Por Amália Goulart. Cemig reduz custos em 25%. Nos últimos três anos, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) conseguiu reduzir a folha de pagamentos em 25%. Houve ainda redução de custos operacionais. Mas essa redução não se refletiu na conta de luz. Conforme o diretor de Relações Institucionais e Comunicação da empresa, Thiago Azevedo Camargo, está aí um dos problemas da regulação do setor. “Essa redução deveria se refletir na tarifa, mas, infelizmente, por questões legais, não incide”, afirmou.
O que mais pesou para que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aumentasse o valor da conta foi a compra de energia elétrica. Ela ficou mais cara devido à crise hidrológica dos últimos anos. A bandeira tarifária foi criada justamente para absorver esse impacto. Porém, conforme Thiago, para que ela cobrisse os custos, seria necessária que fosse o dobro do valor que vigora hoje. O resultado: mesmo com a política de bandeiras, a Cemig fechou 2017 com saldo negativo em R$ 470 milhões, na conta que aufere o custo da energia. O novo aumento para a indústria será de 35%.
Foto: Divulgação
Redução da Cide: quem paga a conta são os empresários
O Governo federal conseguirá uma arrecadação extra de R$ 5 bilhões com a redução a 0% da alíquota da Cide sobre o diesel. Mas de onde vem a mágica? Anualmente, o Governo arrecada R$ 2,5 bilhões com a Contribuição. Para que a medida passe pelo Congresso Nacional, a equipe econômica fechou acordo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para reonerar a folha de pagamentos de todos os setores produtivos da economia. A desoneração foi uma medida polêmica adotada no governo da então presidente Dilma Rousseff (PT), após pressão da indústria. Com o retorno da carga tributária maior sobre a folha de pagamento das empresas, a arrecadação anual do Governo terá um extra de R$ 5 bilhões.
Efeito dominó
A reoneração da folha será feita de forma parcial. Atingirá alguns setores neste ano, outros em 2019 e todos em 2020. Quando for aprovada pelo Congresso, precisa de uma noventena para entrar em vigor. Com as alterações, é resolvido parcialmente o problema da alta de combustíveis. Conforme dados da Associação Nacional dos Petroleiros, o preço do diesel cairá em cerca de R$ 0,05. Mas quem pagará o pato são os empresários, que terão aumento da carga tributária.
O que aconteceu com o petróleo?
A pergunta que ficou com os últimos acontecimentos no País é: qual o motivo para a alta no barril de petróleo. Como muitos sabem, a política de preços da Petrobras leva em conta a cotação internacional do Brent. Artigo do Financial Times desta semana joga luz sobre o assunto. Desde 2014, o preço do barril entrou em queda livre, negociado entre US$ 40 e US$ 55 a unidade. O movimento permaneceu o mesmo até 2017. Mas já temos neste 2018 o barril em negociação por US$ 80. A queda nos valores foi em decorrência da produção de xisto pelos Estados Unidos. Mas, sem planejamento mundial e com a alta da demanda (o petróleo de xisto não foi capaz de suprir), houve uma disparada nos preços. Para o futuro, a expectativa do mercado é de manutenção dos preços em patamares mais elevados. Ou seja, gasolina e diesel no Brasil não devem baratear.
Empresas apostam na retomada
Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que as empresas, apesar do ritmo lento da retomada econômica, pretendem investir neste ano. Em 2018, 81% das grandes indústrias pretendem fazer algum tipo de investimento, o maior percentual desde 2014. Entre as empresas que pretendem investir, 39% aplicarão os recursos em novos projetos. A compra de máquinas e equipamentos, com 60% das menções, será o principal investimento deste ano. Em seguida, com 18% das respostas, as empresas citaram a compra de novas tecnologias, como automação e tecnologias digitais. Em 2017, o percentual de investimentos das companhias ficou em 76%.
Foto: Miguel Ângelo/CNI
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