Empresas e negócios, por Amália Goulart. A renúncia do ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, da corrida pelo governo de Minas Gerais desencadeou mudanças de estratégias nos comitês de campanha do senador Antonio Anastasia (PSDB) e do governador Fernando Pimentel (PT). A saída de cena do ex-prefeito já era aguardada por ambos os lados. Porém, a correria se deu mesmo quando Lacerda anunciou que não mais concorreria ao Palácio da Liberdade. Conversei com lideranças das campanhas petista e tucana e todas elas esperam sair ganhando com a decisão.
Pimentel trabalhou pela saída de cena de Marcio, pois o exprefeito estava em uma curva ascendente. Era o terceiro colocado no pleito, estando, em algumas pesquisas de intenção de voto, em empate técnico com Pimentel. Sem ele, a estratégia petista é “colar” a imagem do governador à do ex-presidente Lula (PT). E fazer o mesmo com Anastasia, mas ligando-o ao senador Aécio Neves (PSDB), devastado por escândalos de corrupção. A ideia é lançar ao eleitor uma espécie de jargão do tipo: “o time do Lula contra o time do Aécio”. Desta maneira, tiraria os olhos do eleitor para os problemas de gestão e para a crise financeira, que obriga o Estado a parcelar salários e atrasar verbas aos municípios.
O PT acredita que a estratégia de ligar Pimentel a Lula poderia dar ao petista até cinco pontos percentuais nas pesquisas de intenção de voto. Por isso, Pimentel insiste em falar sobre Lula em debates e redes sociais. Já associar a imagem de Anastasia à de Aécio, conforme as lideranças, poderia tirar até quatro pontos do senador candidato ao governo, que, hoje, lidera as pesquisas.
No ninho tucano, há a percepção, embasada em estudos, de que até 70% dos eleitores de Lacerda têm como segunda opção de voto Anastasia. Com isso, a campanha espera herdar os eleitores do ex-prefeito. A percepção é ancorada no amplo desgaste advindo da saída de Lacerda do páreo. Ele culpou o PT e Pimentel pela atitude do PSB em negar-lhe legenda para concorrer. E, além disso, Lacerda nutre simpatia por Anastasia, ao contrário de outra ala do PSDB.
Com a saída de Lacerda, o PSDB espera que a eleição possa ser definida em primeiro turno. Isso porque nenhum dos candidatos apresentados, excluindo-se Pimentel e Anastasia, passou dos 6%.
Amigos disseram que Lacerda ficou “arrassado” com a decisão de renunciar. E que o presidente do PSB nacional, Carlos Siqueira, foi uma verdadeira decepção. O PDT convidou o ex-prefeito a se filiar na legenda. Porém, ele não deve escolher um partido neste ano.
Seja o primeiro a comentar
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se identificar algo que viole os termos de uso, denuncie.