Saúde. A prática de atividades físicas moderada e regular é essencial para reduzir os impactos do isolamento social para os idosos, grupo de risco para o COVID-19, desde que sigam as orientações adequadas. De acordo com o educador físico da Cia Athletica, André Chernicharo, os idosos precisam se movimentar de forma equilibrada de acordo com sua condição física, mesmo que seja o mínimo possível. “Quem não estava acostumado a se exercitar pode fazer uma simples caminhada de 20 minutos no quintal de casa ou indo um cômodo para o outro, sentar e levantar da cadeira e até mesmo brincar com os netos. Mas quem já tinha uma rotina de atividades físicas antes da pandemia do novo coronavírus deve continuar treinando de forma equilibrada com acompanhamento apropriado para não perder ritmo”, explica André.
Para auxiliar a terceira idade que quer se manter ativa e com a prática de exercícios em dia, a Cia Athletica disponibiliza uma modalidade especial em suas aulas online focada em treinos multifuncionais e cognitivos. O conteúdo é gratuito e pode ser acessado pelo IGTV da academia @ciaathleticabh.
Abaixo seguem dicas de como os idosos podem passar por esse momento com mais saúde, segurança e bem-estar.
O ideal é que as pessoas que já praticavam atividades físicas mantenham contato com seus professores. Felizmente a prática conta, hoje, com ajuda da tecnologia, que facilita a comunicação. O idoso que já está acostumado e tem confiança no profissional não deve sofrer nenhuma intercorrência.
Quem não tem a orientação de um profissional deve ser criterioso na busca por opções que mais se aproximem das práticas com as quais está familiarizado, e ter a consciência de que agora não é o momento de se aventurar em novas modalidades.
O ambiente precisa ser estudado para garantir a eficiência dos movimentos e a segurança para não causar lesões. Tapetes, móveis baixos, objetos no chão podem aumentar o risco de queda. “O ideal é que o espaço seja amplo, para evitar acidentes. Se não for possível, é preciso adaptar os exercícios para um espaço menor. O importante é se movimentar”, explica a educador físico.
No momento atual, grande parte das pessoas pode dedicar mais tempo à rotina de exercícios, mas não precisa exagerar. “Atividades de intensidade baixa já são o suficiente para fortalecer o sistema imunológico. O importante é que sejam consistentes e realizadas com frequência”.
O treino pode ser simples, sempre respeitando os limites do corpo e o espaço dedicado a essas atividades. “É importante, primeiramente, começar com um aquecimento articular adequado, mobilizando ombros, quadril e coluna. Seguir com exercícios básicos de fortalecimento muscular. Movimentos rítmicos ou pequenos deslocamentos do corpo estimulam o sistema cardiorrespiratório. Por fim, encerrar com alongamento e relaxamento”, orienta.
Para manter a saúde cerebral, é importante acrescentar treinamento cognitivo à rotina com atividades que envolvam raciocínio, memória e noção espacial.
O maior desafio é lidar com as adaptações e driblar a falta de motivação que a ausência do local e da rotina de atividades pode proporcionar. Uma das ferramentas para ressignificar a rotina de exercícios é se arrumar da mesma forma, como se fosse sair de casa.
Alimente-se bem, coloque uma roupa apropriada para exercícios (nada de pijamas!), encha uma garrafinha d’água, separe a toalhinha e vá para a sua academia particular.
O tempo prolongado de solidão, afastamento das atividades habituais, preocupação com amigos e familiares podem contribuir para o aumento do desânimo e sintomas depressivos, reduzindo a probabilidade desse idoso se manter ativo e produtivo. “A ironia é que, como especialistas da saúde de idosos, sempre recomendamos a sociabilização e atividades fora de casa. O vínculo com as pessoas e o suporte social não deve cessar, e sem isso, será muito difícil que a pessoa se exercite”, explica.
O contato desses parceiros e desses profissionais para compartilharem metas e desafios é importante, mas é imprescindível o apoio da família. Os familiares precisam se preocupar em manter os seus idosos em casa, mas acima de tudo, precisam estimulá-los, encorajá-los e dar-lhes recursos tecnológicos e conhecimento para que possam se adaptar a essa nova realidade. Não basta isolar.
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