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Gastronomia faz BH entrar na lista das Cidades Criativas da Unesco

30 de outubro, 2019
Por: Luis Otávio Pires
Foto: Violeta Andrada
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Reconhecimento internacional. O esforço das pessoas ligadas à gastronomia mineira valeu a pena e Belo Horizonte acaba de ser reconhecida internacionalmente pela sua comida. Nesta quarta-feira, 30 de outubro, a capital foi incluída na lista das 66 cidades da Rede de Cidades Criativas da Unesco, órgão das Organizações das Nações Unidas.

Como laboratórios de ideias e práticas inovadoras, as Cidades Criativas, segundo a Unesco, trazem uma contribuição tangível para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável por meio de pensamento e ação inovadores.

Por meio de seu compromisso, as cidades estão defendendo ações de desenvolvimento sustentável que beneficiam diretamente as comunidades no nível urbano.

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Inovação social

“Em todo o mundo, essas cidades, cada uma a seu modo, fazem da cultura o pilar, e não um acessório, de sua estratégia”, observou diretora geral da entidade, Audrey Azoulay. “Isso favorece a inovação política e social e é particularmente importante para as gerações jovens”, acrescenta.

A Rede de Cidades Criativas da Unesco conta agora com um total de 246 cidades. Elas trabalham juntas em direção a uma missão comum: colocar a criatividade e a economia criativa no centro de seus planos de desenvolvimento urbano para tornar as cidades seguras, resilientes, inclusivas e sustentáveis, em conformidade com a Agenda 2030 das ONU para o Desenvolvimento Sustentável.

Repercussão

A notícia foi recebida com muita satisfação pelos profissionais no segmento da gastronomia e turismo.

A colunista de Gastronomia do JORNAL DA CIDADE, Léa Araújo, ressalta que Belo Horizonte é um cidade rica em ingredientes e sabores únicos. E isso deve ter sido fundamental para a escolha. “Fígado com jiló, rabada, frango com ora pro nobis, arroz com suã, pão de queijo com pernil. São muitos pratos afetivos passados de geração em geração, seja num boteco ´copo sujo’ ou um releitura em um restaurante sofisticado”, enumera a colunista.

“Não temos praias mas temos muita diversão ao redor da mesa e como diz o ditado quem não tem mar vai ao bar”, acrescenta.

Isabela Lapa, advogada e autora do blog “Coisas de Mineiro” está eufórica. Ela foi uma das embaixadoras da candidatura de BH e fez campanha robusta nas suas redes sociais.

“Eu não tenho palavras. Eu já sabia, porque nós somos criativos, temos a melhor gastronomia e todo mundo sabe. Esse título veio apenas para reforçar e para colocar os nossos corações ainda mais orgulhosos. É bom demais ser mineiro, uai”, escreveu em seu Instagram.

O empresário Anderson Rocha, da secretaria executiva da Frente da Gastronomia Mineira, salienta que Belo Horizonte vem, já há algum tempo,  trabalhando em rede, exercitando o colaborativo, público e privado buscando o desenvolvimento com ênfase na Economia Criativa. “Este título da Unesco para a Gastronomia premia todo o setor, do produtor a mesa”, comenta.

O chef Caetano Sobrinho, dono do Cae Restaurante e Bar, acredita que foi um passo super importante, “mas agora temos que fazer a coisa andar”. Na sua opinião, a gastronomia mineira é parte fundamental da nossa cultura. “E quanto mais atenção e trabalho dermos a ela, melhor para nós”, afirma.

Já Flávio Trombino, proprietário do Restaurante Xapuri, o título vai trazer visibilidade e incrementar o setor turístico da cidade de forma muito importante. “E vai trazer divisas, negócios e posicionamento da cidade. Mas agora temos que trabalhar para que o título seja aproveitado da melhor forma possível”, espera.

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Belotur

Para a Belotur, o título representa um compromisso de longo prazo e muito trabalho, especialmente em ações que já fazem parte do projeto de valorização da gastronomia desenvolvido pela Prefeitura de Belo Horizonte.

Segundo a entidade, nos últimos anos, órgãos públicos e privados, instituições de ensino e sociedade civil vêm trabalhando na elaboração colaborativa de um plano estratégico para o setor gastronômico – em múltiplas frentes, em consonância com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS e da Agenda 2030.

“Além da instauração de uma governança, outras ações foram desenhadas, contemplando políticas públicas inovadoras; estudos e monitoramentos sobre os setores criativos; a integração do município com os circuitos limítrofes e a ampliação da oferta de roteiros gastronômicos de experiência”, diz a Belotur, em comunicado.

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Categorias

São várias as categorias de Cidades Criativas: música, literatura, design, artesanato e arte folclórica, filme e gastronomia, onde BH se destacou. Veja outras localidades escolhidas neste quesito:

  • Afyonkarahisar (Turquia)
  • Arequipa (Peru)
  • Bendigo (Austrália)
  • Bérgamo (Itália)
  • Hyderabad (Índia)
  • Mérida (México)
  • Overstrand Hermanus (África do Sul)
  • Portoviejo (Equador)
  • Yangzhou (China)

Outras matérias sobre Gastronomia estão no site do JC


Sobre Luis Otávio Pires:

Luís Otávio Pires, editor, 52 anos. Jornalista com cerca de 30 de experiência na profissão, já trabalhou em diversos veículos de imprensa de Belo Horizonte, como os jornais Diário da Tarde, Estado de Minas e Hoje em Dia. Também foi assessor de imprensa da General Motos. Formado na PUC-MG em Jornalismo e também em Publicidade e Propaganda, tem pós-graduação em Marketing. Em sua carreira, já participou de coberturas de eventos nacionais e internacionais, como Salões do Automóvel de São Paulo, Frankfurt, Paris, Detroit e Turim, além de ter sido repórter especializado em Fórmula-1 (anos 90). Além de editor do Jornal da Cidade, hoje atua como colunista da rádio BandNews FM BH (coluna Acelera).

1 Comentário

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    NILO 5 de novembro de 2019

    Isso é bão dimais sô. Beagá precisa e merece muito esse reconhecimento de forma internacional.
    Parabéns a todos que participaram e lutaram para a realização e conquista marca histórica em nossa deliciosa gastronomia.
    Abraços a todos.

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