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O xadrez eleitoral em Minas: o que pode acontecer?

03 de agosto, 2018
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Empresas e negócios, por Amália Goulart. Como a economia mineira dependerá, para o bem ou para o mal, do que ocorrerá nos próximos três meses no cenário político estadual, peço licença aos leitores para informações e bastidores do que ocorre nos nossos horizontes das gerais. A pergunta que Rodrigo Pacheco (DEM), Antonio Anastasia (PSDB) e Fernando Pimentel (PT) fazem é a seguinte: quem conseguirá abocanhar ao menos três partidos que negociavam uma aliança com o ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), e mais, para onde irão os eleitores dele? Podemos ter, neste pleito, a primeira eleição com uma via alternativa nas urnas, desde a redemocratização. A possibilidade diminui com o imbróglio envolvendo a pré-candidatura de Márcio Lacerda, após o PSB nacional determinar o desmonte do palanque em Minas para que a legenda possa seguir com Pimentel, que tentará a reeleição. Mas Rodrigo Pacheco (DEM) ainda está no páreo. E Lacerda garante que será difícil derrubá-lo. “Refletindo, dialogando com os companheiros mais próximos, decidi manter minha candidatura”, afirma Lacerda. “A direção nacional, para impedir a candidatura, precisa de uma resolução da executiva nacional, que são mais de 30 membros. Inclusive, faço parte dela”, concluiu.

PT, Democratas e PSDB esperam sair no lucro

A leitura do imbróglio envolvendo Lacerda é diferente nos três partidos com pré-candidatos mais bem posicionados.
No PSDB, aliados dizem que a campanha será mais fácil, pois apostam em uma polarização com Pimentel, caso Lacerda não se viabilize.
No PT, Pimentel fica fortalecido com o tempo de TV do PSB e ainda tem a certeza de que conseguirá atrair o MDB, formando um grande chapão.
Já no DEM, Rodrigo Maia, ACM Neto e outras lideranças da legenda desembarcarão, no fim de semana, em Belo Horizonte para selar a pré-candidatura de Pacheco ao governo de Minas. No entendimento deles, Pacheco poderá herdar os eleitores de Lacerda, terceiro colocado nas pesquisas eleitorais justamente por apresenta-se como alternativa a PT e PSDB.

Os órfãos

Os três pré-candidatos que estão na liderança (com a exclusão de Lacerda, Pacheco assume a terceira colocação) deram início a uma verdadeira batalha para ter PDT, Pros e PV em suas chapas. Essas legendas negociavam com Lacerda. Além do tempo de televisão, elas possuem capilaridade pelo interior, artigos fundamentais em uma eleição curta.

Lacerda diz não a Pimentel e pode mudar de partido

Márcio Lacerda saiu dilacerado da reunião que teve na última quarta-feira com o presidente do PSB, Carlos Siqueira. Redigiu uma carta em que expressa a mágoa. E deixou duas coisas claras: não apoiará Fernando Pimentel e não esconderá a revolta com a decisão de seu partido. Por isso mesmo, dizem aliados, que ele poderá mudar de partido, caso não consiga se viabilizar candidato.
Se isso ocorrer, fará campanha para Anastasia ou Pacheco. “Recebi esta comunicação com indignação, perplexidade, revolta e desprezo. Sou um cidadão que vem tentando contribuir ao longo da minha vida para tentar tornar o mundo um lugar melhor. Mesmo quando interesses que não estão a serviço para o melhor da população, das cidades, estados e País, não podemos perder a esperança”, disse Lacerda, em carta.

O que está em jogo?

Enfim, vai uma preciosa informação ao eleitor. O próximo governador encontrará um Estado com um rombo de R$ 18 bilhões. O valor é referente ao déficit orçamentário (R$7,4 bilhões), Juros e encargos da dívida (R$ 4,2 bilhões) e restos a pagar (R$ 3,9 bilhões). Esse é o orçamento para 2019.
Para se ter ideia, nesse ano, o rombo ficou em R$ 15,5 bilhões.

O que eles terão que transpor?

Pimentel: situação financeira do Estado e denúncias de corrupção; Anastasia: ligação com Aécio Neves que traz denúncias de corrução; Pacheco: desconhecimento em uma eleição curtíssima; Lacerda: problemas partidários e de apresentação diante as câmeras
O que os empresários não querem? Aumento de impostos para cobrir a situação fiscal.


Sobre Amália Goulart:

Amália Goulart, 37 anos, tem 15 anos de experiência em jornalismo. Especialista em Política e Economia trabalhou em vários veículos de comunicação como Rádio Itatiaia, Inconfidência, jornal O TEMPO, portal Terra e jornal Hoje em Dia. Nesse último, comandou as equipes de Política e Economia como editora. Também escreve coluna sobre o assunto.

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