Economia. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo IBGE no final do mês de agosto, mostra que o Brasil vem apresentando sinais de recuperação em sua economia.
De acordo com o estudo, a taxa de pessoas desempregadas no país caiu de 12,5% para 11,8% na passagem do trimestre encerrado em abril para o terminado em julho, com menos 609 mil pessoas desocupadas.
Segundo o gerente da PNAD Contínua, Cimar Azeredo, “a elevação de 1,2 milhão de pessoas no contingente de ocupados, com redução significativa da pressão sobre o mercado de trabalho (menos 609 mil pessoas desocupadas), provocou essa retração considerável na taxa”, explica.
Embora o aumento no desemprego seja motivo de comemoração, a melhora na taxa de está relacionada ao aumento do trabalho informal. No trimestre encerrado em julho, o total de empregados do setor privado sem carteira de trabalho assinada atingiu 11,7 milhões de pessoas. Esse número mostra o maior contingente da série histórica iniciada em 2012.
O aumento em relação ao trimestre anterior foi de 3,9%, o que representa 441 mil pessoas nessa categoria. Já em relação ao trimestre encerrado em julho do ano passado, a elevação foi de 5,6%, um adicional de 619 mil pessoas.
Leia também: Confiança de empresários na economia registra aumento
A busca por alternativas para o próprio sustento fez com que diversos brasileiros trabalhassem por conta própria. Esse grupo também atingiu o maior patamar da série, com 24,2 milhões de pessoas. “Desde o início da crise econômica a inserção por conta própria vem sendo ampliada em função da falta de oportunidade no mercado formal. Um dos sinais de recuperação do mercado de trabalho, dada experiências em crises anteriores, é a redução desta forma de inserção, que atingiu o nível mais alto neste trimestre”, pontua Azeredo.
Mesmo com a queda de 4,6% nesse período, no país ainda tem 12,6 milhões pessoas em busca de trabalho. Outro resultado positivo para o Brasil, é crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)
Também divulgado pelo IBGE, o Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, traz informações sobre o Produto Interno Bruto (PIB) nacional que apresentou crescimento em 0,4% no segundo trimestre de 2019, em relação ao trimestre anterior.
O resultado se deve, principalmente, pelos ganhos dos setores da indústria e dos serviços com 0,7% e 0,3%, respectivamente. Já a agropecuária caiu 0,4%. Na comparação com o 2º trimestre de 2018, o aumento foi de 1,0%. As informações, que fazem parte do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, foram divulgadas hoje pelo IBGE.
Leia também: Inadimplência do consumidor começa a desacelerar
Se analisados valores correntes, o PIB totalizou R$ 1,78 trilhão. Em comparação com o 1º trimestre, o crescimento na indústria foi influenciado pela expansão das indústrias de transformação (2,0%) e construção (1,9%). Já as indústrias extrativas registraram recuo (-3,8%) no período. “Juntas, as indústrias de transformação e construção respondem por cerca de 70% do setor. Além disso, a indústria de transformação tem peso no segmento de bens de capital, que contribuem para os investimentos internos e externos”, explica a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Claudia Dionísio.
Nos serviços, os resultados positivos foram das atividades imobiliárias (0,7%), comércio (0,7%), informação e comunicação (0,5%) e outras atividades (0,4%). Pela ótica da despesa, as variações positivas ficaram com as despesas de consumo das famílias (0,3%) e a formação bruta de capital fixo (3,2%), enquanto que as despesas de consumo do governo recuaram 1,0%.
Foto: José Cruz/Agência Brasil