Entrevista. Empresa de geração distribuída constrói sua primeira fazenda solar, planeja expansão e reforça o objetivo de levar economia ao bolso dos consumidores
Com investimento na ordem de R$ 25 milhões, foi finalizada em abril deste ano a primeira Usina Fotovoltaica (UFV) da Empresa Mineira de Geração Distribuída (EMGD). Localizada em Pirapora, Região Norte de Minas Gerais, a fazenda de energia solar tem potência total de seis megawatts-pico (MWp) e ocupa uma área de 11 hectares, o equivalente a 15 campos de futebol. Suas 15 mil placas fotovoltaicas são capazes de fornecer energia suficiente para suprir o consumo mensal de 3.500 residências com gasto médio de R$ 250 na conta.
Em entrevista ao JORNAL DA CIDADE, o diretor financeiro e presidente do conselho de administração da empresa, José Francisco Dutra, fala sobre a iniciação efetiva no segmento e como ela poderá beneficiar os mineiros.
Quando surgiu a EMGD e em que contexto ela se introduziu no mercado?
Foi em 2016 quando, no Brasil, a tecnologia para a produção de energia solar ganhou força a partir da resolução 687/15 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Essa nova determinação veio para que o setor de energia solar fotovoltaica pudesse, finalmente, deslanchar no país, trazendo, entre outros aprimoramentos, o conceito de Geração Compartilhada, algo que ainda não existia por aqui.
O que é, afinal, Geração Compartilhada?
Resumidamente, consiste na formação de um grupo de pessoas, jurídicas ou físicas, que se reúnem por meio de consórcio ou cooperativa para gerar energia de maneira remota, abastecendo a rede da concessionária daquela região e utilizando os créditos de energia gerados para abater o consumo em qualquer conta de luz de sua titularidade, desde que ligada a essa mesma concessionária que, no caso da EMGD, é exclusivamente a Cemig.
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Como funciona essa compensação e quais os benefícios trazidos para o cliente?
A partir de um primeiro contato dimensionamos a cota necessária para atender o consumo médio anual de um cliente. Por meio dos créditos de energia gerados por essa cota, que será injetado na rede da Cemig, viabilizamos o abatimento em sua conta. Entre as benesses de uma geração de energia limpa e renovável, o custo da energia para o cliente que contrata a EMGD é 10% menor, para empreendimentos da classe industrial, e 18% para classe comercial. Suponhamos que o proprietário de um açougue tenha uma fatura de energia média de R$ 5.000. Com a contratação do plano, a cota solar alugada por ele vai compensar seu consumo com a Cemig, cabendo a ele pagar apenas sua mensalidade conosco que, no caso exemplificado, custará R$ 4.100, ou seja, uma economia anual de quase R$ 11 mil.
Quem pode se favorecer dessa energia gerada?
Neste momento, observamos que o principal benefício trazido pela compensação energética – a economia com os gastos referentes ao consumo de energia elétrica – mostra-se mais vantajoso para as empresas. Por isso, trabalhamos atualmente apenas com pessoas jurídicas, desde que cumpram também outros requisitos, dentre eles: terem seus empreendimentos sediados dentro do estado de Minas Gerais; estejam ligados à rede da Cemig; tenham consumo de energia mensal a partir de R$ 1.500. É bom ressaltar que nós apresentamos vários diferenciais no mercado, entre eles o investimento zero, sem custo de manutenção e sem fidelidade.
Quais são os planos da empresa para o futuro?
Entramos no mercado com o objetivo de democratizar o acesso à energia solar àqueles que estão alijados desse processo, seja por não reunirem condições estruturais apropriadas para a instalação de placas fotovoltaicas, ou pelo investimento necessário. Queremos levar essa premissa adiante, para cada vez mais mineiros e, em breve, iniciaremos a construção das próximas fazendas solares, todas dentro do estado. Vamos honrar cada vez mais nosso lema, pois somos uma empresa mineira, feita por mineiros e para os mineiros.
FOTO / Divulgação JC / EMGD
1 Comentário
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