A construção de uma sociedade que proporcione ao jovem oportunidades e perspectiva de desenvolver e crescer é imprescindível
O Brasil está, há alguns anos, indo na contramão do mundo em relação à quantidade de suicídios. O fato, além de nos causar preocupação, deve gerar um sentimento de proatividade frente ao problema. O Setembro Amarelo, nesse contexto, foi instituído em 2003 pela OMS justamente para alertar a sociedade quanto ao suicídio e o dia 10 de setembro foi escolhido para representar o Dia Mundial da Prevenção e Conscientização do Suicídio.
No Brasil, cerca de 30 pessoas por dia colocam fim às suas vidas. Mais um dado alarmante do nosso cenário atual e que deve abrir os nossos olhos. Tal fato deve nos fazer refletir sobre que tipo de sociedade estamos construindo, quais valores estão sendo prezados, o porquê de doenças como a ansiedade e a depressão serem tão recorrentes e como devemos mudar de fato tal situação. Nesse sentido, o valor à vida deve ser sempre engrandecido e a esperança cultivada. Devemos ser farol de esperança em nosso meio.
Um dos meus trabalhos enquanto parlamentar por Minas é presidir a Frente Parlamentar de Prevenção ao Suicídio e Automutilação, que nasceu em julho de 2019, com o envolvimento de 211 parlamentares dos mais diversos partidos e Estados da Federação. Diante do alarmante número de suicídio e automutilação no Brasil, era impossível ignorar a profundidade do problema.
Vale lembrar que o suicídio não possui somente uma causa e, além disso, está sempre envolto de muitas opiniões na sociedade. Questões como as doenças mentais já mencionadas, depressão e ansiedade, violências físicas e psicológicas, uso de drogas e bullying são alguns dos motivos geralmente relacionados ao suicídio.
Contudo, muito além dos motivos que podem causar a automutilação e o autoextermínio, o não tratamento e a falta de atenção destinada a essas questões são ainda mais prejudiciais. A causa primeira que leva alguém a pensar ou a cometer de fato o suicídio pode, por vezes, ser por questões pessoais, porém a responsabilidade de ajudar e evitar que o ato seja consumado deve ser um compromisso de todos nós.
Para isso, a construção de uma sociedade que proporcione ao jovem oportunidades e perspectiva de desenvolver e crescer é imprescindível. O investimento nos jovens começa pela preservação de suas vidas alicerçada a direitos básicos, como o fornecimento de uma educação de excelência, opção de empregos e uma boa qualidade de vida. Para, assim, podermos avançar no combate ao suicídio e valorizarmos a vida.
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