Saúde. No dia 11 de outubro, quinta-feira, é celebrado o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade. A campanha surge com o objetivo de conscientizar, combater e prevenir o problema que já adquiriu dimensões de epidemia no Brasil e mundo.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os índices de obesidade e sobrepeso quase triplicaram nos últimos 40 anos, hoje existem em torno de 650 milhões de pessoas obesas em todo o planeta.
Em nosso país, uma em cada cinco pessoas estão obesas e cerca de 54% da população das capitais brasileiras estão com excesso de peso, conforme dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2017, do Ministério da Saúde.
De acordo com o médico nutrólogo Lucas Penchel, o padrão de referência para definir indivíduos obesos ou com sobrepeso é estabelecido pelo Índice de Massa Corporal (IMC), que é a divisão do peso do paciente pelo quadrado de sua altura. Se o resultado deste cálculo for superior a 25kg/m2, esta pessoa é considerada com sobrepeso, mas se o valor for superior a 30 kg/m2, trata-se de um caso de obesidade.
No entanto, o cálculo do IMC não é recomendado para todas as situações, pois o método não avalia a composição corporal e a distribuição da gordura nas diversas regiões do corpo.
O exame de bioimpedância é mais aconselhável para quantificar a porcentagem de gordura corporal. É considerado normal uma taxa de gordura menor que 30% para mulheres e 25% para homens. Outra característica que também deve ser levada em consideração é o aumento da circunferência abdominal, pois a gordura visceral em excesso é uma das principais causas de doenças relacionadas a obesidade.
Causada por motivos diversos, a obesidade pode ser impulsionada por particularidades genéticas, ambientais, emocionais ou por hábitos de vida. Em algumas circunstâncias a doença pode ser atribuída a síndromes de Prader-Willi ou de Cushing.
O nutrólogo aponta que o avanço do sobrepeso e obesidade no país se deve em grande parte ao alto índice de sedentarismo atual aliado ao fato de que as pessoas estão substituindo a ingestão diária de alimentos saudáveis, como o arroz, feijão, carne, saladas e leite, em favor do maior consumo de comidas processadas e ricas em açúcar, sal e gorduras saturadas e trans.
Outro fator preocupante é o grande consumo de gordura saturada, pois, 31% da população não dispensa a carne com gorduras e 53,5% das pessoas consome leite integral todos os dias. O alto consumo do refrigerante também é um complicador, o estudo relevou que em no mínimo cinco dias da semana, a bebida é ingerida por 23,3% das pessoas.
“Atualmente, o cotidiano corrido e estressante favorece uma alimentação despreocupada, rápida e inconsequente, e isso acaba propiciando o constante aumento da obesidade em nossa sociedade”, comenta o nutrólogo.
Segundo Lucas Penchel, a pessoa obesa tem maior predisposição a problemas como o diabetes tipo 2, hipertensão arterial, colesterol alto, doenças cardiovasculares, infertilidade e gravidez de risco, infecções dermatológicas, dores de coluna, úlceras, pedras na vesícula biliar, trombose, apneia do sono, esteatose hepática, depressão, asma, gota, neoplasias e câncer.
Para prevenir ou tratar casos de sobrepeso e obesidade, o nutrólogo orienta que o ideal é que o paciente, junto do acompanhamento de profissionais qualificados, crie um plano a longo prazo de mudanças graduais no estilo de vida.
O ideal é que o paciente ingira menos calorias, beba muita água e foque em uma dieta baseada no consumo de carboidratos complexos, fibras, frutas, legumes, verduras, proteínas vegetais e animais. Lembrando que é preciso dar preferência a alimentos in natura ou frescos.
“Algumas pesquisas recentes revelam que limitar calorias e não um tipo especifico de comida gera uma maior perda de peso, ou seja, é mais vantajoso adotar uma dieta balanceada e saudável do que focar na retirada de um grupo alimentar em particular”, salienta.
Quanto a prática física, oriento que, ao menos para sair do sedentarismo, o paciente realize pequenas corridas ou atividades leves por 30 minutos diários ou por 150 minutos semanais.
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