Saúde. De um total de 1,7 milhão de cirurgias realizadas no Brasil em 2018, 60% foram para fins estéticos. Os dados são do censo bianual da Sociedade de Cirurgia Plástica (SBCP).
Os números, que colocam o País entre os líderes mundiais deste tipo de intervenção, escondem, contudo, uma preocupação de alguns especialistas. “Essa caça sem limites pela beleza pode esconder outros problemas e trazer danos para a saúde”, observa o professor e biomédico dermato-funcional mineiro, Thiago Martins.
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“Acredito que devemos, sim, usufruir de todo o arsenal que a medicina estética tem disponibilizado ao nosso favor, mas com cautela e moderação”, explica.
Segundo ele, realizar tratamentos com o intuito de ressaltar algum traço, melhorar algo que incomoda ou fazer com que o envelhecimento se torne mais leve é algo saudável.
“Já os excessos, o desejo de parecer com alguém que não tenha nada a ver com sua feição e biótipo físico, pode e, na maior parte das vezes, tem muito a ver com outros problemas que um botox ou preenchimento jamais vão resolver e ser suficientes”, afirma.
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O biomédico ressalta a importância da sensibilidade por parte dos profissionais que trabalham com a estética para procurar, em cada consulta, ver qual é o real desejo que existe por trás da insatisfação e vontade de mudança por parte dos pacientes.
“Hoje sabemos do grande número de pessoas que sofrem com o chamado Transtorno Dismórfico Corporal, que faz com que nos enxerguemos de maneira distorcida, vendo defeitos inexistentes. E as redes sociais têm piorado ainda mais a concepção que temos a nosso respeito”, alerta.
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O conselho do especialista em harmonização corporal e facial é buscar transformar primeiramente o emocional.
“Quando entendemos que as relações afetivas, seja com amigos ou familiares; as atividades que trazem prazer, como atividades físicas, passeios, viagens; momentos em que estamos com aqueles que nos enxergam além do que os olhos veem, são aquelas que realmente trazem sentido para a vida, começamos a entender que a aparência é um mero detalhe, e, ao invés de buscar mudanças em nosso corpo para nos sentirmos aceitos, podemos sim, usufruir de procedimentos apenas para melhorar aquilo que já temos de especial”, acrescenta.
De acordo com Thiago Martins, milagres não existem. Qualquer técnica utilizada, seja na face ou no corpo, deve ser feita de maneira individualizada. Ela tem que vir acompanhada de uma mudança na mente e na rotina.
Tais como sono de qualidade, alimentação equilibrada, exercícios, ingestão de líquidos, abandono de maus hábitos, e cuidados diários com a pele.
“Enquanto profissional da saúde, tenho técnicas que funcionam como um empurrão para quem deseja um plus na autoestima. Mas acredito que elas caminham de mãos dadas com o amor próprio e a saúde mental. Equilíbrio é tudo”, garante.
Foto: Juliana Foini
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