Vida Essencial. De origem francesa, o mais popular tem características antissépticas, anti-inflamatórias, relaxante e até cicatrizante
O óleo essencial mais popular de todos é, sem dúvida, o de lavanda. Ao pensarmos na lavanda, quase que, automaticamente, vem a nossa mente, os lindos campos franceses. A França é o maior produtor de óleo essencial de lavanda do mundo, mas, curiosamente, estudiosos relatam que a planta, talvez tenha chegado lá, trazida por colonizadores gregos.
Do latim “lavare”, que significa lavar, a lavanda recebeu este nome por estar presente nos banhos aromáticos gregos e romanos desde a antiguidade. Os primeiros relatos sobre seu uso para cura medicinal são datados do século I dC., inicialmente, pelas suas propriedades antissépticas. Ao longo dos anos, novas aplicações foram sendo associadas a ela. E, à medida em que a indústria de perfumes cresceu, mais popular ela se tornou.
A sua notoriedade, como óleo essencial, a meu ver, deu-se com René-Maurice Gattefossé, perfumista francês que, após uma experiência pessoal ao obter resultados extraordinários ao tratar uma grave queimadura no braço, com óleo essencial de lavanda, resolveu publicar os seus estudos sobre o tema.
Hoje, sabemos das inúmeras propriedades terapêuticas desse óleo: antisséptico, anti-inflamatório, antirreumático, relaxante, sedativo, anti-histamínico, cicatrizante, entre outros. Mas, o que muitos não sabem, é que existe mais de um tipo de lavanda no mercado e comprar um óleo sem quem possa orientá-lo, pode trazer frustração.
Entender esta diferença ou buscar quem possa orientá-lo é importante para obter resultados terapêuticos com os óleos essenciais. Além da espécie da planta de onde será extraído o óleo, o “terroir” de onde ela vem também é determinante na propriedade terapêutica a ser obtida.
A Lavandula é o gênero, das quais existem 39 espécies de plantas, todas apreciadas pelos aromas e cores das suas flores, porém aqui vamos nos ater aos três tipos mais conhecidos comercialmente:
– A Lavandula Angustifolia ou L.Officinalles é conhecida no Brasil como Lavanda Francesa, sobre a qual nos referimos quando citamos as propriedades calmantes e sedativas, que podem contribuir muito para uma boa qualidade de sono. Tem como principais componentes químicos, os estéres e álcoois. O estéres são responsáveis pelas propriedades calmantes, de regeneração celular e anti-inflamatória. Os álcoois pelas ações antiviral, antifúngica e imunoestimulante. O aroma é mais delicado. Os arbustos são baixos e se desenvolvem em altitudes mais elevadas.
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– Lavanda Latifolia (Spike), o tipo mais comum no Brasil, ao contrário da Lavanda Angustifolia, não possui propriedades reconfortantes, por normalmente ser rica em cânfora, que contribui para a produção da Acetilcolina, poderoso estimulante e revitalizador da atividade cerebral, com propriedade estimulante. Tem porte mais elevado, hastes longas com mais de uma inflorescência. Desenvolve-se bem em baixas altitudes, em terrenos secos e suporta bem o calor, por isso é o tipo mais encontrado no nosso país.
– Lavandin é uma lavanda híbrida, combinação da Lavanda Angustifolia fêmea com a Lavanda Latifolia macho e por isso combina funções terapêuticas dos dois tipos descritos anteriormente. Ela se desenvolve em campos de menor altitude e, como suas flores têm consistência mais rígida, a extração do óleo essencial tem mais rendimento, o que torna este óleo mais acessível em termos de preço. Seu custo mais baixo e suas funções antifúngicas, antivirais e bactericidas, faz com que seja muito utilizado para produção de sabonetes e perfumes.
-Então, a partir de agora, procure entender qual o tipo de óleo essencial de lavanda você experimentou, antes de concluir que ele não teve o efeito esperado. E, ainda assim, certifique-se da pureza e da procedência.
Infelizmente, a adulteração de óleos essenciais é uma realidade que pode atrapalhar muito sua experiência. Se o preço estiver muito abaixo da média, desconfie.
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