Reconhecimento internacional. O esforço das pessoas ligadas à gastronomia mineira valeu a pena e Belo Horizonte acaba de ser reconhecida internacionalmente pela sua comida. Nesta quarta-feira, 30 de outubro, a capital foi incluída na lista das 66 cidades da Rede de Cidades Criativas da Unesco, órgão das Organizações das Nações Unidas.
Como laboratórios de ideias e práticas inovadoras, as Cidades Criativas, segundo a Unesco, trazem uma contribuição tangível para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável por meio de pensamento e ação inovadores.
Por meio de seu compromisso, as cidades estão defendendo ações de desenvolvimento sustentável que beneficiam diretamente as comunidades no nível urbano.
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“Em todo o mundo, essas cidades, cada uma a seu modo, fazem da cultura o pilar, e não um acessório, de sua estratégia”, observou diretora geral da entidade, Audrey Azoulay. “Isso favorece a inovação política e social e é particularmente importante para as gerações jovens”, acrescenta.
A Rede de Cidades Criativas da Unesco conta agora com um total de 246 cidades. Elas trabalham juntas em direção a uma missão comum: colocar a criatividade e a economia criativa no centro de seus planos de desenvolvimento urbano para tornar as cidades seguras, resilientes, inclusivas e sustentáveis, em conformidade com a Agenda 2030 das ONU para o Desenvolvimento Sustentável.
A notícia foi recebida com muita satisfação pelos profissionais no segmento da gastronomia e turismo.
A colunista de Gastronomia do JORNAL DA CIDADE, Léa Araújo, ressalta que Belo Horizonte é um cidade rica em ingredientes e sabores únicos. E isso deve ter sido fundamental para a escolha. “Fígado com jiló, rabada, frango com ora pro nobis, arroz com suã, pão de queijo com pernil. São muitos pratos afetivos passados de geração em geração, seja num boteco ´copo sujo’ ou um releitura em um restaurante sofisticado”, enumera a colunista.
“Não temos praias mas temos muita diversão ao redor da mesa e como diz o ditado quem não tem mar vai ao bar”, acrescenta.
Isabela Lapa, advogada e autora do blog “Coisas de Mineiro” está eufórica. Ela foi uma das embaixadoras da candidatura de BH e fez campanha robusta nas suas redes sociais.
“Eu não tenho palavras. Eu já sabia, porque nós somos criativos, temos a melhor gastronomia e todo mundo sabe. Esse título veio apenas para reforçar e para colocar os nossos corações ainda mais orgulhosos. É bom demais ser mineiro, uai”, escreveu em seu Instagram.
O empresário Anderson Rocha, da secretaria executiva da Frente da Gastronomia Mineira, salienta que Belo Horizonte vem, já há algum tempo, trabalhando em rede, exercitando o colaborativo, público e privado buscando o desenvolvimento com ênfase na Economia Criativa. “Este título da Unesco para a Gastronomia premia todo o setor, do produtor a mesa”, comenta.
O chef Caetano Sobrinho, dono do Cae Restaurante e Bar, acredita que foi um passo super importante, “mas agora temos que fazer a coisa andar”. Na sua opinião, a gastronomia mineira é parte fundamental da nossa cultura. “E quanto mais atenção e trabalho dermos a ela, melhor para nós”, afirma.
Já Flávio Trombino, proprietário do Restaurante Xapuri, o título vai trazer visibilidade e incrementar o setor turístico da cidade de forma muito importante. “E vai trazer divisas, negócios e posicionamento da cidade. Mas agora temos que trabalhar para que o título seja aproveitado da melhor forma possível”, espera.
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Para a Belotur, o título representa um compromisso de longo prazo e muito trabalho, especialmente em ações que já fazem parte do projeto de valorização da gastronomia desenvolvido pela Prefeitura de Belo Horizonte.
Segundo a entidade, nos últimos anos, órgãos públicos e privados, instituições de ensino e sociedade civil vêm trabalhando na elaboração colaborativa de um plano estratégico para o setor gastronômico – em múltiplas frentes, em consonância com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS e da Agenda 2030.
“Além da instauração de uma governança, outras ações foram desenhadas, contemplando políticas públicas inovadoras; estudos e monitoramentos sobre os setores criativos; a integração do município com os circuitos limítrofes e a ampliação da oferta de roteiros gastronômicos de experiência”, diz a Belotur, em comunicado.
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São várias as categorias de Cidades Criativas: música, literatura, design, artesanato e arte folclórica, filme e gastronomia, onde BH se destacou. Veja outras localidades escolhidas neste quesito:
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1 Comentário
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Parabéns a todos que participaram e lutaram para a realização e conquista marca histórica em nossa deliciosa gastronomia.
Abraços a todos.