ENTREVISTA ROMEU ZEMA. Governador sonha em um mundo ideal, onde o Estado teria como maior preocupação a prestação de serviços básicos de qualidade para a população
ROMEU ZEMA – Qual o balanço o senhor faria da sua administração em 2019?
Durante este ano de 2019, apesar de todas as dificuldades, o Estado apresentou uma série de avanços. O funcionalismo público, que foi desrespeitado na gestão passada, continua ainda recebendo seu salário parcelado, mas, desde que assumi, ele já tem uma previsão de data que nós respeitamos religiosamente todos os meses. Então, o servidor sabe que pode contar com aquele valor, naquela data, coisa que não acontecia. Também conseguimos antecipar em cerca de 60 dias a quitação do 13º salário, que havia sido proposto ser pago em 11 parcelas e que acabou sendo pago em menos vezes. Com a forte parceria que temos com a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), conseguimos aprovar, em primeiro turno, o projeto que autoriza a antecipação de recebíveis do nióbio para pagarmos o 13º deste ano integralmente, além de regularizar, temporariamente, os vencimentos do funcionalismo.
Tivemos ainda um avanço muito grande com os municípios. Desde o dia 1º de fevereiro, todos os 853 prefeitos mineiros têm recebido pontualmente os repasses constitucionais que lhes é de direito. Tudo isso foi feito com muito sacrifício e graças a um acordo histórico envolvendo o Tribunal de Justiça e a Associação Mineira de Municípios. Fizemos uma redução brutal de custeio, porque temos de lembrar que o Estado não tem acesso a dinheiro novo, nós não temos linha de crédito, não temos casa da moeda para imprimir dinheiro. Então, a única forma de buscar recursos seria reduzindo despesas em algumas áreas, que é o que foi feito com mais eficiência na máquina do Estado. E avançamos bastante naquilo que não precisa de dinheiro, mas que precisa simplesmente de gestão. As nossas forças de segurança passaram a trabalhar de forma integrada, tivemos uma queda expressiva em todos os índices de criminalidade. Avançamos muito no emprego também. Somos o segundo Estado que mais criou empregos no Brasil com 124 mil vagas de trabalho de janeiro a outubro e isso mostra que estamos no caminho. Minas parou de caminhar no sentido do precipício e está caminhando no sentido de equilibrar a sua situação.
Quais os pontos o senhor acredita ter acertado?
Um dos pontos mais acertados da minha gestão foi a escolha do secretariado. Como repeti muitas vezes em campanha, são representantes técnicos e escolhidos com muito critério para ocupar as áreas. Agora, outro ponto que tenho insistido muito e que será fundamental para tirar Minas do colapso financeiro são as medidas de austeridade que temos tomado. Se tem alguém que tem feito economia, esse alguém sou eu. Como sempre falei em toda a minha carreira, exemplo vem de cima. Eu, como governador, sou, com toda a certeza, o que menos custa para Minas Gerais. Primeiro, moro na minha casa que eu aluguei, não tem nenhuma empregada do Estado – o antigo governador tinha 32 empregadas à disposição e eu tenho zero –, tenho uma diarista que me atende duas vezes por semana que eu mesmo pago. Também determinei que os elevadores privativos de uso do governador e do vice fossem desligados.
Essa medida promoveu uma economia de R$ 95 mil por mês de energia elétrica somente no prédio Tiradentes, sem considerar os outros que ficavam 24 horas com as luzes acesas e ar condicionado ligado. E ainda estamos tendo ganho de eficiência. O último governador tinha um punhado de aviões à disposição dele, eu não tenho nenhum. Os aviões que utilizo são compartilhados com as forças de segurança. Com isso, estamos inibindo a criminalidade aqui no Estado. Nos últimos meses, registramos os menores índices, talvez dos últimos 15 anos, de assaltos e explosões a banco, porque esses bandidos do crime organizado agora sabem que qualquer lugar que forem no Estado, em meia hora, alguém da nossa equipe de elite vai estar lá, porque tem um jato disponível para transportá-la. E, antes, isso não existia. Com transporte de órgãos é a mesma coisa. Então, nós estamos gastando menos e tendo melhor resultado. E essa prática tem sido adotada em todas as áreas do governo.
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Quais pontos o senhor pensa que pode melhorar?
Tudo o que fizemos foi com muito sacrifício, mas ainda é insuficiente. Vale lembrar que estamos fazendo o possível e o impossível, mas o problema não está sendo sanado na origem. O problema de Minas é que todos os meses o Estado gasta mais do que arrecada em R$ 1 bilhão. E nós só iremos resolver isso definitivamente com as reformas que precisamos, uma delas a reforma da Providência, incluindo estados e municípios. Também só vamos resolver a questão com a reforma administrativa.
Temos algumas categorias que têm promoção automática, têm uma série de penduricalhos em detrimento da grande maioria, que não tem essas vantagens. Então, esses dois pontos são fundamentais. O problema do Estado não vai ser corrigido com mais impostos. Inclusive, Minas chegou no limite. Nossa gasolina é R$ 1 mais cara do que a de São Paulo, a nossa energia elétrica é mais cara, o povo de Minas não aguenta mais pagar a conta que já vem pagando há anos. E se nós não tivermos essas mudanças, o cenário negativo vai permanecer. Também acredito que devemos privatizar algumas empresas do Estado, como a Cemig. Desinchar a máquina pública para recuperar o poder de investimento.
O Estado esqueceu o motivo pelo qual existe. O governo foi constituído para prestar serviços aos cidadãos e não para privilegiar alguns grupos do setor público e privado como aconteceu no Brasil nos últimos anos. Não podemos continuar comprometendo com folha de pagamento e aposentadorias 80% do que o estado arrecada. Não sobra nada para a educação, para a saúde, para a segurança e nem para a infraestrutura.
O JORNAL DA CIDADE completa 60 anos em 2019. Gostaríamos de saber como o senhor, como chefe do Executivo mineiro, pretende ver Minas Gerais daqui a 60 anos?
Como cidadão, sonho em viver em um estado onde as escolas públicas ofereçam ensino de primeira qualidade a todos as crianças e jovens. No mundo ideal, o estado teria como maior preocupação a prestação de serviços básicos de qualidade para a população, principalmente na área da saúde, educação e segurança. Gostaria de, em 60 anos, ter um Estado equilibrado financeiramente para que consiga atender ao princípio a que foi criado: servir o cidadão. Para isso, temos que gastar menos do que arrecadamos. Sonho em deixar uma Minas Gerais saudável, com empregos, ambiente propício aos investimentos.
FOTO GIL LEONARDI/AGÊNCIA MINAS
2 Comentários
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Charlatão, se saindo pior que Aécio e Pimentel. Pague os servidores salários sem parcelamento e pague o 13º seu picareta. Sabemos que a converva de estado quebrado é para poder vender a cemig, sabemos que a transação do nióbio vc será beneficiado com ações, vc é picareta safado. Político sendo político. Dinheiro em caixa vc tem e foi provado, porém vc não tem a intenção de ajudar ou melhorar a vida do servidor…