de 1969?

Eu considero como a origem. Porque depois das entrevistas com cada um deles, quando eu mostrava os jornais da época e as fotos, vieram as lembranças e aí pintou as histórias inéditas. Eles eram garotões também como eu, os festivais eram importantes para mostrar suas músicas e o que aconteceu que os bicudos se cheiram, durante os dois meses que aconteceu o FEC, vivenciados pelos encontros nos ensaios e nas apresentações, eles puderam mostrar suas músicas e expor seus talentos. E formaram um time de primeiro quilate de músicos.

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Eles se ouviram nos ensaios e depois do festival viraram parceiros. Músicas que concorreram como “Equatrorial”, de Beto Guedes e Lô Borges, “Clube da Esquina”, “Como vai minha Aldeia”, do Toninho Horta, entre muitas outras que viraram sucesso nacional.  Depois de 16 de novembro de 1969, eles nunca mais foram os mesmos: se juntaram, formaram novos grupos, fizeram novas parcerias, e criaram discos originais e únicos.

Qual a importância da ligação dos artistas com o bairro Santa Tereza no processo de criação da canções?

Vou contar só uma história relacionada ao bairro Santa Tereza, porque lá era e é a casa da família Borges. E em relação ao festival também rolou uma festa, na minha opinião, que foi o start de várias parcerias. Acabou o FEC na Secretaria de Saúde, onde é hoje o Minascentro. Os caras foram para Santa Tereza na casa dos Borges. Dona Maricota, a mãe, foi fazer uma macarronada para essa galera de meninos. A casa virou um festa só, parecia até uma oficina musical, havia duplas de violão em cada canto. As panelas viraram instrumentos de percussão do Naná Vasconcellos.

Nesta festa estavam também Robertinho Silva, Novelli, Sirlan, Nelson Ângelo, Túlio Mourão, Marilton Borges, Tavinho Moura, Egberto Gismonti, Flávio Venturini e outros craques. Lá pelas tantas o menino Lô Borges, na época com 17 anos, sentou de frente para o piano, chamou o irmão Marcinho Borges e o Fernando Brant e disse: “acabei de compor essa música, vocês topam fazer uma letra para ela?”. Todos sentaram com atenção para ouvir. Marcinho foi para um canto e Fernando, sorrindo, pegou um papel de pão. Naquele momento surgiu a canção “Para Lennon e Mc Cartney”.

Foto: Arquivo Pessoal

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BH Minha Cidade: Buritis https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/bh-minha-cidade-buritis/ https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/bh-minha-cidade-buritis/#comments Sat, 31 Aug 2019 12:00:11 +0000 https://www.jornaldacidadebh.com.br/?p=36857 Região Oeste. Autossuficiente, bairro e entorno oferecem infraestrutura completa para seus milhares de moradores Um bairro autossuficiente Infraestrutura. Lá, há quase tudo, de academias, butiques, bares, restaurantes, escolas, drogarias, salões de beleza e até shopping com cinco salas de cinema […]

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Região Oeste. Autossuficiente, bairro e entorno oferecem infraestrutura completa para seus milhares de moradores

Um bairro autossuficiente

Infraestrutura. Lá, há quase tudo, de academias, butiques, bares, restaurantes, escolas, drogarias, salões de beleza e até shopping com cinco salas de cinema

Ao mesmo tempo em que apresentou um crescimento populacional muito rápido, o Buritis também se estruturou na mesma velocidade. Atentas com estas oportunidades, empresas de vários ramos de atividades descobriram este potencial e se instalaram na região.

As diversas imobiliárias no bairro são um exemplo disso. Para elas, o Buritis é ainda sinônimo de diversidade.

O bairro tem sido palco de experimentos que, felizmente, deram certo. O conceito de Rooftop (famosos bares no terraço), os containers e food trucks fazem a alegria dos moradores ou em feiras e eventos temáticos organizados pelos comerciantes e associação de moradores.

O bairro impressiona quando o assunto é lazer. Com apenas alguns minutos de caminhada você se depara com academias, butiques, parques, bares, restaurantes e shoppings, sendo que o maior — com cerca de 30 lojas — tem cinco salas de cinema.

Não há hospital no bairro, mas alguns dos principais de Belo Horizonte ficam a cerca de cinco quilômetros, tais como o Hospital Madre Tereza (Gutierrez), Hospital Luxemburgo (Luxemburgo), e Vila da Serra e Biocor (Vale do Sereno).

Contudo, existem consultórios dentários, clínicas, médicos de diversas especialidades e várias clínicas veterinárias e pet shops para quem adora animais de estimação.

Próximas ao bairro, também há opções de atendimento público, como as Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos bairros Palmeiras e Estrela Dalva, além da Unidades de Pronto Atendimento (UPA), na Av. Barão Homem de Melo, na divisa dos bairros Estoril com Nova Granada.

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Quem mora no Buritis pode contar com a facilidade do transporte público. A região é atendida pela linha 9250, que passa por vias principais das regiões Oeste e Leste, além da 9206, que transita por importantes vias de Belo Horizonte.

A linha Suplementar 205 faz a conexão Buritis/Estação Calafate, integrando o bairro ao metrô. Quem deseja ir ao centro, pode contar com as linhas 5201 e 8203. Outra opção de transporte é o ônibus executivo SE02, que faz o trajeto mais rápido até a Savassi, com o conforto de wi-fi e ar-condicionado.

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Fotos: Divulgação JC

Fazenda Tebaidas, o início de tudo

História. O químico industrial Aggeo Pio Sobrinho adquiriu, nos anos 1930, o terreno de 5 milhões de m² onde hoje se localiza o Buritis

Apesar de ser o segundo bairro mais populoso de Belo Horizonte, com cerca de 35 mil pessoas, o Buritis é um bairro novo, mas que apresentou um crescimento populacional de infraestrutura enorme, a partir dos anos 1990. Hoje uma verdadeira selva de pedras e um dos mais valorizados da capital mineira, o Buritis já foi uma ampla e pacata área verde.

A história do bairro começa na década de 1930, quando o químico industrial Aggeo Pio Sobrinho — nome do principal parque do bairro —, originário de uma família de muitas posses de Dores do Indaiá, no interior de Minas Gerais, adquiriu as terras de mais de 5 milhões de m² e fundou a Fazenda Tebaidas.

Aggeo e sua família moravam no centro de BH, e a fazenda era área de lazer que servia a toda a família. Com o crescimento da cidade se aproximando cada vez mais da região, a fazenda começou a ter invasões.
Para evitar aborrecimentos, o químico decidiu doar as terras para a Santa Casa de Misericórdia, mas o filho Aggêo Lúcio e seus irmãos, já maiores de idade, assumiram a fazenda.

Nos anos 1950, a família decidiu lotear as terras. Criaram uma imobiliária e a área originou a Cidade Industrial, o Milionários, o Barreiro e o Palmeiras. Os lotes eram baratos para a época e tudo foi vendido. Nos anos 1970 (1976, mais especificamente), os irmãos lotearam outra parte do terreno, onde hoje fica o Buritis.

Mas, desta vez, o loteamento foi melhor planejado, para que as áreas fossem melhor avaliadas. O terreno acidentado espantou compradores, contudo com a expansão da Av. Raja Gabáglia, pouco mais tarde, veio trazendo o crescimento da área nobre da cidade cada vez mais perto da região.

O boom do Buritis começou mesmo em 1992, quando a Prefeitura de Belo Horizonte alterou o zoneamento da região, a fim de permitir que fossem construídas residências multifamiliares, ou seja, prédios.

Aquela fazenda com pés de frutas de todo tipo e riachos onde a meninada nadava deu lugar a um bairro imponente, cosmopolita, com diversas opções de lazer e uma excelente infraestrutura.

Infelizmente também “ganhou” problemas, como poluição sonora, congestionamentos e violência urbana.
Mas seus moradores adoram e a maioria afirma não querer sair do Buritis.

Vocação para o entretenimento

Perto de casa. Bares e restaurantes, casa noturna, parque e até campos de futebol proporcionam diversão diversificada

Quando o assunto é entretenimento o Buritis mostra sua cara. Bons bares e restaurantes, lanchonetes, pubs, casa noturna, campos de futebol society e parques estão entre as atrações para quem prefere se divertir perto de casa.

No que se refere à gastronomia, o bairro está muito bem servido e com variedade. Há opções para todos os gostos e bolsos, tais como espetinhos, hamburguerias, comida japonesa, pizzarias, comida alemã, comida síria, comida mineira etc.

A concentração maior é na região do chamado o Buritis II, principalmente nas avenidas avenidas Aggeo Pio Sobrinho e Henrique Badaró Portugal, mas há estabelecimentos também por toda avenida Mário Werneck e em algumas ruas transversais a ela.

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Os bares que servem “espetinhos e long neck” são uma das sensações do bairro. Eles funcionam no esquema de fichas, adquiridas antecipadamente, o que agiliza o atendimento e satisfaz os clientes. O mais tradicional é o Gori Grill, da família cujo sobrenome dá nome à casa. Frequentado por gente de todas as idades, oferece churrasquinhos variados e cerveja bem gelada. É frequentado também por quem busca assistir partidas de futebol.

O Beb’s é estabelecimento do mesmo gênero. Localizado onde antes funcionava um buffet infantil, num espaço amplo, tem um playground para crianças a partir de cinco anos, ou seja, enquanto a turminha se esbalda nos brinquedos, os pais aproveitam os momentos de “folga” degustando churrasquinhos no espeto, petiscos em porções individuais, cerveja long neck e drinks variados.

Outro estabelecimento dos mais antigos e muito frequentado no bairro é o Chalé da Mata. Ele se destaca por fazer divisa com o clube da Copasa, por isso, micos muitas vezes ficam próximos dos clientes. Buffet de salada e um fogão a lenha com comida tipicamente mineira e brasileira são os chamarizes da freguesia.

Aos que buscam algo mais robusto em termos de entretenimento a principal atração do Buritis é o Clube Chalezinho, instalado desde 2002.

É o lugar certo para quem gosta de uma noite agitada, gente jovem e bonita e boa música. Mensalmente, a casa recebe uma média de 18 mil convidados. São pessoas de hábitos de consumo jovem, de 18 a 50 anos, das classes A e B.

O projeto arquitetônico integra aconchego e sofisticação. Cerâmica, madeira e efeitos de luz de led estão presentes em toda a decoração e a área externa em meio a belo jardins continua a ser destaque.

Outro atrativo da casa é sua programação diversificada, que já trouxe nomes como Jota Quest, Jorge Ben Jor e Playing for Change para sua pista, grandes expoentes do axé e do pop nacional e duplas sertanejas.

Área Verde

Espécie de palmeira nativa do cerrado, o Buriti que dá nome ao bairro é uma das muitas espécies de uma das maiores áreas verdes de Belo Horizonte, o Parque Aggeo Pio Sobrinho, atração ecológica da região.

O local é diferenciado para apreciação de momentos de lazer, descontração, relaxamento ou mesmo para praticar esportes. O parque existe desde 1996 e foi implantado por meio do programa Parque Preservado. Ocupa uma área aproximada de 600 mil m², o equivalente a 60 campos de futebol, espaço este de grande importância ecológica e beleza cênica, integrante do maciço da Serra do Curral.

Com aspecto de um vale, a reserva possui três nascentes que formam o córrego Ponte Queimada, afluente do córrego Cercadinho, pertencente à bacia do Ribeirão Arrudas. Uma das nascentes fica bem no centro da área de convivência.

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Para os usuários, além da beleza, o parque tem sua importância para a cidade principalmente por uma peculiaridade: o local tem área de convivência menor, porém um espaço de preservação considerável e é possível realizar uma caminhada monitorada pela área preservada.

A vegetação nativa da reserva é de grande significância, composta, em sua maior parte, por espécies de Mata Atlântica e Cerrado. Embaúba, pau d’óleo, cedro, sangra d’água, ingá, jatobás, vinhático e jerivá são algumas das espécies que compõem a área verde.

A fauna local é composta por répteis, mamíferos e aves, como serpentes, quatis, tatus, gambás, preás, cuícas, ouriços-cacheiros, micos, esquilos, siriemas, pombas-trocal, juritis, sanhaço-frade, alma de gato, anu, tesourinha, gavião carrapateiro, sabiá poça, sabiá laranjeira e capacetinho de veludo, entre outros.

Existem, no parque, aparelhos de ginástica, brinquedos modulares, uma quadra poliesportiva e uma pista de skate.

Esporte e Gastronomia

Outro local que se tornou o ponto de encontro dos moradores para a prática de esportes e gastronomia é a avenida Henrique Badaró Portugal. Graças à parceria da Associação dos Moradores do Bairro Buritis com o comércio local, a via tem seu canteiro central muito bem cuidado.

A pista para caminhada e corrida de 700 metros foi construída aproveitando a via para os carros, com quebra-molas e sinalização. Há um quiosque para descanso e aparelhos para alongamentos, barras e pranchas para ginástica.

Aos domingos, uma das pistas da avenida fica interditada pela BHTrans e liberada para ocupação de crianças, adultos e animais de estimação.

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Foto: Glaucimara Castro / www.bsfotografias.com.br

11 VANTAGENS DE MORAR NO BURITIS

  1.  Áreas de lazer e preservação
  2. Restaurantes
  3.  Bares
  4.  Universidades e escolas
  5.  Comércio
  6.  Hospitais e centros de saúde
  7.  Transporte público
  8.  Segurança
  9.  Praticidade e comodidade
  10.  Privacidade
  11.  Espaço para a família, longe do estresse dos centros urbanos

Fonte: VPV Imóveis

Eventos para todos os tipos de gostos e bolsos

Permanentes. Carnaval, festa junina, festival de gastronomia e até encontro de carros antigos estão no cardápio de atrações do Buritis e arredores

Os moradores do Buritis e dos bairros adjacentes são beneficiados por uma série de eventos que já entraram para o calendário da região. Há atrações de todo o tipo — para todos os gostos, bolsos e idades.

Mas, sem dúvida, o Carnaval do Buritis é o destaque, junto com o da própria Belo Horizonte. Milhares de foliões dos bairro e dos arredores, além de gente vinda de outros pontos da cidade promovem uma verdadeira invasão e curtem uma programação variada e divertida.

Em 2018, com a apresentação dos Baianeiros, o Carnaval do Buritis registrou um recorde de foliões. Tanto que a banda, composta por baianos e mineiros, teve que buscar um espaço maior na capital e, já em 2019, foi se apresentar na região da Savassi.

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Mas outros blocos sempre aparecem no Buritis durante o Carnaval, como a Kombi do Reggae, bloco e rua de lazer com atividades infantis; o Cãobada do Bem, bloco de animais de estimação fantasiados; Inimigos do Fim, especializado em samba de roda; O Fusca, com axé, pagode, samba e pop-rock; e o Gandahia, que transforma o rock em ritmo de samba.

A grande atração deste ano, contudo, foi o festival We Love Carnaval, que trouxe ao ex-Centro de Futebol Zico, estrelas da MPB, tais como Thiaguinho, Gusttavo Lima, Jorge e Matheus e até Alok, DJ conhecido internacionalmente.

Arraía e tira-gosto

As festas juninas do Buritis também são atração. Os colégios sediados na região sempre fazem seus eventos, mas o Arraiá da Paróquia Santa Clara se tornou a maior e mais famoso.

Realizada em galpões do campus do UniBH, a festa tem shows ao vivo e barraquinhas com comidas típicas, além de uma bela quadrilha. “É o momento de celebrarmos a alegria, tradição, partilha, cultura, acolhimento, fraternidade e como marca, o de ir ao encontro das pessoas”, observa uma das organizadoras, Miriam Rosa.

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Em novembro, a equipe de eventos da paróquia e o Movimento das Pequenas Fraternidades também organizam o FestGost, tradicional festival de tira-gosto, com uma variedade de petiscos servidos em barraquinhas. A animação fica por conta da Banda Música e Tau da Paróquia.

Os dois grandes eventos são preparados para um público aproximado de 4 mil pessoas e a renda angariada é integralmente destinada para a construção do templo físico da igreja.

Antigomobilismo

Para quem gosta de antigomobilismo, uma dica de evento permanente no Buritis é o realizado todo segundo domingo de cada mês na Garagem Retrô BH, que mistura oficina de reparação de veículos antigos com espaço para eventos.

O proprietário Frederico Carvalho explica que, durante os encontros, participam carros fabricados no passado, mas em perfeito estado de conservação, desde modelos Dodge, Mavericks, Opalas, Fordinhos, Hot-rods (antigos com motor “envenenado”), entre outros. “Participa aqui quem gosta de carro antigo e também gente que apenas quer assistir a um show de rock, outra atração de nossos eventos”, observa

Um dos que marcam presença com frequência nos encontros é o servidor público Demétrius Cruz e seu Fusca 1500, Azul Diamante, 1971. “Temos a mesma idade”, diverte-se o colecionador, que herdou de um primo mais velho a atração pelo Volkswagen mais famoso do mundo.

Cruz conta que foram dois anos de reforma para que o carro ficasse em condições de encarar as ruas. Apesar de ser um antigo superconservado, o Fusca não conseguiu placa preta, que determina os modelos originais que preservam a história do automóvel. “É porque meu Fusca tem itens de customização de época, como volante Motolita, lentes de farol da Porsche 911, bancos concha retrô, instrumentos linha Volks Cronomac e suspensão rebaixada”, explica. “A mecânica é 1500 original, porém está vindo aí uma 1800 com carburação Weber que vai dar uma apimentada”, acrescenta.

Entrevista com Braulio Lara

Um bairro organizado e atraente. Dirigente da ABB ressalta a importância do engajamento dos moradores no exercício da cidadania e da participação nos conselhos municipais

Apesar de muito populoso, com um trânsito muitas vezes caótico e diversos desafios urbanos, o Buritis é hoje um bairro organizado. Mas nem sempre foi assim. Com crescimento imobiliário intenso, coube aos moradores deixá-lo mais atraente, graças ao trabalho de pessoas dedicadas, como as que participam ativamente da Associação do Bairro Buritis (ABB), uma das mais importantes da capital mineira.

“A ABB teve gestões de pessoas que amam o bairro e que sempre quiseram o bem dele, sem pretensões pessoais”, avalia o atual presidente, Braulio Lara, que desde 2017 tem a incumbência de não deixar a peteca cair.

Nesta entrevista ao JORNAL DA CIDADE, o empresário e professor universitário mostra que não é fácil a missão.

Ele ressalta que há diversos obstáculos a serem transpostos, mas sua vocação pela gestão comunitária e o amor pelo Buritis falam mais alto.

JORNAL DA CIDADE Como atrair os moradores para também se engajarem na luta pelos desafios do bairro, junto com a ABB?

BRAULIO LARA Procuramos ser sempre muito transparentes, utilizando a comunicação e também a tecnologia para ter maior engajamento dos moradores. O nosso informativo mensal, o jornal Folha Buritis, por exemplo, além de impresso, também fica disponível em sua versão online na Internet.

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Além disso, transmitimos nossas reuniões pelo Facebook, com uma média de 1.000 visualizações nas primeiras 24 horas, o que é um número excelente. Até porque os vídeos ficam disponíveis na página para quem quiser assistir depois. Essas nossas experiências têm atraído o interesse de outras associações de bairros, que têm nos procurado para conhecer nossas práticas.

Como é o engajamento da associação com os conselhos municipais?

Procuramos participar de todos os conselhos para termos voz ativa junto ao município. No espectro local, participamos do Conselho de Segurança Pública (Consep) da 126ª Cia. da PMMG, que atende ao Buritis e bairros vizinhos, e participamos também do Conselho Regional de Transporte e Trânsito (CRTT) da Regional Oeste. Além disso, participamos do Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMAM) e do Conselho Municipal de Políticas Urbanas (COMPUR) representando o setor popular.

Também fazemos reuniões mensais com a Secretaria Regional Oeste. O objetivo é mapearmos os problemas do bairro e buscarmos resolvê-los ou, pelo menos, encaminhá-los.

Um dos trabalhos mais relevantes da Associação é o “Adote o Verde com a ABB”. Como é este projeto?

O Adote o Verde é um projeto da PBH que oferece os canteiros para adoção de empresas ou entidades. No entanto, sempre quando há uma crise, a primeira coisa que o adotante faz é cortar este custo e deixar o canteiro mal cuidado.

Percebendo isso, fizemos algo diferente. A ABB adotou todos os canteiros, de todos os tipos, incluindo lugares atrativos comercialmente e outros nem tanto. Convidamos empresas para serem adotantes e todos entram no bolo geral como se fosse um condomínio, pagando por cotas proporcionais a sua exposição. Isso nos possibilitou a distribuir esta verba e manter todo o bairro organizado.

Esse projeto existe há um ano e meio e é uma de nossas referências. No início foi difícil engrenar, devido a toda a burocracia, mas hoje as pessoas chegam ao Buritis a têm a sensação de um bairro que se preocupa com o ambiente e está muito organizado.

Mas sempre há algo a melhorar?

Claro, tem muita coisas que precisamos avançar. Ainda temos problemas com a irrigação dos canteiros, porque nem todos os sistemas foram ligados pela Copasa, apesar de já termos feito solicitações. Temos lutado ainda contra propagandas irregulares que sujam o visual do bairro. No entanto, nas vias em que existe o trabalho de manutenção dos canteiros, aproveitamos para retirar as faixas e cartazes poluidores.

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Outros itens já precisam de intervenção da Prefeitura. Um exemplo são cabos de postes frouxos ou soltos nos passeios. Já pedimos para que isso seja resolvido, mas ainda esbarramos na burocracia e na morosidade.

A ABB, contudo, já conseguiu alguns avanços para o bairro. Quais os principais?

Desde 2015 tentávamos o recapeamento da avenida Mário Werneck em frente ao Parque Aggeo Pio Sobrinho. Finalmente em 2018 conseguimos que a obra fosse feita e hoje aquele trecho está com asfalto novo, uma maravilha.

Mas outras manutenções ainda precisam ser feitas. Precisamos destacar ainda que conseguimos que pelo menos uma linha de ônibus chegue à parte mais alta do bairro, nas imediações da Rua Lauro Ferreira. Quem utiliza o transporte coletivo é obrigado a subir verdadeiros morros para chegar em casa ou no trabalho.

Essa solução será via linha 9206, que em breve irá transitar pela Rua Consul Walter passando pela pracinha da rua Stella Hanriot. Está dependendo apenas de esta rua ser recapeada. Será um grande avanço.

Apesar dessas melhorias, o Buritis ainda tem uma fama de ter um trânsito muito congestionado. Como resolver?

Buritis está sempre em desenvolvimento e a cada dia passa a ser preferido por muita gente. Isso faz com que tenhamos uma população das maiores da cidade, com vários tipos de poder aquisitivo. Essa massa de pessoas acaba trazendo trânsito, principalmente à Mário Werneck (avenida) que é muito sensível a congestionamentos. Isso se resolveria com a construção de um projeto que batizamos de Anel do Buritis. Trata-se de um projeto que cria mais rotas alternativas para quem entra, sai e circula por aqui.

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O símbolo principal desse projeto é o desenvolvimento de um binário fazendo a Rua José Rodrigues Pereira apenas subindo para a Raja e a Mário Werneck sendo usada apenas para entrada do bairro. O projeto contempla mudanças de mãos de diversas ruas e avenidas com o intuito de melhorar as saídas e entradas do bairro. Outro sonho é uma trincheira da av. Raja Gabáglia com a av. Barão Homem de Melo. Isso seria sim uma importante obra estruturante para a região.

Para conseguir uma obra desse porte é necessário ter uma mobilização política forte. Vimos que tem um projeto nesse sentido que é o Fórum Buritis na Política. Como funciona?

Trata-se de um projeto idealizado em 2016, realizado pela primeira vez em 2017, que prevê a realização de debates com a população, em vários painéis, abordando temas como saúde, educação, segurança, trânsito, infraestrutura, etc.

Os participantes são pessoas interessadas em serem candidatos a cargos eletivos e que têm oportunidade de dialogar com a população de forma antecipada e transparente. Este ano o Fórum iniciará em outubro com foco às eleições de 2020.

É uma oportunidade única de conversamos sobre a cidade e sobre nosso bairro. É a pura prática da cidadania. É a chance também de futuros representantes da nossa região na política se apresentarem com antecedência e não somente nas vésperas das eleições.

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Eclética. Savassi surpreende sempre: desde as curiosidades sobre o bairro até o calendário oficial de eventos

Já deu para perceber que a Savassi é cheia de história. Mas, como “quem conta um conto sempre aumenta um ponto”, aí vão mais algumas curiosidades sobre a região.

1. Perfil

Segundo dados da Associação de Amigos e Moradores da Savassi – Amas, a Savassi tem, hoje:

  • 374 lojas de moda
  • 189 restaurantes
  • 108 bares
  • 51 agências bancárias
  • 34 cafés
  • 30 hotéis
  • 19 livrarias
  • 14 escolas de idiomas
  • 10 colégios particulares
  • 6 universidades
  • 4 operadoras de celular
  • 2 shoppings

Foto: Flickr/Pátio Savassi

2. Praça da Liberdade

É um projeto da Comissão Construtora de Belo Horizonte e foi construída, inicialmente, com jardins em estilo inglês. Foi só em 1920 que eles foram remodelados sob a inspiração francesa que conhecemos hoje.
O famoso coreto foi projetado por Edgard Nascentes Coelho, com a denominação de Pavilhão da Música.

Fot: Flickr/Skyscrapercity

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3. Praça Diogo de Vasconcelos

Até 1943, a praça se chamava 13 de maio. Foi Juscelino Kubitschek, quando ocupava a cadeira de prefeito de BH, quem mudou o nome para Praça Diogo de Vasconcelos. Diogo Luís de Almeida Pereira de Vasconcelos foi uma grande personalidade política do período colonial.

Além disso, ele também foi membro da Academia Mineira de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), além de ter sido um dos membros fundadores do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais e do Instituto Histórico de Ouro Preto.

Em 1963, o Obelisco da Praça Sete (ou “Pirulito da Praça Sete”) foi transferido para a praça Diogo de Vasconcelos por decisão do então prefeito Amintas de Barros. Anos depois, já na década de 1970, após a conclusão das obras de modernização da Praça Sete, o Obelisco retornou ao seu local de origem, onde permanece até hoje.

Se você perguntar a um belo-horizontino onde fica a Praça Diogo de Vasconcelos, pode ser que fique sem resposta. Isso porque o local é popularmente conhecido como Praça da Savassi.

Crédito: Flickr/PBH

4. Requalificação da Praça da Savassi

Idealizadas em 2004, as obras de requalificação da Praça da Savassi só começaram em 2011 e ficaram prontas em 2012. As mudanças vieram para colocar o pedestre em foco, ao invés do trânsito de automóveis.

Para isso, foram implantados calçadões nos trechos fechados próximos à praça, calçadas foram alargadas, fontes foram construídas, bem como canteiros e jardineiras, entre outras alterações.

O investimento total foi de cerca de R$ 11 milhões e as obras envolveram a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte/ Superintendência de Desenvolvimento da Capital – Sudecap (responsável por licitar e contratar os projetistas e construtoras), a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), a Associação dos Amigos da Savassi e a ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland).

Foto: Divulgação/PBH

5. Cine Pathé

O Cine Pathé já foi tema de livro e de música. Em 1999, Carlos Armando publicou “A Sala dos Sonhos”, que conta a história do icônico cinema de BH, considerando sua relevância como local de exibição dos filmes de arte e palco de manifestações políticas.

Pouco antes, em 1996, o grupo mineiro Skank imortalizava o Pathé na famosa canção “Tão seu” (“Não diga que não vem me ver / De noite eu quero descansar / Ir ao cinema com você / Um filme à toa no Pathé”).

Foto: APCBH/Coleção José Góes

6. “Esse ôns passa na Savassi?”

Em 1902, foi instalada a primeira linha de bondes da capital, que circulava pelos bairros que hoje conhecemos como Centro, Funcionários, Savassi e Boa Viagem.

Segundo dados da BHTrans, atualmente, existem 26 linhas de ônibus passando apenas pela Avenida Cristóvão Colombo – uma das principais da Savassi – todos os dias. Na Praça da Liberdade, são 21 linhas de ônibus no total.

Foto: Flickr/Skyscrapercity

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BH Minha Cidade: A vitrine dos mineiros https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/bh-minha-cidade-a-vitrine-dos-mineiros/ https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/bh-minha-cidade-a-vitrine-dos-mineiros/#respond Sat, 24 Aug 2019 22:00:30 +0000 https://www.jornaldacidadebh.com.br/?p=36366 Savassi. Um dos bairros mais charmosos e ecléticos de Belo Horizonte tem potencial para se transformar em distrito criativo “Estabelecimento modelo, montado com todos os requisitos de higiene, luxo e bom gosto, com um serviço perfeito e aprimorado de padaria […]

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Savassi. Um dos bairros mais charmosos e ecléticos de Belo Horizonte tem potencial para se transformar em distrito criativo

“Estabelecimento modelo, montado com todos os requisitos de higiene, luxo e bom gosto, com um serviço perfeito e aprimorado de padaria – confeitaria – leiteria e sorveteria, tornou-se de início o centro elegante e o ponto obrigatório de reunião das distintas famílias do bairro dos Funcionários.”

Nas palavras do repórter da Revista Belo Horizonte, publicada em abril de 1940, foi assim que nasceu a Padaria Savassi. Mal sabia ele que, algum tempo depois, o requintado estabelecimento construído por Hugo Savassi daria nome a todo um bairro da nova capital. Tudo graças à turma de jovens que se reunia ali para atividades nem sempre tão distintas.

Conforme conta o jornalista Jorge Fernando dos Santos, o grupo era festeiro e aprontava bastante. Tanto que passou a ser reconhecido por onde passava por suas peripécias. Como o point dos garotos era a nova padaria, deu-se a eles o nome “Turma da Savassi”. Daí para batizar informalmente toda a região foi um pulo.

História

Pode-se dizer que a ocupação da Savassi é tão antiga quando a do Centro da cidade. Isso porque a região está localizada dentro da zona urbana prevista no projeto de construção da nova capital, dentro dos limites da Avenida do Contorno.

Segundo o presidente da Associação de Moradores e Amigos da Savassi – Amas, Nelson Galizzi, “quando foi fundada a capital, fizeram as secretarias junto com o Palácio na Praça da Liberdade e, aqui na Savassi, foram construídas as casas dos funcionários.”

Tradição

Como se sabe, até pouco tempo atrás a Savassi não era bairro. Toda a área fazia parte do Funcionários. A Região da Savassi – nome adotado pela Prefeitura de Belo Horizonte – nasceu em 1991, quando o então prefeito da capital, Eduardo Azeredo, sancionou a Lei 5.872/1991.

Segundo o documento, a área é delimitada da seguinte maneira: “começa na Praça Tiradentes, formada pela confluência da Av. Brasil com Av. Afonso Pena, segue a Av. Brasil até a Praça da Liberdade incluindo toda esta praça, sobe pela Rua da Bahia até a Av. do Contorno, desta até a esquina de Av. do Contorno com Av. Afonso Pena, na Praça Milton Campos. Da Praça Milton Campos segue pela Av. Afonso Pena, por esta até a esquina com Av. Brasil, voltando ao ponto inicial.”

Depois, em 2009, a Lei 9.691/2009, sancionada pelo então prefeito Márcio Lacerda, elevou a antiga região ao status de bairro. “Fez-se jus ao modo como todo mundo já se referia a ela. Afinal, são os moradores que determinam a direção”, acredita Nelson.

Para todos

Na Savassi, tem espaço para todos: desde os hippies que vendem sua arte pelas praças, passando pelos jovens que frequentam as baladas até altas horas da madrugada, até os idosos que passeiam pelos quarteirões fechados. “A Savassi é um lugar muito plural, tem sempre muita coisa acontecendo”, conta Galizzi.

Por isso, seus planos para o bairro são ambiciosos. “Queremos que a Savassi seja um parque-escola de criatividade e qualidade de vida. A gente tem oportunidade muitas vezes de viajar para fora do País, ou para regiões melhores dentro do Brasil. Mas nem todo mundo tem essa oportunidade. Por isso, queremos ter dentro de BH um ambiente bem organizado, onde haja cultura, educação, arte e diversão”, revela.

E esse desejo se traduz em dois projetos: o Via Albuquerque e a Savassi Criativa. O primeiro foi pensado por Nelson Galizzi em 2004, tendo como inspiração ruas que viraram referência nas cidades, como a Oscar Freire, em São Paulo. O segundo nasceu dez anos depois, baseado nos conceitos da Economia Criativa, enfatizando o propósito de criar um ambiente fértil para o desenvolvimento humano e econômico.

“Toda cidade tem aquele ponto que é interessante. Por isso, queremos fazer da Savassi o distrito criativo de Belo Horizonte. Queremos valorizar o passado, desenvolvendo essa inovação no presente para atingir um futuro de qualidade de vida”, conta Nelson.
E não teria lugar melhor para colocar esses projetos em prática: “A Savassi é a vitrine dos mineiros. Queremos otimizar essa vitrine para, depois, outras áreas fazerem da mesma forma” finaliza Galizzi.

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Tradição. Arte e diversão estão no DNA do bairro, que continua na vanguarda quando o assunto é cultura

Não é de hoje que a Savassi é conhecida como um verdadeiro polo cultural da cidade. Essa característica já era marcante desde o tempo da construção de Belo Horizonte. Historicamente, esse fato pode ser explicado pelo fato de os funcionários públicos recém-chegados à nova capital terem se instalado na região próxima aos edifícios governamentais, erguidos na Praça da Liberdade.
Segundo o presidente da Associação de Moradores e Amigos da Savassi – Amas, Nelson Galizzi, “era aqui (na Savassi) que tinha cultura”.

Pathé

Talvez o maior ícone cultural do passado da Savassi seja o Cine Pathé. Inaugurado em 1948, o cinema exibia os grandes sucessos de Hollywood com muito conforto e tecnologia – para a época. Eram ao todo mil lugares e a tela luminosa Westrec era uma das melhores daquele tempo.

O nome Pathé, segundo conta Maurílio Assis em sua dissertação sobre “A trajetória das salas de cinema de Belo Horizonte”, foi uma homenagem a um grande empresário do cinema, o francês Charles Pathé. A abertura da sala, de propriedade da empresa Cinema S.A., que já possuía vários cinemas na capital, veio para atender o público do bairro, que estava se desenvolvendo rapidamente.

Antes de completar dez anos, em 1956, o Cine Pathé foi reformado, recebendo assentos e estofados novos, além de sistema de ar-condicionado. O número de frequentadores, que já era alto, ficou ainda maior depois das melhorias em termos de conforto e – por que não dizer – luxo.
Após muitos anos de glória, em 18 de abril de 1999, o Cine Pathé encerrou suas atividades. Sua fachada – com características da arquitetura art déco – foi tombada pelo Patrimônio Histórico, porém, do restante da estrutura, nada ficou.

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Presente

Dando um salto temporal de 20 anos, pode-se perceber que a cultura ainda permeia as ruas da Savassi, mesmo com o declínio dos cinemas de rua. São diversas atrações que agradam todos os gostos, desde os amantes da arte até os apreciadores da leitura.

Essa característica, segundo Galizzi, é muito benéfica, afinal, “é através da cultura que nós vamos mudar tudo”, acredita. Por isso, a Amas vem trabalhando para desenvolver ações que transformem a região, buscando gerar uma verdadeira “cidadania iluminada”.

Opções

Atualmente, para os amantes de arte, há inúmeras galerias expondo obras dos mais talentosos artistas e promovendo eventos que movimentam a cena artística do bairro. A Praça da Liberdade, por exemplo, apresenta uma variada gama de entretenimento para quem gosta do assunto. Trata-se do Circuito Liberdade.

Em 2010, a Praça foi transformada em um complexo cultural, após a transferência oficial do Governo para a Cidade Administrativa. Assim, a proposta de reunir espaços culturais diversos a partir de parcerias públicas e privadas se concretizou.

Hoje, o Circuito Liberdade é composto por 15 instituições, entre museus, centros de cultura e de formação. Dentre os equipamentos culturais em funcionamento, oito são geridos diretamente pelo Governo do Estado e os demais funcionam por meio de parcerias público-privadas ou com instituições públicas federais.

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Folia na rua

Outros tipos de arte também se fazem presente na Savassi. Durante todo o ano, as ruas do bairro se transformam em palco para atrações divertidas que reúnem a família toda.  No Carnaval, é a vez dos blocos dos mais variados gêneros brilharem. Este ano, por exemplo, enquanto o Levada Loka agitou a Avenida Getúlio Vargas com os hits do axé dos anos 1990, o Putz Grilla levantou a galera na Rua Professor Moraes com os clássicos do rock brasileiro. Tudo no mesmo dia, atraindo, somados, um público estimado de 60 mil pessoas, segundo a Belotur.

No segundo semestre, os apreciadores de jazz já podem anotar na agenda a data do tradicional Savassi Festival: 5 a 8 de agosto. Prometendo muita música e atrações inclusive para crianças, o evento é realizado pelo Café com Letras e pelo Instituto Cidades Criativas. A programação promete ocupar os espaços Centro Cultural do Banco do Brasil – CCBB-BH, Pátio Savassi, Teatro Minas Tênis Clube, Café com Letras Savassi, além de um palco de rua e vários restaurantes e bares da região. Vale conferir!

Prêmio Mastermaq Jazz de Minas - Célio Balona + Projeto Brasil + Orquestra de Câmara Sesiminas - Teatro Sesiminas - Savassi Festival 2017 © Flávio Charchar

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BH Minha Cidade. Jornalista revela os motivos pelos quais essa região, que virou bairro, é tão encantadora

Quem mora em BH já sabe: tudo acontece na Savassi. Comércio agitado, ruas cheias de gente, lojas para todos os gostos e uma aura diferente que, para alguns, não existe em nenhum outro bairro da cidade.

Mas engana-se quem pensa que essa “fama” é atual. A Savassi é especial desde antes de ser Savassi. Não entendeu? O jornalista Jorge Fernando dos Santos explica tudo em seu livro, “A Turma da Savassi que virou nome de bairro”. Na obra, o autor revela que, muito antes de ser elevada ao status de bairro, a região ganhou esse nome por causa de uma panificadora – a Padaria Savassi – e de um grupo de jovens que fizeram fama pela cidade – a Turma da Savassi.

Após residir durante décadas em outro bairro da capital – o Caiçara – Jorge Fernando, hoje, é um orgulhoso morador do bairro cuja história ficou eternizada em seu livro. Nesta entrevista, ele revela alguns dos motivos que tornam a Savassi tão especial. Confira:

JORNAL DA CIDADE Por que escrever um livro sobre a história da Turma da Savassi?

JORGE FERNANDO DOS SANTOS A ideia foi do Pacífico Mascarenhas, que nasceu e morou na Savassi. Aproveitei para falar não só da turma que ele liderou, mas também contar a história da Padaria Savassi, dos colégios da região, dos cinemas e clubes da cidade. Na verdade, conto muito da história de BH, desde o tempo dos bondes.

Quais foram os principais feitos dessa Turma que fizeram dela tão importante a ponto de virar nome de bairro?

Era uma turma festeira e briguenta. Gostavam de fazer serenata e muita molecagem. Brigavam com outras turmas, frequentavam cinemas, zona de meretrício na Lagoinha, penetravam em festas em casas de família, frequentavam as missas dançantes do Minas Tênis. Alguns pulavam o muro do clube altas horas da noite para nadar. Mas tudo isso de maneira sadia, pois ninguém usava drogas e ninguém jamais morreu nos confrontos com rapazes de outras turmas da cidade.

Qual foi o fato mais curioso que você descobriu sobre a Savassi durante a produção do livro?

Foram muitos os fatos descobertos. Por exemplo, narro detalhes sobre a família Savassi, desde a vinda da Itália de Giácomo, sua esposa e seis filhos. O mais velho foi o introdutor do bicho da seda no Brasil. Outro, chamado Arthur, foi um próspero empresário em BH nos ramos de olaria e laticínios.

Foi ele que construiu o prédio alugado aos sobrinhos Hugo e Juca, que fundaram a famosa padaria. Aliás, em 1942, quando o Brasil entrou na guerra contra os países do Eixo, a Savassi e outras padarias de italianos foram depredadas e saqueadas na cidade – com a conivência do governo Vargas e do governo estadual.

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Você acha que a atmosfera da região na época retratada no livro – que era meio bucólica, quase mágica – ainda é a mesma de hoje? Ainda há magia na Savassi?

Claro que não. Não só a região da Savassi (que virou bairro em 2009), mas toda BH, mudaram muito e perderam aquela atmosfera bucólica, quase interiorana. A especulação imobiliária, o desrespeito com o patrimônio histórico, que resultou na substituição de antigas construções por edifícios de arquitetura duvidosa, muito contribuíram para que a cidade e os bairros se transformassem no que hoje vivemos.

A crise econômica, a violência, a falta de compromisso ambiental, o descaso e a corrupção das autoridades impactaram BH, como outras cidades brasileiras. Poderíamos ser uma cidade nos moldes de Paris ou Buenos Aires, que até hoje conservam aspectos históricos, que as transformaram em cidades agradáveis e contemporâneas, ao mesmo tempo.

Em 2006, a Savassi foi separada do Funcionários e ganhou status de bairro. Você acredita que demorou para essa decisão ter tomada?

Acho que a decisão veio no momento certo.

Hoje, você é um morador da Savassi. Qual a melhor parte de morar lá?

A Savassi é perto de tudo. Posso ir a pé à Praça da Liberdade, região hospitalar e centro da cidade. Temos livrarias de rua, eventos culturais, bares, gente bonita.

Se antes o point da Savassi era a Padaria Savassi, qual é o point de hoje? Que lugar é imperdível, aquele que nenhum visitante ou mesmo morador de BH pode deixar de conhecer/visitar?

Pro meu gosto são as livrarias: Quixote, Ouvidor (que ficam próximas) e Livraria da Rua, na Antônio de Albuquerque, 913. Aliás, o projeto Via Albuquerque criado pela Associação de Moradores e Amigos da Savassi, deu uma alavancada na região. Projeto idealizado pelo Nelson Galizzi, presidente da entidade, que pode servir de exemplo para outras vias da cidade. Gosto muito de ir ao Café da Casa Fiat e à Praça da Liberdade, onde fica o CCBB e outros pontos de cultura da cidade.

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BH Minha Cidade: Uma aventura de JK https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/uma-aventura-de-jk/ https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/uma-aventura-de-jk/#respond Tue, 13 Aug 2019 13:49:07 +0000 https://www.jornaldacidadebh.com.br/?p=35921 Começo de tudo. Oscar Niemeyer foi fundamental no projeto ousado do então prefeito para criar a Pampulha Belo Horizonte se esforçava para deixar para trás sua imagem de cidade de funcionários e assumir uma posição de destaque como polo industrial […]

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Começo de tudo. Oscar Niemeyer foi fundamental no projeto ousado do então prefeito para criar a Pampulha

Belo Horizonte se esforçava para deixar para trás sua imagem de cidade de funcionários e assumir uma posição de destaque como polo industrial nos anos 1940. Naquela ocasião, o médico Juscelino Kubitschek foi nomeado prefeito pelo interventor Benedito Valadares e logo passou a agir sobre as “doenças” da cidade: suas primeiras obras consistiram em renovar a pavimentação da zona central, asfaltar a avenida Afonso Pena e tornar realidade a avenida do Contorno. Com 12 quilômetros, pouco tempo depois a nova avenida seria inaugurada pelo presidente Getúlio Vargas.

Assim a historiadora Lúcia Lippi Oliveira, da Fundação Getúlio Vargas, retrata parte importante da jovem capital dos mineiros.
Ela lembra que JK passou para a história da cidade como o “prefeito-furacão”, pela quantidade e rapidez das obras que realizou. E a Pampulha foi uma, ou talvez a mais importante.

Leia também: BH Minha Cidade: Pampulha

“Havia em Belo Horizonte uma barragem, resultante do represamento de diversos córregos, iniciada na gestão anterior de Otacílio Negrão de Lima para de resolver os problemas de fornecimento de água para a cidade. Juscelino olhou para o empreendimento sob nova perspectiva e vislumbrou o potencial turístico e de lazer que o projeto poderia conter. Convocou o arquiteto Oscar Niemeyer e começou a aventura que marcaria não só sua passagem pela prefeitura de Belo Horizonte como, mais tarde, a construção de Brasília. A novidade chamava-se Pampulha”, escreveu a historiadora.

Lúcia Lippi Oliveira observa que o conjunto da Pampulha, idealizado por Juscelino e projetado por Niemeyer, incluía o Iate Clube, o Cassino, a Casa do Baile e a Capela de São Francisco de Assis.

“O cassino serviria para colocar Belo Horizonte no circuito das estâncias hidrominerais de Minas Gerais, que faziam grande sucesso. Na verdade, foi fechado no governo Dutra para só reabrir em 1957, quando se tornou Museu de Arte. A capela foi a primeira igreja moderna do Brasil. A Oscar Niemeyer juntaram-se o pintor Santa Rosa, que desenvolveu o projeto de decoração interna dos edifícios, o paisagista Burle Marx, que planejou os jardins, e Portinari, que realizou os quadros da Via Sacra da capela, desenhou os azulejos da parte posterior Casa do Baile.

Leia também:Volta Internacional da Pampulha abre inscrições

A ousadia de Niemeyer em renovar um espaço religioso tradicional causou enorme estranhamento na população e reações negativas na Igreja Católica. Basta lembrar que as autoridades eclesiásticas se recusaram a consagrar a igreja da Pampulha. Os jornais da época criticaram a arquitetura da capela, dizendo que a arte e a arquitetura modernas eram inadequados para a construção e a decoração de igrejas”, relatou.

Em conversas com amigos – e nas páginas do seu livro “As Curvas do Tempo: Memórias”, de 1998, Niemeyer disse que a Pampulha significou um despertar na sua carreira, servindo de referência até para o projeto de Brasília, inaugurada em 1960 e fruto da sua parceria com o urbanista Lúcio Costa (1902–1998). “A Pampulha foi o começo da minha vida de arquiteto”, registrou o mestre.

Fotos: CPDOC

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BH Minha Cidade: Pampulha https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/pampulha/ https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/pampulha/#respond Sat, 10 Aug 2019 13:48:29 +0000 https://www.jornaldacidadebh.com.br/?p=35920 Passeio. Em volta da Lagoa da Pampulha, é possível conhecer construções que são Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco A igrejinha São Francisco de Assis, o Museu de Arte, a Casa do Baile, e aquela lagoa enorme que reflete as […]

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Passeio. Em volta da Lagoa da Pampulha, é possível conhecer construções que são Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco

A igrejinha São Francisco de Assis, o Museu de Arte, a Casa do Baile, e aquela lagoa enorme que reflete as estrelas em dias de “noites claras”. São algumas das construções que contribuem para que a Pampulha abrigue os principais cartões-postais de Belo Horizonte.

Quando o turista chega à capital mineira, a região é destino certo. Conhecer a Pampulha ainda ficou melhor depois que se tornou Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. E se for a bordo da Jardineira antiga da década de 50, aí que os visitantes vão se sentir mais aconchegados.

Isso só é possível graças ao projeto do Museu de Objetos e Veículos Antigos (Mova) e da Belotur que desde 2016 realiza o Pampulha Retro Tour.

O passeio, que dura 1h20 em média, contempla a Igrejinha São Francisco de Assis, Casa Kubitscheck, Parque Ecológico, Zoológico, Museu de Arte da Pampulha (antigo cassino), a Casa do Baile, e o Iate Tênis Clube, que compõem o Conjunto Moderno da Pampulha.

Segundo o Mova, cerca de 6 mil passageiros pessoas até hoje já fizeram o passeio, entre eles turistas de todo Brasil e de outros países, como Alemanha, Estado Unidos, Argentina e Itália, além dos conselheiros da Unesco.

A Pampulha, contudo, tem outras maravilhas. Como o Mineirão, batizado de Estádio Magalhães Pinto.

Além de sediar jogos de futebol, com destaque para os clássicos do futebol mineiro, o Gigante da Pampulha ainda é palco de shows nacionais e internacionais, festivais de música, eventos corporativos. Na sua área externa, gratuitamente, o Mineirão recebe a população para diversas atividades de lazer.

Museu de Arte da Pampulha

FOTO DIVULGAÇÃO JC/PBH

Projetado para ser um cassino no início da década de 1940, o prédio foi o primeiro projeto de Oscar Niemeyer. Os jardins ao redor foram criados pelo paisagista Roberto Burle Marx e têm como característica principal as formas sinuosas, com grandes blocos ou manchas de cores, construídas com espécies da flora brasileira. No seu acervo destacam-se trabalhos de Guignard, Di Cavalcanti, Ivan Serpa, e Amilcar de Castro.

Casa do Baile

FOTO DIVULGAÇÃO JC/ACERVO BELOTUR

Inaugurada em 1943, a Casa do Baile, originalmente, funcionava como um salão de dança popular. Hoje, abriga o Centro de Referência em Arquitetura, Urbanismo e Design de Belo Horizonte. Com 300 m2 de área construída, a edificação está situada em uma pequena ilha artificial, às margens da Lagoa da Pampulha, ligando-se à via por ponte sinuosa, com vão de 11 metros. O paisagismo foi concebido por Burle Marx.

Iate Tênis Clube

FOTO MIGUEL AUN

O Iate Tênis Clube é uma das quatro obras projetadas por Oscar Niemeyer no início dos anos 1940 e apresenta o modernismo arquitetônico brasileiro ao mundo. No seu interior, encontram-se áreas de festas e de convenções, como o Salão Portinari, ornamentado com painel de Cândido Portinari, e o Salão Espelho D’água com obras de arte de Estergilda Meniccuci.

Capela São Francisco de Assis

FOTO DIVULGAÇÃO JC/MOVA

Construída em 1945, a Capela São Francisco de Assis foi consagrada a funcionar como um templo religioso apenas em 1959. Principal cartão-postal de BH, a Igrejinha da Pampulha é considerada uma grande inovação arquitetônica. Seu interior abriga a Via-Sacra, composta por quatorze painéis de Cândido Portinari. Os jardins são assinados por Burle Marx e os baixos-relevos em bronze foram esculpidos por Alfredo Ceschiatti.

Mineirão

FOTO EVERALDO VILELA

Batizado de Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão foi inaugurado em 1965. Palco de jogos importantes do futebol dos clubes mineiros da capital (Cruzeiro, Atlético e América), também sediou a Copa do Mundo Fifa de 2014. Em 2003, foi tombado pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte. Hoje é administrado pela Minas Arena, que realiza shows e grandes eventos de todos os gêneros.

Jardim Zoológico

FOTO SUZIANE FONSECA

O Jardim Zoológico pertence à Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica e existe desde 1959. Possui cerca 3 mil animais de mais de 250 espécies entre répteis, aves, anfíbios e mamíferos. O Borboletário e o Aquário do Rio São Francisco são equipamentos que também podem ser visitados durante o passeio. Seu Jardim Botânico é reconhecido por suas pesquisas e coleções raras.

Parque Ecológico

FOTO DIVULGAÇÃO JC/ FUNDAÇÃO ZOO BOTÂNICA

Conhecido como Parque Ecológico da Pampulha, o Parque Ecológico Francisco Lins do Rego foi inaugurado em 21 de maio de 2004. É resultado de uma história de recuperação ambiental. Com 30 hectares de áreas verdes, é propício para caminhadas, para andar de bicicletas, praticar slackline, soltar pipa, fazer piquenique e descansar.

Casa Juscelino Kubitschek

FOTO LUCIANO COUTINHO

Projetada em 1943 por Oscar Niemeyer para ser a residência de fim de semana do então prefeito de BH, a Casa Juscelino Kubitschek possui jardins do paisagista Roberto Burle Marx e telhado em forma de asa de borboleta e planos inclinados. Hoje dedica-se a contar a história de uma casa modernista dos anos de 1940, 1950 e 1960, através de espacializações, objetos e estímulos sensoriais.

 

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BH Minha Cidade: Gastronomia da região mostra sua força https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/bh-minha-cidade-gastronomia-da-regiao-mostra-sua-forca/ https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/bh-minha-cidade-gastronomia-da-regiao-mostra-sua-forca/#respond Thu, 08 Aug 2019 15:59:35 +0000 https://www.jornaldacidadebh.com.br/?p=35918 BH Minha Cidade. Circuito da Pampulha promove diversos eventos e envolve bares e restaurantes em torno de um tema, a Serra da Mantiqueira A Pampulha é tão peculiar que possui um festival de gastronomia exclusivo, que envolve restaurantes e bares […]

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BH Minha Cidade. Circuito da Pampulha promove diversos eventos e envolve bares e restaurantes em torno de um tema, a Serra da Mantiqueira

A Pampulha é tão peculiar que possui um festival de gastronomia exclusivo, que envolve restaurantes e bares da região e atrai gente de todos os cantos. Em sua 10ª edição, o Circuito Gastronômico da Pampulha acontece, este ano, de 10 de setembro a 6 de outubro.

Participam cerca de 20 restaurantes que vão seguir o tema “Serra da Mantiqueira”, onde o turismo é desenvolvido e a gastronomia festejada. Seus atrativos gastronômicos estão desde o cultivo de ingredientes versáteis para a culinária, como o pinhão no Vale da Paraíba, até o desenvolvimento de produtos como vinhos e cafés.

Nos arredores da cidades de Andradas, encontram-se o azeite e o vinho, graças aos italianos que lá se instalaram no século XIX, já em Bueno Brandão, a produção de queijos, no Espírito Santo do Pinhal, Carmo de Minas, Jacutinga e Lambari, estão alguns dos melhores cafés do Brasil, e em São João da Boa Vista, há ótimos restaurantes.

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Para o Circuito Gastronômico 2019, cada chef dos restaurantes convidados irá elaborar pratos inéditos, com ingredientes da Serra da Mantiqueira e baseados nos estudos dos ingredientes e a relevância da cultura alimentar locais.

Diversas ações emolduram o festival. Como workshops realizados não só em BH, como também em Lagoa Santa, Pedro Leopoldo e Confins. Esta 10ª edição traz como ação inovadora, além do ineditismo dos pratos, as cozinhas shows que acontecem no Iate Tênis Clube e no Mineirão.

Haverá ainda um evento de rua para promover ocupação de espaço público. Com atrações gastronômicas, musicais e culturais, ele pretende proporcionar um ambiente agradável, divertido e de muito aprendizado aos visitantes, estendendo suas ações para além dos moradores da região da Pampulha.

Expedição

Antes mesmo do início do Circuito Gastronômico da Pampulha, os organizadores realizaram a já tradicional expedição. Entre os dias 23 e 26 de junho, chefs, jornalistas especializados e o comitê organizador do Circuito Gastronômico da Pampulha (CGP) visitaram diversas cidades em torno da Serra da Mantiqueira.

Leia também: BH Minha Cidade: Pampulha

A ideia central foi garimpar ingredientes para inspirar os chefs a desenvolverem seus pratos para a edição de 2019. A vivência de experiências incríveis, o fomento ao relacionamento entre os que participam da expedição e conhecer locais incríveis e seus sabores e sua gente tornaram a excursão muito especial.

Cerca de 30 tipos diferentes de iguarias foram encontrados na viagem pelos participantes. Algumas, como o azeite e alguns queijos, trutas e frutas, só são possíveis naquela região, pela geologia e clima específicos dessa parte da Serra da Mantiqueira. Também se destacam as águas de São Lourenço e Caxambu, com propriedades medicinais e terapêuticas.

A expedição começou em Caxambu. Depois seguiu para Cruzília, onde os expedicionários conheceram o Queijo montanhêz Capa Preta, no Laticínio Ozório Barros. Eles então seguiram para Aiuruoca e, no caminho, também encontraram o produtor do Queijo Du’Tutti de quejios artesanais (tipo parmesão).

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Já em Aiuruoca, os participantes visitaram o produtor de azeite Olibi. Além de azeitonas em conserva, do azeite em óleo tradicional, ele produz a versão em pó, que pode ser usada em receitas e até em drinks.

O grupo foi ainda ao Sítio Cambará com suas geleias totalmente artesanais de amora, mirtillo, framboesa e physalis.
No meio do caminho, a expedição visitou o Vale do Mututu e almoçou no Tia Iraci, restaurante bem típico de Minas Gerais, com fogão a lenha, muito sabor e ingredientes colhidos na horta. No cardápio havia um frango caipira perfeito e uma cerveja artesanal de fabricação própria.

Os expedicionários seguiram também para Alagoa para conhecer a loja Queijo D’Alagoa, com seus diversos queijos locais, premiados internacionalmente, incluindo o Queijo Alagoa Grande, medalha de bronze no Mondial du Fromage, em Tours na França.

Em São Lourenço, as estrelas foram os doces de leite, geleias, e outros típicos como ambrosia e chuvisco. Além do laticínio Miramar, onde nasceu o tradicional Catupiry e o Unique Café.

Em Delfim Moreira, todos degustaram as iguarias da Queijaria da Montanha e da Cervejaria Artesanal Kraemerass.
Uma visita à cervejaria e destilaria Musa, que produz cerveja, cachaça, licores, gin e aguardente de banana e tangerina, também estava no roteiro.

Já nos “finalmentes”, os expedicionários almoçaram em Santa Rita do Sapucaí. A sobremesa foi uma visita ao Pedro Dias do Grandpa Joel’s Coffee, responsável por projetar a cidade em todo o País e no exterior. FOTOS NEREU JÚNIOR

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BH Minha Cidade: entrevista com Flávio Carsalade https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/entrevista-com-flavio-carsalade/ https://www.jornaldacidadebh.com.br/bh-minha-cidade/entrevista-com-flavio-carsalade/#respond Thu, 08 Aug 2019 14:05:21 +0000 https://www.jornaldacidadebh.com.br/?p=35919 BH Minha Cidade. Autor de um dos livros da coleção “A Cidade de Cada Um”, arquiteto revela sobre sua forte relação com a região E o movimento passou a ser dos homens, a reconstruir barragens e a retirar com dragas […]

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BH Minha Cidade. Autor de um dos livros da coleção “A Cidade de Cada Um”, arquiteto revela sobre sua forte relação com a região

E o movimento passou a ser dos homens, a reconstruir barragens e a retirar com dragas e caminhões tanta terra para salvar sua criação, em lenta batalha contra os montes e as águas. O bucolismo de quem vê a calma horizontalidade das águas em contraste com os montes, a refletir não as curvas dos córregos, mas as curvas criadas pelo homem, não sabe que ali se esconde uma luta e uma celebração: a luta do homem para criar seus lugares e a celebração do belo que vem do diálogo que o homem faz com a natureza. Sejam bem-vindos à Pampulha.

Assim o arquiteto Flávio Carsalade resume o seu livro “Pampulha”, que faz parte da coleção “A Cidade de Cada Um”, idealizada pela Conceito Editorial e que propõe uma viagem sentimental pelas ruas, bairros e espaços de Belo Horizonte, para desvendar não só a geografia, mas também a alma, o sabor e as cores da cidade.

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Mestre e doutor em arquitetura e urbanismo, Carsalade é hoje professor da UFMG e conhece muito bem a Pampulha. Embora não seja morador da região, já foi secretário municipal de Administração Urbana Regional Pampulha da Prefeitura de Belo Horizonte entre 2004 e 2007 e, por isso, tem uma relação muito próxima com a região.

Nesta entrevista ao JORNAL DA CIDADE, ele mostra toda o seu conhecimento sobre a Pampulha.

JORNAL DA CIDADE Por que escrever um livro sobre a Pampulha?

FLÁVIO CARSALADE A Pampulha é o grande ícone de Belo Horizonte. Lugar que a população da cidade tem o maior carinho e que é por ela associado a qualidade de vida e lazer, onde as pessoas vão para passear e praticar esportes e os que moram nela, se sentem gratificados pelo ambiente local. Historicamente ela vem reafirmar a nossa modernidade nos anos 1940, já que Belo Horizonte nascera, ao final do Século XX, como a cidade moderna por excelência. Em nosso imaginário, BH é sempre esta cidade moderna, atual, contemporânea e a Pampulha é signo de tudo isto. Embora construída nos anos 1940, ela nunca perdeu seu ar futurista. Escrever sobre a Pampulha é celebrar a nossa cidadania belo-horizontina.

Qual foi o fato mais curioso que você descobriu sobre a Pampulha durante a produção do livro?

Há muito tempo venho pesquisando sobre a Pampulha e desde sempre aparecem novas faces curiosas. Talvez para o grande público o que possa surpreender é que, embora a Pampulha pareça um conjunto íntegro, ela nunca funcionou com seus quatro grandes edifícios simultaneamente e, mesmo aqueles que assim o fizeram, tiveram vida muito curta. O conjunto foi inaugurado em 1943 e em 1946 o jogo foi proibido no Brasil, fazendo o Cassino (Museu de Arte da Pampulha) cair na inatividade e, com ele, também a Casa do Baile. Nesse período, a igreja permaneceu fechada pela recusa da Arquidiocese em sagrá-la. Os anos dourados da Pampulha, auge do cassino, duraram apenas três anos, mas no imaginário popular o glamour parece ter durado mais tempo.

Você acha que a atmosfera da região na época em foi criada é a mesma de hoje? Ainda há magia na Pampulha?

A Pampulha é sempre mágica. Até hoje, como disse anteriormente, os prédios causam espanto e parecem futuristas. Para mim, é o auge de Oscar Niemeyer e Burle Marx. Surpreende aqueles que nos visitam e encantam repetidas vezes os da terra. Até a poluição da lagoa, apesar do mau cheiro e dos aguapés que, às vezes, aprecem, é mais suave no trecho da lagoa onde estão os quatro principais prédios de Niemeyer. A situação na outra metade do lago é bem diferente, mas a criação do Parque Ecológico luta bravamente contra a degradação das águas e propõe um novo local de apropriação urbana na região.

O JORNAL DA CIDADE está completando 60 anos. Como era a Pampulha de 60 anos atrás?

Estamos falando dos anos 1960. Nessa década, a Pampulha reafirmava sua vocação de lazer e esportes com a construção do Mineirão (1965), com o uso náutico da lagoa por lanchas particulares, com seus novos restaurantes. Nesse momento a cidade adorava passear na Pampulha e a poluição ainda não se assentara com a força dos anos 1980.

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Qual será o futuro da Pampulha na sua opinião para daqui a 60 anos?

O fato de ter sido considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco reforçou a agenda preservacionista do local e atraiu para ela os olhares do mundo. O futuro a Deus pertence, diz o dito popular, mas penso que, na verdade, ele pertence aos humanos, ao que nós faremos com ele. Por isso, a resposta à sua pergunta é: depende de nossas ações. Se soubermos preservá-la, incentivarmos práticas sustentáveis, continuarmos fazendo-a atrativa, impedindo usos e ocupações predatórias, ela será cada vez mais presente.

Mas se, ao contrário, não tomarmos medidas como a poluição difusa e a sua constante manutenção, se não cuidarmos da bacia que alimenta as águas, seu futuro será não o de um lago, mas de um parque no lugar onde hoje estão as águas, futuro certo de qualquer lago urbano sujeito a pressões metropolitanas, segundo muitos sanitaristas.

Embora não more na Pampulha, qual sua relação com ela?

Não moro na Pampulha, é verdade. Mas preservo para mim o gosto de nela poder passear, como alternativa de lugar. Mas reconheço a grande qualidade que é morar na Pampulha e muitas vezes cogitei em fazê-lo. Mas a vida acaba nos levando para lugares que às vezes a gente não espera, nem planeja. Morar na Pampulha é morar em um jardim.

Quais lugares na Pampulha são imperdíveis na sua opinião?

Todo o lago é imperdível. Também seus bons restaurantes são imperdíveis. Não ir ao Mineirão em dias de jogos é perder parte da emoção da vida. O campus da UFMG é um dos seus locais maravilhosos. Seus clubes são muito atrativos e gostosos. O Zoo é imperdível para as crianças. O Parque Ecológico veio a oferecer uma bela opção de lazer a quem visita à região, ainda mais sendo a orla tão estreita. Além do mais, é a única parte plana de BH, né? Viver a Pampulha é viver BH.

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